Há aquela pessoa que passa na rua e olha para ti, que estás aí especada e indefesa. Aparentemente aquela pessoa não quer nada do teu espaço mas depois de te olhar nos olhos, de ver a tua figura estática, imita-te e trava bruscamente os passos como se o simples facto de te ver lhe tivesse lançado ao cérebro um lembrete sonoro: quero comprar cânfora, quero comprar cânfora, quero comprar cânfora!
Aquela pessoa é estranha, tem o cabelo revolto e um ar lunático, tu não queres nada daquela pessoa, não queres olhar nem falar com ela, tens medo. Mas aquela pessoa quer-te pedir a cânfora porque viu os teus olhos e esses estavam a olhar para essa pessoa que quer cânfora mas não se lembrou de tal enquanto não te viu.
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