terça-feira, 7 de outubro de 2008

Post construído por causa de um comentário

Há uns post's atrás (aqui) alguém me deixou um comentário dizendo que o que eu escrevera nesse post tinha ar de Brekleyriano.
Nunca tendo ouvido falar de tal nome, fui pesquisar. Saiu isto:

Theresa Berkley

Theresa morava e trabalhava na casa de número 28 da Charlotte Street, no Soho, bairro de Londres. A história da Inglaterra poderia ter sido muito mais escandalosa se a sua correspondência tivesse sido preservada.
Tudo começou em 1718, quando foi publicado anonimamente na Inglaterra o livro chamado Tratado sobre o Uso do Açoite, de teor claramente pornográfico. Theresa Berkley, anos depois, fundou seu bordel, tornando-se pioneira do sadomasoquismo.
Ela usava diversos tipos de varas, flagelos com diversas pontas de metal, agulhas, e, acima de tudo, a sua obra-prima macabra: o Cavalo de Berkley, que até hoje encontra-se exposto na Sociedade Real de Artes, em Londres. Quem descreveu a invenção foi um nobre inglês vitoriano chamado Henry Spencer Ashbee. Era uma espécie de pau-de-arara móvel, que podia ser girado na horizontal e na vertical. Sem muito esforço, Theresa ou seus empregados infligiam a dor extamente no ponto desejado pelo cliente. Segundo Ashbee, muitos nobres exibiam com orgulho as marcas e cicatrizes deixadas pelas torturas da conhecida "Madame Berkley". Entre seus clientes mais conhecidos se encontrava o então rei da Inglaterra, George 4, que habituava as casas de flagelação de Londres.
Theresa Berkley morreu em setembro de 1836. Foi uma morte súbita e inesperada, pois era jovem. O responsável por seu testamento, um homem conhecido como Dr. Vance, chegou apressado ao bordel ouco depois e queimou todos os papéis que continham informações sobre recidos, cartas e nomes de todos os clientes de sua casa.
Logo após a morte de Theresa, seu irmão, missionário durante 30 anos na Austrália, chegou à Inglaterra, mas quando ele tomou conhecimento de que sua irmã lhe havia deixado a mais famosa casa de flagelação da Inglaterra como herança, renunciou a propriedade e voltou imediatamente para a Austrália. Na falta do herdeiro a propriedade passou ao Dr. Vance, o médico e testamenteiro dela; mas ele também recusou administrar o bordel, e tudo ficou para a coroa inglesa.
Curiosamente, o ano em que ela morreu, 1836, foi o do nascimento de Leopold Ritter von Sacher-Masoch, escritor que, por causa de seu romance Vénus de Pele (1870) originaria o termo "masoquismo".


Achando que o meu post não se enquadrava no tema principal deste texto, assim que pude perguntei ao comentador quem era Berkley pois o que tinha pesquisado não se coadunava com o texto, ao que ele respondeu que era um filósofo (George Berkeley) cujas ideias também pesquisei e saiu isto:

George Berkeley

O que Berkeley rejeita é a realidade de uma substância material que seria o suporte misterioso, invisível, impalpável, das qualidades sensíveis. O que ele não admite é a coisa que estaria oculta sob nossas representações, é um além material que transcenderia o percebido. Sua filosofia, segundo a qual a realidade se reduz ao que nos é dado concretamente, quer nos libertar daquilo que Nietzche, mais tarde, chamará de "a ilusão dos além-mundos". Como diz Bergson muito bem: "O que o idealismo de Berkeley significa é que a matéria é coextensiva à nossa representação, que ela não tem interior, não tem suporte, que ela nada oculta, nada envolve, que se estende superficialmente e que se coloca inteira a todo instante no que ela dá". Berkeley não nega, portanto, a existência das coisas sob a condição de que se aceite que existir é "ser percebido" e nada mais. Dado esse detalhe, Berkeley reclama o bom-senso popular e se ri de Descartes que duvidava de seus sentidos. Berkeley recusa todo cepticismo e aceita o dado tal qual é: "O cavalo está na cocheira e os livros estão na biblioteca como antes"; o chamado idealismo de Berkeley não passa de um realismo ingénuo. A aparência é que é a verdadeira realidade. O mundo visual tem realmente as cores que aparenta ter, o mundo da audição é verdadeiramente sonoro, etc. Como Philonous declara a Hylas: "Você se engana, não quero transformar as coisas em ideias, quero antes transformar as ideias em coisas, pois os objectos imediatos da percepção que, segundo você, são apenas as aparências das coisas, eu os considero coisas reais".
A filosofia de Berkeley, portanto, é a filosofia do realismo concreto levada às suas últimas consequências: o que existe é o que vemos e tocamos. O que não vemos e não tocamos não existe. Por conseguinte, Berkeley rejeita todas as "abstracções" dos matemáticos e dos físicos. Não aceita a "extensão inteligível" de
Malebranche e só admite um espaço sensível. As novas matemáticas do infinitesimal, portanto, serão falsas a seus olhos. O espaço dado aos sentidos não pode ser divisível ao infinito, uma vez divisível ao infinito seria admitir que um fragmento de extensão existe sem ser percebido. Do mesmo modo, Berkeley - antes de Bergson - rejeita como ficção o tempo abstracto, homogéneo e mensurável dos físicos. O único tempo real é o tempo concretamente percebido; "mais longo na dor do que no prazer".

Nesse meu post talvez se vislumbre um ténue sombreado das teorias de Berkeley sem que para tal eu tenha trabalhado pois se nem sequer nunca tinha ouvido falar dele...
Pesquisando um pouco mais, descobri duas frases de Berkeley que acho interessantes porque têm a ver com a minha pessoa:

1 - 'What is mind? No matter. What is matter? Never mind.'

2 - 'Ser é ser percebido.'


fontes de informação:

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