sábado, 2 de agosto de 2008

Histórias, histórias e mais histórias...

Dá-me a impressão que o meu blog é só isso - histórias... contadas na primeira pessoa. Assim, escrevendo na primeira pessoa, as histórias parecem-me mais reais, aquilo que conto, efectivamente, aconteceu. Ponho uns pozinhos aqui e ali, enfatizo este e aquele pormenor e a coisa vai.
Não consegui, até hoje, escrever sob a perspectiva de outra pessoa. Não conseguirei se não tentar. Já tentei, mas pouco. Porque escrever dessa forma não me dá prazer.
Escrever como eu gosto é bom e faz-me bem mas sinto uma espécie de responsabilidade, como se tivesse que ter o cuidado de justificar-me perante alguém se não escrever pelos menos algumas linhas. Não devia sentir-me assim, pois não? Assim, escrever é uma obrigação e não um prazer.
Será que já não escrevo para mim como fazia antes? Será que já interiorizei a ideia que sou, de facto, lida? Estarei a ser pretensiosa achando que tenho piada? Serei egoísta por achar que o blog é meu e só lê quem quer? Manipulo os leitores com as minhas palavras?
Sinto a responsabilidade de escrever, hoje sei isto, porque escrevo para alguém. Está aí alguém. Há alguém que responde desse lado. Não estou aqui sozinha.
Porém, ainda acho que a responsabilidade que sinto poderá ser para comigo própria. Se não vier aqui escrever não fico bem, falta-me qualquer coisa. E falta-me qualquer coisa porque escrever como eu gosto é bom e faz-me bem. Sou responsável pelas histórias que conto e por quem cativo com elas. Elas, as histórias.

6 comentários:

V. disse...

E possivelmente já te te puseste a hipótese de fechar o blog ao público ou limitá-lo a alguns leitores, mas não é esse o teu desejo. Fascina-te saber que qualquer um te pode ler.

Eu gosto de ler o teu blog, mas, tal como acontece num ou noutro blog, às vezes sinto-me como se estivesse a ler um diário muito secreto.

Já eu, ao escrever textos mais longos, prefiro fazê-los com personagens e inventar histórias. Constrange-me pensar que quem me conhece poderia ler algumas coisas, que por muito simples que pareçam a outros olhis são smepre minhas.

Bom fim de semana :)

Gina G disse...

Já pensei em deixar o blog, por aquilo que me apetece escrever não poder ser publicado.
Mas nunca quis ficar totalmente no anonimato porque quando criei este blog a ideia era dizer a toda a gente que tinha um blog e virem cá todos ler. Pensava eu que ia ser assim.
Continuo sem a mínima vontade de me esconder e por isso é que há coisas que não publico. E já agora aproveito as vantagens de que quem me conhece não vir aqui ler isto, porque elas existem, mesmo!
Este teu comentário deu-me a ideia de que escrevo mais intimamente do que supunha.
O secretismo dos diários não te agrada?

V. disse...

Eu também pensava que os meus amigos ou familiares iriam ser os principais leitores do meu blog e afinal muito longe disso. Já uma amiga que era blogger há bastante tempo me avisou. Mas eu até prefiro assim. Fico mais liberta de algumas coisas.

Tu escreves realmente de um modo muito intimista, ao ler a sensação que tenho é a de estar a ouvir-te pensar.

Não me agrada muito o secretismo de um diário nem tenho nehhum. em fases mais difíceis escrevia mas deixo-me sempre disso. E entretanto criei um blog, eheh

A sensação de ler um diário muito secreto é assim como se eu estivese a invadir o teu espaço. Mas, enquanto for permitido pasar por aqui eu passarei :)

Bom fim de semana

Gina G disse...

Ok, obrigada pela tua resposta e pela companhia que me fazes.
Não te pareça que aqui invades o que quer que seja, está bem? Eu escrevo a pensar, é um facto, mas tal como já dsse no comentário acima, só escrevo o que "pode" ser publicado e nunca o "resto".
bjs

Anónimo disse...

Fico com curiosidade.
Será que ainda um dia verei alguma coisa escrita daquilo "que não se pode publicar"?
E isso será uma evolução ou uma involução?

Gina G disse...

Daquilo que não se pode publicar garanto-te que não verás nunca...
Agora... é bem verdade que já publiquei aqui coisas que há um ano seria impensável publicar.
Não sei se é evolução ou involução mas sei que prefiro pensar que é a primeira.