quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Uma fotografia por dia que bem iria... (163)

Lisboa - Rua Actor António Cardoso, 24 de Novembro de 2010

O meu pai criava pombos e às vezes havia pitéu lá em casa, era quando já havia muitos e o espaço escasseava, agarrava em dois ou três e toca de torcer o pescoço aos pobrezinhos, o que na altura era muito natural para mim. Depois amanhava-os muito bem, lembro-me em particular de ver o meu pai arranjando as vísceras. Um dos órgãos, a moela, era aberta com um canivete afiado e meticulosamente raspada. Eu por mim entretinha-me a observar, maravilhada com o saber do meu pai.
Pois é, eu comi pombos... E sendo que hoje em dia a lembrança me faz um bocado de confusão, a verdade é que comi, e não poucas vezes, pombinho frito e até canjinha de pombo. Era bom...
Nos tempos que correm há pragas de pombos em muitas metrópoles e Lisboa é uma delas. Não me afligem ou sequer os considero uma praga, em parte devido à minha experiência de vida mas também porque não sou afectada por cocós na roupa que deixo no estendal, nem tenho varandins e parapeitos sujos, uma vez que não moro em Lisboa.
Para quem não consegue viver com a ideia de que para eliminar os cocós tem forçosamente que eliminar os pombos e quer efectivamente acabar com os cocós, dê uma espreitadela a este sítio e encontrará a solução.

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