quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A fábrica

Ele contou-me de quando ia às fábricas detetar avarias e eliminá-las. Aquilo era um horror - o mulherio - eram mais que as mães. Diz que elas eram umas trezentas, para aí, metiam-se com ele, abusando da sua pacatez. Houve alturas em que fingiam avarias, inclusive, chamavam-no lá e não era nada além duma ficha desligada da tomada. Expunham-se-lhe escandalosamente, oferecendo o sexo por meio de gestos explícitos. Um autêntico descalabro...
– Não acredita? Ah, você não acredita...
Diz ele, depois de me contar as – pequenas? furtivas? - ocorrências libidinosas.
Não sei que cara fiz mas sei que não soube que 'cara' fazer. Não é que não acredite... Eu só acho o seguinte: os homens não entendem subtilezas de calibre sexual, não atuam se não forem chocados, especialmente os pacatos. Tem de ser tudo escarrapachado em caso de necessitada atividade ou simples deleite, com ou sem franqueza. E a esses, aos pacatos, existe um prazer imenso em provocar, pelo sentimento de poderio que advém dessa provocação. E, assim, estaremos perante o eterno feminino - elas andam sempre de volta dum gajo e o caraças...

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