quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Há horas felizes

No corredor do supermercado onde abundam os cafés estava um senhor. A bem dizer era um senhorinho. Era muito pequeno, raquítico, mesmo. Senti-me imensa e muito alta. Estiquei-me para apanhar o meu cafezinho, mas quis fazer a coisa tão em maneiras de fazer crer ao senhorinho: 'olha só para mim, vês como sou alta e ágil?' que não me estiquei o suficiente, estava mesmo com a mania das grandezas, portanto, e, vai daí, cai um daqueles pacotes de colherinhas que estão presos ali assim, por modo a que as pessoas facilmente lá deêm com o olhar e comprem. Dei um salto, que dar saltos, para quem não sabe, é uma das minhas vulgaridades, pedi desculpa, pois apesar de tudo sou educada. Por parte do senhorinho houve zero movimentações e zero emoções e zero expressões, o que me fez abalar imediatamente a ideia de lhe pedir que me apanhasse o pacotinho, uma vez que ele se encontrava bem mais próximo do chão que eu!

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