sábado, 28 de abril de 2007

Restauro

"Depois de passearmos à beira-mar foste dar um mergulho e eu não quis ir contigo. Disse-te que a água estava demasiado fria para o meu gosto. Virei costas ao mar e rumei para a toalha. Depois de lá chegar, sentei-me ao lado dos miúdos a descansar. Ri e brinquei com eles ao mesmo tempo que te observava. Tens um grande à-vontade dentro de água, adoraria ter a facilidade que tens.
Enquanto olhava e não olhava, dei por ti sentado à beira-mar. Lá estavas tu, sentadinho a contemplar o mar. Tive vontade, mas não fui ter contigo. Achei melhor deixar-te sózinho a curtir esse momento. Senti que precisavas estar sózinho e dei-te espaço.
Enquanto te observava, pensei que o que estava a ver daria uma bela foto, tu a olhar para o mar e sendo invadido por aquela calma que sentimos quando observamos algo grandioso, algo maior que nós.
Desejei profundamente que aquele momento servisse para restaurar o que quer que fosse que te andava a apoquentar há dias.
Mais tarde, a caminho de casa... disseste-me que aquele momento te tinha feito muito bem..."

Às vezes chateio-me comigo própria, por achar que sou observadora e intuitiva em excesso. Mas também há momentos na minha vida em que é um regalo possuir essas características. O texto em cima é uma prova disso mesmo.
foto: Costa da Caparica

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