Aviso: este post é lamechas.
Adenda ao aviso: estou-me nas tintas para isso.
Hoje, dia 25 de Julho de 2007, deixa de haver crianças cá em casa. O "Benjamim" cá de casa nasceu há 13 anos, agora é um adolescente e as coisas infantis deixarão de fazer qualquer sentido. Não quero com isto dizer que acho que haja uma data estipulada para tal, o crescimento é gradual e é gradualmente que me vou acostumando ao desenvolvimento dele(s). A vida avança e já não sou mamã de uma(duas) criancinha(s) mas sim de um(dois) adolescente(s).
Sempre que algum dos meus filhos começa uma nova etapa da vida eu faço uma espécie de retrospectiva para ir lembrando e assim conservar na minha memória o que não quero esquecer. Neste post vou centrar-me apenas no rico filho*.
Os sorrisos de bebé eram, na grande maioria das vezes, para mim, porque quase ninguém o fazia rir. Quando os olhos pestanudos estavam carregadinhos de sono era tão bom ele enroscar-se no meu colo... não há nada mais enternecedor do que uma criança a dormir. Ainda hoje, quando vejo o meu filho a dormir o que sinto é algo semelhante a calma e tranquilidade, sou invadida por um sentimento que não sei definir melhor do que isto: amor.
Ainda mal sabia falar já levantava o dedo quando lhe perguntava: "Quem é que é lindo da mãe?"
Houve uma altura em que mantinha o olhar fixo nas jantes brilhantes do nosso carro (o André tinha um enorme fascínio pelas jantes do Passat) enquanto a mãozinha nos fazia adeus quando o deixávamos na casa da minha mãe para irmos trabalhar. Não quero, de maneira nenhuma, que pareça que o meu filho ficava infeliz na casa da minha mãe. Só que o coração de mãe chora com algumas situações e para mim, deixar o meu filho para ir trabalhar sempre teve o seu peso.
Quando estava muito concentrado com algum brinquedo mais difícil de manusear, soprava, soprava, soprava... até conseguir o que pretendia.
Gostava (e gosta) de coçar as marcas que a roupa deixa na pele. Ok... esta é um bocado estranha...
As primeiras letras que ele escreveu quando entrou para a escola eram do tamanho de uma folha A4. Cedo percebi que o André nunca iria ter uma letra bonita, mas sei que isso só terá importância se eu der importância.
Na Primária, sempre foi considerado um bom aluno, com interesses fora do normal, tais como Meio Físico e Vida Animal. No Secundário, tem mais facilidade em Ciências e Físico-Química.
Para vir a ser cientista, ou algo do género, o André precisaria de alterar a sua postura perante a vida... porque teria que ser mais estudioso e menos preguiçoso...
Hoje o André é maior que eu (também não é preciso muito...) e tem a voz grossa. Quando me atende o telefone custo a ter a certeza de que é ele que está a falar comigo. Está mesmo na adolescência, não retém quase nada do que se lhe diz e tem dificuldade eu lidar com sentimentos e em exprimir opiniões. (homens!!!)
- André!... Que tal, achas que estou gira? - o André encolhe os ombros ou exclama: "Sei lá!..."
- Então não sabes se gostas de me ver com esta roupa? - o André encolhe os ombros ou exclama: "Sei lá!..." Mas eu que sou mãe dele e não há ninguém neste mundo que melhor o conheça, sei que aquele "Sei lá!..." quer dizer que sim...
Enfim... do André eu lembro as tropelias, as birras, os sorrisos, as gargalhadas, as exclamações, as respostas prontas e peremptórias e sei que ainda haverá muito mais de tudo isto para eu assistir e aturar...
Muito, muito mais haveria para escrever mas infelizmente não me ocorre mais nada de momento. Para o ano há mais...
*Oportunamente chegará a vez da rica filha.
foto: conforme se pode ver, o André não gosta de tirar fotos...
autoria: minha