domingo, 5 de dezembro de 2010

Poema

(Escre)ver-me

nunca escrevi

sou
apenas um tradutor de silêncios

a vida
tatuou-me nos olhos
janelas
em que me transcrevo e apago

sou
um soldado
que se apaixona
pelo inimigo que vai matar


Mia Couto

2 comentários:

Madrigal disse...

Já conhecia. Lindo poema, apesar de não gostar da prosa de Mia Couto.

Abraço e, já agora, um feliz Natal para ti e restante família, com desejos de que o novo frigorífico, por ora e para sempre, esteja sempre recheado de coisas boas.

Gina G disse...

Muito obrigada, Madrigal. Feliz Natal para ti também. :)

O novo frigorífico lá o vou enchendo...