Já não me lembro onde li mas sei que uma vez li que quem tem o hábito de escrever, o faz porque a sua própria vida não tem interesse. Eu gosto de escrever e não tenho uma vida desinteressante. Profissionalmente falando (escrevendo), sou balconista. Que é uma profissão interessantíssima... para quem vê de fora. Muitas vezes sou psicóloga sem canudo ou remuneração equivalente a tal profissão, ouvinte quando o que me apetece é ser eu a falar, e conselheira em assuntos que não me são concernentes.
Depois, sou nora do dono da loja onde trabalho o que faz com que as pessoas pensem, para além de que sou também eu dona da loja - e portanto, tenho rios de dinheiro - que eu ando a comer as coroas ao velho.
Há quem me adore porque reconhece que me farto de trabalhar para manter a loja a funcionar tratando de toda a gestão de stok's e balcão. E há quem me odeie porque acha que eu não faço nenhum porque às vezes estou sentada na secretária ou porque chego às quinhentas.
Normalmente, tenho sempre uma mui grande vontade de mandar algumas pessoas à merda. Mas ao mesmo tempo sei que não posso porque - até - sou uma pessoa responsável e educada. Por isso, tenho consciência que atrás de um balcão não se pode tomar atitudes drásticas ou radicais.
Não tem tanto interesse, a minha vida? Claro que tem! Até porque, às vezes, tenho uma vontade danada de fumar umas ganzas ou mandar umas quecas em sítios estranhos. O que talvez não tenha tanto interesse é que quando me apetece mandar uma queca... só me lembro do Luís. Talvez isso tenha interesse apenas para mim. Menos mal, portanto.
Este post começou... nem sei como, continuou queixoso, seguiu revoltado e acabou a parvar. Tens razão... vou parar de escrever. Mas só hoje!
4 comentários:
Eu acho que já fumaste a ganza.:-)
Nop! Aí ainda não cheguei...
Mas por acaso, relendo hoje o que escrevi há dias, acho que tens razão, parece mesmo que fumei uma ganza...:-)
Obrigada pelo comentário, Waterfall.
Não se passou nada :)
Li em qualquer sítio que grandes escritores (ou seria grandes escritoras?) tiveram vidas aventureiras e penso que em parte poderá depender de nós conseguir ver o que há de interessante no que fazemos, como o Tom Sawyer a pintar o muro. E tu escreves de uma forma interessante.
Redonda:
Pois que mais uma vez... obrigada pelas tuas palavras.
:-)
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