sábado, 15 de março de 2008

Em parte, o meu Sábado foi assim

O despertador acordou-me. Levantei-me e despachei-me. A vontade de ir ao ginásio não era nenhuma mas estava ainda inconsciente da falta dela. O Luís levou o carro e parámos para beber um café perto da loja dele. Ele foi trabalhar e aí foi a minha vez de levar o carro até ao ginásio. Aos Sábados pelas nove da manhã não há muito trânsito em Lisboa, cheguei lá em dez minutos. Equipei-me e subi para treinar. Tomei consciência da falta de vontade de treinar que tinha porque olhava constantemente para o Rio Tejo lá fora. Só me apetecia ir o mais perto da água possível para sentir o cheiro do rio e ouvir as gaivotas, sentar-me num daqueles montes de ferro que outrora serviam para amarrar os barcos e ficar ali a ver e ouvir o que ali há para ver e ouvir. Sem vontade nenhuma terminei o treino e finalmente saí para a rua. O ar estava frio, soube-me bem porque eu estava quente e suada. Estava um bando de gaivotas junto ao rio. Interroguei-me porque estariam ali, costumo ouvir "gaivotas em terra tempestade no mar" mas o rio estava calmo, não sei porque estariam ali. Fiquei sentada em cima daquilo (como é que raio aquilo se chama, pá?) até ter frio. Levantei-me e caminhei lentamente até ao balneário. Parei antes de lá chegar e deitei-me numa espreguiçadeira na zona de repouso porque me lembrei que tinha tempo a sobrar, o Luís só saía às treze horas. Descalcei-me, fechei os olhos e deixei-me embalar pelo silêncio e pelo calor do local. Ao Sábado faz-se a limpeza mais profunda no ginásio e o senhor veio-me perguntar se o barulho do aspirador me incomodaria. Respondi que não, que estava ali apenas porque tinha tempo a sobrar e me dava jeito gastá-lo de alguma forma. Continuei a descansar mas já não fui capaz de fechar os olhos. Passou uma senhora que olhou para mim e disse: "Isto é que é vida!" Riu-se e eu sorri para ela. De seguida fiquei a vê-la afastar-se e começar a praticar Tai Chi Chuan sózinha. Depois, achei que o melhor era despachar-me e ir-me embora dali. Agarrei no carro e bazei. Gosto de conduzir e gosto de velocidade mas não me apetecia andar depressa. Deixei-me ir ali e tal... a ver o rio e os barcos e coiso... a Praça do Comércio tão branquinha e assim... de repente, quase sem sentir carreguei no acelerador.
Adenda: a foto é uma prespectiva do espaço de que já falei aqui e aqui.

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