Lembro-me d' A Folha da Rosa, lá de quando em quando. É uma criação minha com cerca de dois anos a que nunca dei um andamento capaz. A ideia inicial era contar um episódio fora de série; estranho; invulgar, passado nesta rua de onde escrevo.
A dúvida persegue-me e atrofia-me a criatividade:
Existem efetivamente situações mirabolantes na minha vida, ou sou eu que as transformo?
Um dia, um cliente chinês que mal falava português, mas no entanto era muito expressivo e comunicativo, abriu o saco que trazia consigo, retirou uma banana e estendeu-ma como oferta.
Hum... OK, 'migo. Obrigadinha.
Recomendou-me vivamente que não a comesse nesse dia, que ainda estava velde, comesse-a no dia seguinte, que já estaria madula. Assim fiz.
E depois lembrei-me d' A Folha da Rosa, o meu jornal diário e privado. Não tenho medo que não se entenda o que escrevo, tenho (muito!) medo que não se pareça com a realidade dos meus dias.
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