Escreveria um preâmbulo acerca da vida atual das lâmpadas e derivados mas não vou escrever. Pois é. Daria um trabalho descumunal e tal movimento literário seria infrutífero, uma vez que ao momento não tenho a criatividade no auge.
Maquiavélica (vou chamar-lhe este nome pomposo e cheio de graça porque um dia me enganei em cinco cêntimos e caiu-me a drogaria em peso no alto da cabeça) queria lâmpadas. Seis. Maquiavélica hoje riu, para meu gáudio. Riu contrapondo a seriedade, mas riu. Mostrou os dentes amarelos sem resquícios de batom, que a área labial estava bem colorida e fixada, com produtos de qualidade elevada. Tem um carrapito ridículo no alto da cabeça, ao qual a minha mãe chamaria 'cagalhão', caso a visse. Mas deixo as particularidades graciosas da minha mãe para textos vindouros.
Pus a Maquiavélica bem-disposta, é o que é. Eu ou as minhas frases simples, pouco importa. Primariamente falei de filamentos e casquilhos roscados e27 com muita propriedade, posteriormente o retângulo antiquíssimo, com dois orifícios similares em tudo menos no diâmetro, onde se testam as lâmpadas não estava a funcionar e por isso todas me estavam a parecer fundidas. E não estava a funcionar porquê? Porque eram horas de almoço e eu já havia desligado a luz... Que quando a madame se fez chegada eu estava de abalada, molho de chaves tilintando, mala na mão. A postos para a pausa restauradora, pois é.
Maquiavélica riu, o que merece atenção e um texto alongado no blogue. Foi um riso posterior à minha graça e aos meus conhecimentos, não um riso escarninho devido ao esquecimento, não, antes um riso cúmplice, afinal a bicha tinha chegado àquela hora e eu não a havia mandado embora, era melhor dar-me um descontozinho de pessoa cheia de rigores mas condescendente. Então, riu. Acrescento, ainda, que ali pelo meio o riso me pareceu amoroso, tendo em conta o encontro anterior com esta distinta senhora...
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