segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Era uma vez um casaco que dava nas vistas

Fui à loja do chinês e quando estava a pagar a chinesa que me atendia perguntou:
'Esse casaco é do chinês?'
A minha primeira vontade foi responder que o casaco não é do chinês, é meu! Mas respondi que não, o casaco não é do chinês.
munto gilo, munto gilo!'
Perguntou onde o adquirira e até perguntou se era deste ano. Curiosidade ou ingenuidade? Não sei. Mas respondi com vontade. Eu não escrevi noutro dia que gosto de responder? Pois é...

Fez-me lembrar uma situação algo semelhante que tive há largos anos, quando era uma costureirinha, apenas.
Eu ia na rua ostentando a minha última feitura de roupa: um casaco de Inverno dum tecido grosso com padrão espinhado - grande moda na altura e ao que parece agora também - quando uma senhora indiana me interpela na rua, apalpa-me o casaco com vontade para lhe sentir o toque, pergunta quem fez, diz que está muito bem feito e ainda quer que eu lhe faça um igual.
Agradeci-lhe muito o bem-dizer mas tive que desistir da ideia de lhe fazer um igual por falta de tempo.

Há coisas fantásticas.

Se eu podia viver sem que me aconteçam coisas invulgares? Podia... mas não era a mesma coisa.

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