Pinheiro de Loures, 14 de Março de 2010 |
Pinheiro de Loures, 26 de Junho de 2010 |
O Júnior morreu, soube ontem.
O Júnior era - que estranho falar no passado... - um dos cães mais engraçados que conheci até hoje. Tinha uma idade pouco definida, sabe-se que teria à volta de vinte anos.Os latidos eram roucos e muito espaçados, os degraus eram subidos depois de algum balanço, o andar era desengonçado, era o andar de alguém a quem dói as dobradiças do corpo devido ao desgaste de toda uma vida.
O Júnior era um velho, um cão velho, em suma. Mas um cão velho muito esperto, muito vivaz, muito meigo. Reconhecia-me ao longe e abanava o rabo imediatamente, vinha até mim latindo, era o seu cumprimento. Eu fazia-lhe as festinhas que ele pedia, falava-lhe um bocadinho e sem que eu mandasse ia depois chamar os ricos filhos.
O Júnior era um velho, um cão velho, em suma. Mas um cão velho muito esperto, muito vivaz, muito meigo. Reconhecia-me ao longe e abanava o rabo imediatamente, vinha até mim latindo, era o seu cumprimento. Eu fazia-lhe as festinhas que ele pedia, falava-lhe um bocadinho e sem que eu mandasse ia depois chamar os ricos filhos.
Tirei estas fotografias há algum tempo atrás já com a ideia de fazer um post, porque o Júnior, apesar de ser cão, merece estar aqui no blogue.
Não fico com pena de não ter escrito o post com ele vivo, se eu lhe anunciasse: ‘olha Júnior, vou escrever acerca de ti no meu blogue’, ele ia abanar o rabo só porque eu lhe estava a falar. O Júnior era um cão, a ele chegava bem o carinho que eu lhe dava, tenho a certeza.
O Júnior morreu e eu ia chorando quando soube.
3 comentários:
Eu tenho uma cadela velha, gorda e trôpega, que coxeia de uma perna e é extremamente gulosa e tenho a certeza que vou chorar quando ela morrer. Quase que choro só de pensar nisso.
Os cães criam uma grande ligação com os seres humanos. Uma vez, vi um documentário sobre eles em que lhes chamavam parasitas da sociedade porque os cães desenvolvem um comportamento que sabem agradar aos seres humanos para garantirem a sua sobrevivência: abrigo e comida.
Mas é muito mais romântico pensar que eles agem assim por gostarem de nós.
Bell
Conheci o Júnior há uns dois anos, sei que gostava de mim a valer. Os cães gostam mesmo de nós, gostam com o coração. Prefiro a ideia romântica, sem dúvida.
Gosto mais dos animais do que de muitas pessoas. Eu e muita gente.
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