Chamam-nos o casal maravilha. O interessante é isto ser dito por pessoas distintas, que não se conhecem entre si. Suscitamos o interesse nas pessoas quando dizemos que o nosso casamento tem vinte anos. Também somos tomados como exemplo e até por vezes alvo de invejas, porém, inofensivas. Já nos têm perguntado qual o segredo de tamanha longevidade matrimonial, sendo que ainda por cima os anos são de felicidade. Respondemos que talvez seja a aceitação que fazemos um do outro, no que a defeitos e virtudes diz respeito, talvez seja porque éramos muito jovens e por isso nos adaptámos bem, talvez seja apenas e só a sorte de nos termos encontrado e conhecido, e daí a aquisição da vida em comum. Não sabemos ao certo mas sabemos que a coisa anda por aí.
(Pois é, dois posts abaixo deste falo de dúvidas e certezas.)
Por causa destas coisas da longevidade, noutro dia pusemo-nos a contabilizar o que estaria na nossa casa, refiro-me a objectos, e que fosse da idade do nosso casamento. São muitas mais as coisas adquiridas posteriormente, há já pouca coisa que ainda persista nesta casa e que já fosse 'viva' em 1989. Restam ainda alguns móveis de quarto, o frigorífico, o despertador, duas ou três peças de louça e de roupas de casa.
À excepção da louça e da roupa, tudo o resto geme insistentemente pedindo substituição devido aos estragos tão evidentes.
Folgo que em vinte anos não careça, nem tenha desejo ou vontade de substituir o meu marido… nem ele a mim. Ao menos isso.
Fotografia: As nossas sombras na Alameda Dom Afonso Henriques, num dia do Verão de 2009.
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