Ele aponta para um objecto em cima do balcão. Tem o semblante indignado e o dedo esticado.
– Você vende isto?
Respondo como posso, por baixo dos trejeitos de desagrado e do rol de injúrias relativos ao miserável objecto. Por fim, remata:
– Isto não vale um piço!
Finalmente há espaço para mim:
– Um piço? O que é isso? É o marido da...
– Sim. Bom fim de semana.
E foge. Escapa-se-me. Desampara-me a loja, por assim dizer. Não me deixa dizer que deve haver piços jeitosos, que essas coisas nunca se sabe, que há surpresas, que seria da vida sem surpresas, que não julgue assim tão depressa.
Então bom fim de semana...
Acrescentamento mui importante:
Não sei como se escreve piço. Não quero pesquisar. Não desejo sequer pesquisar se efectivamente o piço existe, se é o 'marido da...'. Escolhi escrever piço com 'ç' porque acho esteticamente favorável à cor do blogue e ao formato das letras, bem como à sua autora. A dona deste blogue com um cê cedilhado apoiado no nariz fica que é uma maravilha.
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