Nascemos com apenas uma capacidade inata: sugar.
Temos de ser alimentados, protegidos, somos completamente indefesos. A sucção, por si só, não nos desenvolve nem protege de coisa nenhuma.
Aos 4 ou 5 meses descobrimos que temos uma mão, embora o único domínio que temos sobre ela é o de a pôr dentro da boca e sugar.
Aos 5 meses rebolamos e sugamos.
Aos 8 meses gatinhamos e sugamos tudo o que apanhamos.
Aos 12 meses andamos sem ser ao colo e continuamos a sugar como se não houvesse amanhã. Balbuciamos sílabas em que as únicas consoantes são o 'm' e o 'p'. E o instinto primário continua a fazer parte das nossas ainda tão parcas capacidades - sugar.
Aos 24 meses já sabemos relacionar objectos a palavras. Sabemos manter uma conversa simples e rudimentar. E sugar.
A partir daí chega a imitação. Nunca mais a largamos, imitamos tudo e todos. Acabará quando sucumbirmos.
A sucção, essa, esquecemo-la lenta e gradualmente. Mas durante pouquíssimo tempo. Num determinado ano, aí pelos 12 ou 13 anos a inata capacidade de sugar regressará em pleno e não nos largará jamais.
Um dia, uma noite, morremos e largamos tudo.
Mamar, uma necessidade... sempre.
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