O meu colega é o meu empresário, por assim dizer. Creio que nunca tinha mencionado este facto no blogue. Mas é isso mesmo. O meu colega é que divulga o livro, insistiu que eu fosse convidar a pintora. E eu fui.
Isto de eu ter um tipo de trabalho que me permite andar de casa em casa ajudou bastante, sei perfeitamente onde mora a senhora.
Há dias fui lá, cheia de um intento um tanto ou quanto falso em matéria de coragem e determinação. Olhei para a porta do prédio e não me aguentando abalei dali, cheia de medo. Três ou quatro metros à frente estaquei e ordenei a mim mesma que me portasse como deve ser, como uma pessoa adulta e tornasse ao local de onde havia fugido. Voltei a ficar junto à entrada e toquei no botão do primeiro andar ainda meio a medo. Sinceramente a minha vontade era que a senhora não me atendesse porque eu estava cheia de vergonha, não é fácil ir a casa de alguém sem que estejam à nossa espera, se ainda por cima não temos muito à-vontade ou confiança, como é o caso. Não atendeu. Vim embora, num misto de alívio com deceção.
Ontem fui lá outra vez, desta feita com uma dose de coragem um tudo-nada mais elevada. A senhora estava em casa, recebeu-me com muita cortesia, agradeceu o convite, referiu que não prometia ir mas fará por isso, mostrou-me mais dois dos seus quadros, um deles bem bonito, por sinal... E pronto, já está, não custou nada nem nada.
Sem comentários:
Enviar um comentário