Um dia desses eu e o meu colega tratávamos de negócios atrás do balcão dele.
Note bem: o meu colega tem um balcão, eu tenho outro e a gente dá-se bem, ainda que com picardias aqui e ali.
Na rua passou aquele moço, colega da dona Carminda lá no banco, que é assim a atirar para o esquisito. O moço cumprimentou-nos, a gente cumprimentou-o. Assim que lhe vimos as costas eu digo:
– Paspalhão!
E o meu colega, ao mesmo tempo que eu:
– Borrego!
É que este senhor|paspalhão|borrego tem um carisma estranho, uma aura lunática ou lá que é, e diz umas piadas que não lembram a ninguém, assim mais ou menos como eu, vá. Só que eu não trabalho num banco, não ando pimpona nem armada aos cucos, não sou borrega nem paspalhona.
Não, ele não ouviu nada do que dissemos, é paspalhão e borrego.
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