O leitor imagine um homem feio mas aprumado – o aprumo não está vedado aos de nenhuma beleza, não é verdade? -, a boca larga, duas orelhas de abano, um nariz ossudo e uns óculos muito discretos assentando na cara. Já está? Ótimo. Agora ponham um sorriso amarelo nessa cara, os cantos da boca quase roçam as orelhas enormes e com a contração facial o nariz toma uma largura descomunal. Obterão uma expressão de Sherk apaixonado, ou algo assim, mas em magro e esqueçam o verde, imaginem-no em cor de pele de humano caucasiano. Conseguiram? Então ei-lo. Se quiserem desenhem-no... Gostava de ver.
Conclusão:
Eu sei que sei escrever. A verdade nua e sem artifícios é: sei escrever; sei pôr em palavras o que quero dizer. Mas existem momentos em que não sei, não encontro um modo escrito de chegar ao cerne do que quero expôr. Tive uma vontade imensa de descrever a cara que o senhor António (um dos meus mais caricatos vendedores) fez quando eu lhe disse que só queria uma coisinha. Pus-me no lugar de leitora e lá me safei...
1 comentário:
Quando passo por aqui espero ler um ou dois textos mas...surpresa são duzias.
Fico perdido e encantado. Muito para ler e basta apenas assinalar uma presença.
Se eu conhecesse esse Senhos António... tentava.
Bom fim de semana.
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