Um homem que vem aqui pedir aos três euros emprestados de cada vez para comprar tabaco, e que é maluquinho... mas não é parvo, convém acrescentar, esteve a contar-me do...
«Corte que tenho no dedo porque andei a ajudar os senhores do talho a transportar a carne e depois o dedo escorregou e aleijei-me num daqueles ganchos assim muito grandes e veio logo um do talho e puxou-me a pele doeu-me tanto e eu queixei-me e veio outro a seguir e também puxou e eu queixei-me mais ainda e fiquei logo com os nervos em franja...»
Aqui para e olha-me com uma expressão alucinada, tem os olhos abertos, a boca num espanto desmesurado...
«Sabe que eu sou doente, não sabe menina? A menina sabe que eu sofro dos nervos, não sabe?»
Hum-hum! Sei, pois.
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