Prelúdio
Não me apeteceu escrever muitos postezinhos pequeninos, apeteceu-me escrever um enorme, contendo todos esses postezinhos pequeninos.
Este post foi iniciado ontem. E ontem não me apeteceu publicar o que já havia escrito. Manias, apetites, sei lá, qualquer coisa. Vai hoje para o ar, longo e pesado.
Este post tem tudo. Tem 'Uma fotografia por dia que bem iria... (194)', tem mais duas fotografias que também me apeteceu pôr aqui, tem 'Dias de um ginásio', tem os ricos filhos, tem as variações de humor próprias da minha personalidade e tem ainda aquelas coisinhas inerentes à minha profissão.
As diferenças são: o número de posts publicados (1 ), o tamanho do mesmo e a ausência de títulos. Isto de não ter de encontrar títulos é um alívio do caraças!
Grata desde já pela paciência em ler uma coisa tão grande. Então até já ou até sempre!
Não me apeteceu escrever muitos postezinhos pequeninos, apeteceu-me escrever um enorme, contendo todos esses postezinhos pequeninos.
Este post foi iniciado ontem. E ontem não me apeteceu publicar o que já havia escrito. Manias, apetites, sei lá, qualquer coisa. Vai hoje para o ar, longo e pesado.
Este post tem tudo. Tem 'Uma fotografia por dia que bem iria... (194)', tem mais duas fotografias que também me apeteceu pôr aqui, tem 'Dias de um ginásio', tem os ricos filhos, tem as variações de humor próprias da minha personalidade e tem ainda aquelas coisinhas inerentes à minha profissão.
As diferenças são: o número de posts publicados (1 ), o tamanho do mesmo e a ausência de títulos. Isto de não ter de encontrar títulos é um alívio do caraças!
Grata desde já pela paciência em ler uma coisa tão grande. Então até já ou até sempre!
Vá, vamos lá embora, começa a escrever, vá...
Os franceses só comunicam usando a segunda pessoa – tu isto, vós aquilo.
Em Portugal era assim também, em meados do segundo milénio. Depois deixámo-nos disso lentamente (creio ter sido assim a acontecer, não conheço este assunto nem de raspão... se calhar devia deixar-me estar caladinha e não escrever coisas sobre as quais não tenho conhecimento... oh, não faz mal nenhum, as coisas têm a importância que lhes quisermos dar!).
Os franceses não fizeram como nós, mantiveram essa glória que é tratar por vós alguém que desconhecem ou duma classe elevada. Têm a mania da grandeza, isso é que é! Bem se diz que à grande é à francesa...
Eu dizia a esta senhora de cinquenta e picos que um risco grosso e negro nas pálpebras de cima e mais outro risco (ainda assim menos) grosso e negro nas de baixo não lhe fica nada bem.
Eu dizia a esta senhora que a idade já carrega o suficiente, que se deixasse disso de pôr os olhos de luto.
Eu dizia...
'Eu vou ali abaixo ao seu irmão, ou lá que é, e já cá passo, está bem?'
'Está bem, até já.'
Para quê contrariar, não é?
Lisboa, 13 de Janeiro de 2011 |
Uma fotografia por dia que bem iria...(194): ao almoço falou-se das presidenciais. Alguém disse que 'se os partidos fossem uma coisa boa chamavam-se inteiros!'
O senhor do café faz impressão. A bem dizer, a sua mão é que faz impressão, tem quatro dedos pequeninos, parecem bolinhas, dá a ideia que não cresceram por lhes faltar uma vitamina qualquer. Mas ele safa-se, ainda assim agarra-se às coisas, o polegar não lhe deu o desgosto de ser apenas uma bolinha.
O senhor do café tem piada:
a limpar as mãos quando termina a lavagem da louça;
a esfregar as mãos quando tem frio;
a segurar numa bandeja;
com uma luva enfiada, daquelas transparentes, enormes até para mãos normais;
a servir um café;
a fumar (quando intervala o trabalho, claro está).
Estou aqui a pensar que nunca o vi coçar a cabeça... Em tendo comichão com que mão o fará?
Troco ao contrário: 'ora aqui tem, quarenta e um com nove são cinquenta, não é verdade?'
'A senhora não se importa que a gente esteja aqui só um bocadinho à espera dele (quem será?!)? É que está tanto frio lá fora...'
'Não, não me importo nada, deixem-se estar à vontade!'
'Não, não me importo nada, deixem-se estar à vontade!'
Bah, que treta! Claro que me importo, quero escrever e com tanta tagarelice não consigo.
Reparo que ainda não falei da porra do frio e faço agora o reparo: são cinco e coisa e está um frio duma porra tão grande, tão grande... que não se pode.
Que um cliente desconfie da minha competência, eu aceito. Está muito bem, as pessoas têm direito à sua opinião. Agora que um cliente desconfie da minha competência e em simultâneo exale um odor nauseabundo e me obrigue a inalá-lo por não lhe poder fugir... é que não está com nada!
Desabafo: as pessoas são tão chatas que eu não queria nada fazer parte da mesma espécie que elas.
Não rasgo só papéis inúteis, nem só sacos plástico sujos, também rasgo folhas secas, caídas de uma árvore e apanhadas há tempo. É uma raiva surda a que dou vazão rasgando coisas sem importância em mil pedaços.
Lisboa - Jardim Fernando Pessa, 13 de Janeiro de 2011 |
O Inverno em todo o seu esplendor!
Comprei umas palmilhas nº 42 para combinar com a minha idade. Achei que era mais giro combinar as palmilhas com a idade ao invés de com os pés.
Eu já vi muita carteira, muita mala, muita sacola. Só nunca tinha visto um cliente tirar o dinheiro de um cartuxo de papel mal amanhado e encardido. Isso é que não.
Lisboa, 13 de Janeiro de 2011 |
Isto aqui é uma rosa que queria ver-se ao espelho mas não deixaram. E como ela não se consegue mover dali... acha-se bonita, claro.
Oh, que fofinhos são os polícias quando muito jovens. Que simpáticos, que sorridentes. Que coisinhas tão fáceis de lidar! Que jóiazinhas em bruto!
Chegou um plafonier de marca Lombardo. Veio de Itália, o bicho.
Estou curiosa: como será que os italianos chamam à couve lombarda? Não deve ser plafonier, de certeza.
O português é uma língua riquíssima mas os prtugueses são uns parvos de primeira apanha, nem sabem inventar uma palavra para designar plafonier. Porque não chamar candeeiro raso, ou simplesmente projector de luz?
Ainda cá vou: bujão luminoso. Que tal?
Dias de um ginásio: devo andar a fazer muito ferro lá no ginásio, dou uns passou-bens tão vigorosos...
Um dia 'inda faço cair algum galifão tal a força que faço, ou então 'inda o galifão há-de pensar que o quero puxar para cima de mim. Credo, tenho que me deixar destas merdas...
A rica filha já conseguiu emprego, o que significa que tenho a honra de conhecer pessoalmente, e de socializar, inclusive, com a trabalhadora mais gira do planeta.
Tenho também a gloriosa honra de a trabalhadora mais gira do planeta ser carne da minha carne. Que maravilha!
Queria não ter esta memória fantástica que tenho para não me lembrar que faz hoje um ano a minha vida piorou um bocado.
É quase meia noite, o post acabou. Agradeço novamente ao leitor a paciência que teve para o ler na íntegra.
3 comentários:
Não sei não, mas desconfio que o combinar as palmilhas com a idade é capaz de não funcionar...
Leio sempre com o maior prazer e gostei, especialmente,dessa do galifão puxado.
Mas, peço perdão, gosto mais dos pequeninos.
Redonda: não funciona lá muito bem, não...:)
Manuel: mesmo ali perdido no meio o postzinho do galifão deu nas vistas... ;)
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