sábado, 31 de janeiro de 2009

Por causa da horizontalidade do post anterior, lembrei-me disto:


Alguém perguntava com regularidade:
- Então e o avozinho, vai bem?
A entoação era carinhosa e a pergunta dirigia-se a uma senhora que havia lá na rua.
Escrevo no passado porque tanto a senhora como o avozinho já morreram.
A resposta era dada com um encolher de ombros resignado e uma pontinha de desdém:
- O meu marido ficou na posição horizontal…
O avozinho passava muitas horas deitado pela velhice e pela consequente falta de saúde. E também não era flor que se cheirasse.
Há pessoas de quem eu me lembro com saudade, mesmo que não cheirassem lá muito bem. É este o caso.
Às vezes, escrevo propositadamente sobre certas pessoas para mais dificilmente me esquecer delas.

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