Primeiro ouço o estúpido do cão. Ladra sem motivo, como sempre. Esganiçado e irritante como ele só. O raio do cão, pá... Agarro com a mão toda numa brocha daquelas que tem a cabeça à banda com intensa avidez e preparo-me para o ver invadir o meu espaço. Neste momento estou alerta, pronta a atacar, na minha cabeça soam vozes de comando:
É hoje que te racho os cornos!
Vem cá que é hoje que te racho os cornos!
Atreve-te a entrar e vais ver se não é hoje que te racho os cornos!
As vozes comandam-me a mim própria, claro. A coragem é praticamente nula.
Pouco depois deixo de o ouvir. Pronto, foi embora. Melhor assim, já se vê.
Logo a seguir verifico com horror que o bicho deixou um rasto amarelo num dos sacos com mercadoria que eu já havia preparado e deixado lá fora à espera da minha 'boleia'. Urina. Amarela e espessa. E mal cheirosa também. Enojada, retiro com a ponta dos dedos as lâmpadas e, por maiores que fossem os meus esforços, não consegui levar a cabo tal tarefa sem me sujar. A mim e ao conteúdo do saco: lâmpadas.
Portanto, é assim: nas minhas prateleiras existem lâmpadas cuja embalagem tem pinguinhos de urina canídea. Se o caro leitor precisa de lâmpadas e sabe onde para esta ilustre vendedora... Não se chegue cá. Ou então compre outras coisinhas...
Mas uma coisa é certa: as ditas lâmpadas são para vender…
2 comentários:
O melhor, em vez de lhe partir os cornos, talvez cortar outra coisa. Pense nisso!
Ah pois! Olhe que nem me tinha lembrado dessa... ;)
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