Arrabaldes de Pai-Joanes, 16 de Julho de 2011 |
Este rochedo faz parte das minhas recordações infantis. Quando mudei para a Rua do Bêco ficava bem visível da janela da cozinha, imponente, até, como se fosse algo fantástico, qualquer coisa dentro do extraordinário e impossível ver ao perto .
Mudei de casa aos seis anos, ainda não tinha altura para ver o rochedo da janela mas lembro-me perfeitamente de andar com o meu irmão a ver se chegava a todos os interruptores da casa. E chegava, senti-me enorme, que sensação boa.
Mas vamos ao rochedo.
Os anos foram passando e o meu irmão lá de quando em quando idealizava um passeio para vermos as rochas de perto e andar a passear em cima delas, se fosse caso disso. Um dia fazemos um lanche e vamos lá, dizia ele. A ideia era irmos os três: eu, ele, e a minha mãe. Nunca fomos.
Por alturas da adolescência já eu conseguia admirar o rochedo enquanto arrumava a cozinha. Imaginava-me engendrando um plano e caminhando até lá sozinha e cheia de medo. Não venci o medo, nunca fui.
Há uns meses atrás descobrimos uma estrada pouco importante que liga Caneças a À-dos-Calvos. Soltei um grito de surpresa quando vi o rochedo. O meu rochedo! Aqui tão perto! Numa outra perspetiva mas é o meu rochedo!
Tirei várias fotografias mas nenhuma ficou do meu agrado. Este sábado, passando por lá novamente, cliquei outra vez. Agora está melhor...
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