segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sujeira

Enquanto escrevia, um inseto minúsculo pousou no papel. Fui eu, cruel criatura, quem o esmagou, tumba! Devido ao golpe fatídico risquei o dedo com a caneta e os restos mortais do pobre bicho sujaram o papel onde eu rabiscava. Aflita... Quero dizer, não muito aflita, coisa pouca, vá, quis limpar a tinta do dedo, humedeci-o com a língua e soube-me a cadáver. De inseto. Esmagado. Porém, a tinta não saíu.
Quando acabou esta cena levantei o olhar e vi que uma senhora me mirava atentamente. Lá mais ao fundo outro par de olhos também me dava primazia. Rodei a cabeça um pouco para o lado e vejo uma moça vivamente interessada na minha pessoa... Hum, há dias assim, dou nas vistas e o caraças.

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