Eu viajava de costas, como gosto, e ia entretida observando, como também gosto.
A carreira parou numa paragem e vejo entrar uma gorda muito gorda. Sentou-se junto de uma outra gorda menos gorda e com ares de condessa de Bucelas. Esta, irritada por ir apertada, olhava a outra de soslaio, fazendo duplo queixo, a boca num biquinho, pronta a disparar qualquer coisa desagradável mas com classe, que com isto de ser condessa de Bucelas sempre se aprende a dizer as coisas com estilo.
Próxima paragem: Póvoa de Santo Adrião. A primeira mulher gorda levanta-se na disposição de se apear. A outra faz uns ares de alívio, a boca num biquinho outra vez, querendo soprar.
Entretanto havia entrado uma outra gorda ainda mais gorda que as outras duas, tanto que ficara em pé, plantara-se junto à porta de saída da camioneta. Quando esta vê que a primeira gorda desta história faz gestos de quem quer sair... - devia ter-lhes posto nomes, credo, que confusão - encolhe-se sem qualquer sucesso. E é muito engraçado ver a dificuldade que duas gordas muito gordas têm em se cruzar numa simples saída de camionete.
Enfim, à partida este post era para mostrar o desplante de algumas pessoas, os ares senhoris de outras, e o giro que é duas pessoas grandes passarem uma pela outra numa passagem (para elas) apertada. Acabei por fazer um post complicado...
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