sexta-feira, 15 de junho de 2012

O Universo no Singular

Lisboa - Rua dos Douradores, 24 de maio de 2012


Confesso que não sei como ligar os dois textos que apresento abaixo, a ligação paira na minha cabeça mas deve estar no abstrato do meu intelecto ou algo assim, às vezes acho que as palavras não têm peso nenhum, não se mantêm quietas para eu as apanhar e lhes dar forma.
A ideia inicial era mostrar o quanto desprezo dar opiniões no geral, apreciando antes pontilhar e incidir, encontrando assim muitos motes - e/ou fórmulas - para escrever. Isto relativamente ao primeiro texto.
Em relação ao segundo texto, apenas queria fazer referência ao facto de no profundo do nosso ser sermos todos iguais, o que contraria completamente o primeiro texto, daí a minha grande confusão.
Ora bem, e agora digo: eu, bloguista exausta e absolutamente perdida, me confessei.
Ah, a foto está completamente excluída de tudo quanto escrevo neste post. Apresento-a aqui e agora só porque sim. Ou então porque estou cansada de a ver nos meus ficheiros sem saber que destino dar-lhe, cansada de esperar que um dia a concilie com frases fantásticas.
Vamos aos textos.

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Não aprecio aquela onda do generalizado: o mundo é assim, somos todos iguais, com defeitos e virtudes, temos de nos aturar, suportar-nos mutuamente e blás.
Não aprecio observar massas e opinar num todo, a bem dizer os grupinhos aborrecem-me. Sei lá, não me ajeito em conjunto, existem sempre diferenças, sou adepta ferrenha do chavão 'cada caso é um caso'.
Não aprecio mesmo nada escrever debaixo da ideia ‘nós isto ou nós aquilo’. Gosto do eu, do tu, do ele/ela. E gosto de pormenores, infimidades e até futilidades. Ou me detenho na cor do chapéu da senhora tal e na camisa amarrotada do homem da padaria e faço uma história, ou me deixo estar sossegadinha e não digo (leia-se escrevo) nada.
Poucochinho de cada vez, vá, senão distraio-me. Tem de ser.

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Buscamos o bem para nós mesmos, dizemos mal do próximo sem piedade, desprezamos a ajuda de quem nos quer bem, assim como a amizade, o carinho, o amor. Adoramos contrariar e desdizer, bem como tudo o que se aproxime da negação. Somos todos egoístas, ruins mas também uns excelentes seres humanos porque sabemos amar e respeitar e conhecemos profundamente as regras do bem-viver.
Talvez as pessoas não sejam assim tão interessantes, afinal... Se todos forem assim, iguais, então não mais buscarei interesse nas pessoas pois já de antemão sei o que vou encontar. Consequentemente abandonarei a escrita, ideia que me horroriza de sobremaneira.

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