É legítimo, penso eu, sentir-me triste. Mesmo enlaçada e protegida pelo amor, assistida pela sorte, contemplada com a saúde, é legítimo sentir-me triste.
Tanto não quero sentir tristeza que acrescento a esta uma outra tristeza muito maior: a de que não sou digna de me sentir triste por não ter nada de que me queixar. Porque na minha vida é tudo bom e tudo maravilhoso e tudo sim senhor e assim sendo não tenho nada que estar triste porque sou uma privilegiada e uma sortuda e mais não sei quê.
E assim, tenho duas tristezas para superar: a tristeza propriamente dita e a tristeza por ser indigna de sentir tristeza.
E assim me sinto duas vezes triste quando uma bastava.
Estou triste.
Tanto não quero sentir tristeza que acrescento a esta uma outra tristeza muito maior: a de que não sou digna de me sentir triste por não ter nada de que me queixar. Porque na minha vida é tudo bom e tudo maravilhoso e tudo sim senhor e assim sendo não tenho nada que estar triste porque sou uma privilegiada e uma sortuda e mais não sei quê.
E assim, tenho duas tristezas para superar: a tristeza propriamente dita e a tristeza por ser indigna de sentir tristeza.
E assim me sinto duas vezes triste quando uma bastava.
Estou triste.
2 comentários:
Há dias assim. Não há nada a fazer. Não te sintas culpada por isso, todos temos o direito à nossa melancolia.:)
Chamaria a isso a inconstância da vida. O desejo de ir mais além, de não ficarmos conformados com o que temos.
Enviar um comentário