sexta-feira, 30 de março de 2007

Olá...



Pelo estado da minha mesinha-de-cabeceira, acho que dá para notar que estou com uma valente constipação...
:'(
foto: é mesmo... a minha mesinha-de-cabeceira

terça-feira, 27 de março de 2007

Pensamentos impublicáveis

Há vários dias que não escrevo aqui nada... de momento, tudo o que anda na minha cabeça é impublicável...
A minha vida é muito complicada. Escrevi que a minha vida é complicada consciente de que há vidas muitíssimo mais complicadas que a minha. Eu nem devia queixar-me da minha vida. Afinal de contas tenho casa, comida, trabalho, saúde, amor... mas... também estou consciente de que este é o meu blog e que escrevo aqui o que eu quiser e como eu quiser... tenho esse direito porque este espaço é meu.
Estou tão cansada, que quando fecho os olhos sinto tudo a girar à minha volta. E estou tão triste, frustrada e insatisfeita comigo mesma e com a minha vida, que sinto frio...
Mas tenho que continuar. Existe muita coisa dependente de mim. Faço falta. Tenho que continuar. Tem que ser.

quarta-feira, 21 de março de 2007

O Meu Pai

Andávamos nos preparativos para a partida do meu pai em trabalho para a Arábia Saudita. Estávamos em Abril de 1979 e em minha casa reinava um ambiente tenso e triste.
Apesar de ser uma criança naquela altura, apercebia-me muito bem do que me rodeava. Também eu sentia já saudades do meu pai antes de ele partir, sabia que iria sentir a sua falta à mesa quando chegasse a hora do jantar, sabia que não poderia contar com ele para me esclarecer eventuais dúvidas que tivesse na escola e sabia que a minha mãe e o meu irmão iriam andar tristes e deprimidos. Isso entristecia-me a mim também e causava-me uma sensação de impotência porque não havia nada que eu pudesse fazer para minimizar o desconforto que todos sentíamos.
O meu desejo mais íntimo era poder ir com o meu pai, por não querer estar longe dele e por sentir uma curiosidade imensa acerca do sítio para onde ele ia trabalhar - Arábia Saudita.
No meio de toda aquela azáfama tive uma ideia - já que eu não podia ir com ele, enviaria algo que viajasse com ele. Fui buscar um saquinho de pano que eu própria tinha feito, algures durante as férias de Verão, dos restos de tecido da minha mãe e arranjei uma pedrinha branca, redonda e lisa. Não podia ser uma pedra qualquer, tive o cuidado de escolher uma pedra perfeita. Achei que seria giríssimo depois, quando o meu pai regressasse, eu ter na mão algo que já estivesse estado na Arábia Saudita, um lugar que eu nem fazia ideia onde seria. Pus a pedrinha dentro do saco e fui ter com o meu pai.
- Pai, eu queria que levasses isto contigo para a Arábia - não foram precisas grandes explicações, o meu pai entendeu o meu gesto na mesma hora. Ainda hoje recordo a sua expressão calma e ponderada, ele sabia perfeitamente que o que eu queria era mandar algo que o fizesse lembrar de mim enquanto estivesse fora. Algo que fosse e viesse com ele e que tivesse estado onde ele ia estar.
- Está bem, filha. O pai leva e traz este saquinho com a pedrinha. Vou pô-lo aqui dentro da mala, vês? Depois quando eu cá chegar mostro-to.
Hoje, adulta e mãe que sou, sei que não era preciso eu ter dado um saquinho ao meu pai para que ele não me esquecesse enquanto estivesse fora, o meu pai iria estar sempre com a família no pensamento. Mas a mentalidade infantil é isso mesmo - infantil - está em formação. O meu pai sabia que aquilo era importante para mim, não desdenhou da minha infantilidade e fez-me a vontade.
Quando regressou, cinco meses depois, mostrou-me o saquinho com a pedrinha lá dentro.
- Lembras-te de me teres dado isto? Toma, está aqui. Foi e veio comigo.
Segurei no saquinho e pensei: " Que giro! Isto esteve tão longe!... E agora está aqui comigo!..."
O Dia do Pai já passou. Só hoje tive tempo de escrever que já se andava a formar na minha cabeça há algum tempo. E esta é a minha homenagem ao meu pai, que é e sempre foi, um homem muito inteligente, calmo, sensato e com uma personalidade muito interessante. Já escrevi acerca do meu pai noutro
post e agora vou repetir o seguinte: quando envelhecer quero ser como o meu pai.

sábado, 17 de março de 2007

O que se segue é apenas um breve instante da minha imaginação:


Nos últimos dias tem crescido a sensação de que há determinada área da minha vida que é uma grandessíssima... pouca de Chica Maroca*.
Se eu pudesse, partiria aquilo tudinho aos bocadinhos pequenininhos. Desmantelava aquilo devagarinho, com convicção e muito prazer. Ficaria suada, cansada e cheiinha de pó, mas não faria mal nenhum, isso apenas significaria prazer a dobrar. Em seguida, contrataria uma daquelas empresas que tratam de colocar resíduos no seu devido lugar, os funcionários da empresa executariam o trabalho rápida e eficazmente, sob o meu comando, evidentemente, e depois... eu viveria feliz para sempre!!!
Isto aconteceria se eu pudesse, mas não posso... estou de pés e mãos atados e isso atrofia-me tanto, mas tanto, que me parece ter também o pensamento atado, estou cheia de nós, vivo preocupada e em constante tensão.

As perguntas surgem em rajada, sem que eu tenha tempo de responder. Ainda assim, espera-se que eu responda a tudo rapidamente. Pensam... pensam que sabem a minha vida, os meus gostos, o que faço, como faço, o que quero... pensam que sabem porque não me ouvem.
Quando questiono, quando me exalto, nunca é o que eu estava a pensar, percebi mal... até nem era nada daquilo e tal... eu é que tenho paranóias e assim...
O que faço nunca está no ponto certo, ou é demais ou de menos, os meus empenhos são desmontados à frente dos meus olhos. Não há um incentivo, um elogio, nada... aliás, há alguma coisa... há sempre a desconfiança da minha competência, da minha eficiência e da minha experiência. Tudo isto é questionado todos os dias, várias vezes ao dia e quem questiona não espera pela resposta... porque não me ouvem?
Já lá vão tantos anos... e eu ainda não aprendi a lidar com isto... o que faço é pensar para mim própria:
" Deixa andar... molda-te tu à situação, não há como evitá-la, tens que dar um desconto, não há volta a dar-lhe, tens que aguentar... "- até quando?
Está tudo bem à minha volta, estão todos bem, menos eu... e o pior é que eu e a minha vida não interessam para nada a quase ninguém... ninguém me pergunta como estou querendo mesmo saber... e penso:
" Abre-te, abre o teu coração, deixa entrar..." - e eu deixo, mas magoam-me. E penso:
" Liberta-te, solta-te, deixa sair o que está aí dentro, vá lá... não custa nada..." – e eu vou atrás do meu pensamento, mas não páram para me ouvir nem compreendem nada do que digo.
Estou num buraco fundo e negro, não vejo nada, onde está a saída? Não vejo. Não vejo porque não existe saída. Mesmo assim tenho que continuar. Até quando? Até um dia... esse dia existe, eu só não sei quando será...





* termo vulgarmente utilizado pela minha mãe e que substitui muito simplesmente a palavra: merda


foto: eu...

quarta-feira, 14 de março de 2007

Escola

Sempre que vou à Escola onde andam os meus filhos (que já foi minha, ainda que noutras instalações) e fico no corredor à espera de concretizar o propósito que me levou até lá, reconheço os móveis dos meus tempos de estudante, expondo os trabalhos manuais que os alunos executaram. Os móveis contém:
- Uma velha máquina de escrever
- Troféus de várias modalidades desportivas (o rico filho teve parte nalgumas delas)
- Bonecos com trajes tipicamente saloios
- Réplicas de lucernas, lanternas, candeias e candeeiros
- Alguns tipos de tecidos
- Trabalhos escritos ou desenhados
Sou invadida pela nostalgia e fico orgulhosa da minha cidade e de ter pertencido a esta Escola. Uma Escola que não centra a atenção somente na matemática e no português. Nesta Escola existem actividades extra-curriculares, é um local onde se aprende de tudo um pouco, aprende-se que a vida não é só escola, há outras coisas para desenvolver e aprender.

terça-feira, 13 de março de 2007

Pois bem...

... e agora que, provavelmente, já ninguém escreverá acerca do Dia Internacional da Mulher, escrevo eu. Não é por nada, é só porque me foi totalmente impossível escrever aqui nesse dia. Assim sendo, escrevo hoje.
Concordo que se comemore este dia, mas parece-me que hoje em dia, tanto se comemora, que se acaba por promover a desigualdade. Sim... porque eu que sou mulher tenho um dia dedicado a mim e os homens não têm. Aí eu vejo uma diferença.
Durante a semana que passou, num gabinete de estética, manifestei esta minha opinião e "caíram-me" todas em cima (lol) dizendo que somos especiais, que o dia dos homens é todos os dias, blá blá blá...
Sim, sou especial porque sou mulher. Quem carregou os meus filhos na minha barriga e quem sofreu as dores de parto fui eu. Mas... alguém teve que participar activamente para que isso acontecesse, não??? Ora bolas!... Então os homens também são importantes e eu ia adorar que eles também tivessem um dia dedicado somente a eles.
E pronto! Não vou escrever mais acerca disto até porque gostei muito da flor que recebi da mão de uma menina quando entrei e outra quando saí nas Galerias Aqua Roma no dia 7... sim, no dia 7. Começaram a comemorar mais cedo e tudo...
Gosto de ser mulher, gosto dos homens e gosto principalmente das diferenças existentes entre homens e mulheres.
Bom resto de semana!!!

sábado, 10 de março de 2007

SE EU FOSSE O MEU BLOG...


Se eu fosse o meu blog acharia que a Gina usa a subtileza até para escrever...

Se eu fosse o meu blog ansiaria que Gina escrevesse espontâneamente e não mantivesse tanto tempo os textos em rascunho...

Se eu fosse o meu blog pediria à Gina que arranjasse maneira de ter Internet no local de trabalho para assim ela dar largas à imaginação e usar bem melhor a espontaniedade que possui...

Se eu fosse o meu blog queria ter voz para dizer à Gina que deixe de esperar que quem a conhece pessoalmente visite ou comente este espaço...

Se eu fosse o meu blog aconselharia a Gina a esforçar-se por se concentrar mais quando está a escrever e não deixar a frase formar-se no seu pensamento antes de ter tempo de a escrever...

Se eu fosse o meu blog acharia que falta aqui qualquer coisa... falta tempo...

Falta-me tempo para manter este espaço como gostaria...
autora da foto: Ana Cláudia

quarta-feira, 7 de março de 2007

Desafio

7 coisas que faço bem:


1 - comer

2 - andar a pé

3 - arrumar prateleiras

4 - convencer o meu marido e/ou os ricos filhos a fazer algo

5 - bolos e doces

6 - ...

7 - bolas... está difícil... é muito mais fácil descobrir o que não sei fazer bem...


7 coisas que não sei fazer bem


1 - explicar a um cliente como funcionam os cadeados com segredo, cada vez que tenho que vender aquilo é um problema

2 - perceber e trabalhar com o programa Excel... :'(

3 - andar devagar, para mim é horrível porque me cansa bastante

4 - abrir objectos, por exemplo o telemóvel quando é preciso retirar a bateria ou um aparelho a que tenham acabado as pilhas, ou seja, tudo o que possua aquele género de fecho

5 - segurar com naturalidade em objectos delicados e quebráveis, porque receio deixar cair, então... lá se vai a naturalidade e acho que vou partir tudo...

6 - aplicar o eyeliner direitinho e fininho

7 - enfeitar uma jarra com flores, fica sempre assim... tudo ao molho e sem alma


7 expressões que uso habitualmente


1 - Hi there!

2 - Na-na-ni-na-não!

3 - Então ó nosso, está tudo bem ou quê?

4 - Quem me dera ser rica!...

5 - Pois... assim parece...

6 - Larilolela

7 - Arióp'sss


7 celebridades


1 - A minha Mãe e o meu Pai (porque não? Para mim são célebres)

2 - Tina Turner

3 - Simone de Oliveira

4 - Kevin Kostner

5 - Jennifer Lopez

6 - Beyoncé

7 - Cindy Lauper


E agora passo o desafio a quem sinta vontade de responder.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Viajar à moda antiga

Hoje vim de transporte público para casa, o que raramente acontece.
Foi giro... tem-se uma outra prespectiva do regresso a casa. As pessoas não deixam de andar apressadas, mas... andam apeadas e não dentro de carros a buzinar ou a gesticular, furiosas com o trânsito. É aí que está a diferença.
Foi giro... a camenéte* - é assim que se pronuncia por aqui, em terras saloias - até tinha cobrador e tudo. O Senhor Cobrador fez um corte oblíquo de modo a apanhar o valor do bilhete, fez dois furinhos, um no dia e outro no mês correspondente ao dia de hoje e... enganou-se no troco!... (lol)
Foi giro... tudo à moda antiga...

BOM FIM DE SEMANA!!!

* camioneta