Todas as coisas más têm um lado bom e vice-versa. Sempre soube isto, por muito que me custe por vezes encarar este facto com naturalidade. Até a morte pode ser boa... Por exemplo: o senhor Rodrigues morreu e eu tive muita pena que tal tivesse acontecido, fiquei verdadeiramente triste. Porém, já achei uma vantagem: este ano quando voltei de férias não foi possível ao senhor Rodrigues desdenhar do meu tempo de descanso, do sítio que escolhi, da mísera quantidade de gelados que comi. De certa forma a morte do senhor Rodrigues trouxe-me alívio.
Tenho outro exemplo: a Fátima. A Fátima sofreu uma drástica operação há dois ou três anos, retiraram-lhe uma mama por causa do cancro. Penou muito com a doença, eu assisti mas não de perto, e depois de meses de sofrimento venceu-a. A doença foi muito ruim, destruiu-lhe parte da vida e do corpo.
Só o facto de ter vencido o cancro já é bom que chegue mas há mais: a Fátima vai brevemente fazer uma operação subsidiada pelo estado para reconstruir a maminha e para tal vai ser usada a chicha a mais que tem na barriga. Não é o máximo? Ela própria diz que é dois em um e está radiante. Ou seja, vai ficar elegante e vai voltar a ter duas mamas. O que a gente se riu com tanta coisa boa que veio depois de uma coisa muito má...
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