quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O homem


O homem costuma estar à porta de um bar, um desses bares de língua estrangeira, que os há às carradas na baixa lisboeta. Tem um porte impressionante, uma aura que não se vê, sente-se. E é tão imensa que dispensa um olhar perscrutador como o meu, qualquer pessoa pouco observadora é atraída a ele.

Ela - Este homem tem ar de poeta.

Ele- De poeta... e de louco.

Ela- Os poetas são insanes.

Ele- Oh! Ao fim e ao cabo somos todos insanes!

Ela- Sim, mas os poetas mostram a sua insanidade, não têm vergonha dela, divulgam-na até.

Ele- É verdade, a maioria das pessoas passa a vida inteira a disfarçá-la.

Ela- Pois...

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