domingo, 12 de julho de 2009

Espectáculo


No fim do musical a que fomos assistir a plateia aplaudiu de pé em sinal de grande admiração pelo espectáculo.
- Deve ser tão bom receber palmas - disse ele quando já estávamos ao relento da noite quente.
Fiquei a pensar, ou por outra, aquela parte de mim que é artista ficou a pensar que os comentários são as minhas palmas.


O texto em cima é uma descrição sucinta de algo sentido recentemente e que tive vergonha de sentir mas que, ao depois de este livro, deixei de ter.
O acto de escrever traz-me alguns receios, um deles é o ridículo da excentricidade - a excentricidade é algo inerente à arte, penso eu. Não é possível escrever, ou praticar/criar qualquer outro tipo de arte, sem engrandecer e libertar o lado excêntrico que acabará por revelar a loucura e promover o desligamento de tudo o que inibe.
Não pretendo, nem nunca pretendi, melindrar ninguém com o que escrevo. Apenas quero dizer as coisas que me apeteça dizer e contar as histórias que me apeteça contar. Porém,o melindre é inevitável sempre que se vai atrás da loucura...

Sem comentários: