Quando abri pela primeira vez o livro 'Mrs. Dalloway' de Virgínia Woolf estava na Livraria Lello, no Porto. Havia um marcador do próprio livro nas páginas 88/89, logicamente o livro abriu aí. O que li transpus imediatamente para a minha personalidade e para as minhas vivências.
Não, não é presunção achar-me parecida com descrições, ou com um pequeno excerto, de uma obra literária de tão grande porte como esta, é reconhecer-me. Apenas e só isso.
E é claro que gozava imensamente da vida. Fazia parte da sua natureza desfrutar das coisas (embora só Deus soubesse que ela tinha as suas reservas; Peter muitas vezes sentia que, após todos aqueles anos, apenas conseguia traçar de Clarissa um pequeno esboço). Em todo o caso, não existia qualquer amargura nela, nenhum daquele sentido de virtude moral que é tão repulsivo nas boas mulheres. Ela gostava de praticamente tudo. Se se passeasse com ela pelo Hyde Park entusiasmava-se com um canteiro de túlipas, mais à frente com uma criança num carrinho, depois com um pequeno drama absurdo que criava, no momento, por impulso. (…)
Possuía um sentido de humor verdadeiramente refinado, mas precisava de pessoas, sempre pessoas, para o incentivarem.
Possuía um sentido de humor verdadeiramente refinado, mas precisava de pessoas, sempre pessoas, para o incentivarem.
2 comentários:
Acho que a Ms. Dalloway tem tudo a ver consigo
:)
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