A Dona Antonieta perguntou-me se eu gostava de trabalhar ao balcão. Respondi-lhe que não morro de amores...
Depois a conversa variou. Tanto falámos, tanto falámos, que a dada altura eu contei-lhe que gosto de escrever e que mantenho um blogue onde publico aquilo que escrevo. Disse-lhe também que sei perfeitamente que, ainda que não morra de amores pela minha profissão, esta é óptima para desenvolver a escrita e que o que vivo durante o tempo em que estou atrás do balcão me favorece enormemente no sentido de conhecer as pessoas e a vida e a partir daí escrever.
À medida que ia falando ia crescendo em mim algum orgulho pelo espanto que causei e ao mesmo tempo o arrependimento por revelar tal coisa.
Senti uma espécie de vitória amarga. E se a Dona Antonieta se lembra de ir até à Internet? Decerto haverá aqui posts que não gostaria que algumas pessoas lessem. Não, claro que isso não vai acontecer, a Dona Antonieta não tem Internet lá em casa. Além disso, se ela estivesse realmente interessada em ler isto ter-me-ia perguntado imediatamente qual o endereço do meu blogue.
Nunca quis escrever no anonimato mas penso muitas vezes nesta questão. Se sim, ou se não.
Também são muitas as vezes que penso como será se algum dia chegar a conhecer pessoalmente algum dos meus leitores. Será que o que escrevo dá uma ideia errada de mim? Será que vou desiludir? Escrevo p’ra caraças mas não falo p’ra caraças, quando isso acontecer, se acontecer, que vou eu dizer? Não vai sair nada na certa!
Depois a conversa variou. Tanto falámos, tanto falámos, que a dada altura eu contei-lhe que gosto de escrever e que mantenho um blogue onde publico aquilo que escrevo. Disse-lhe também que sei perfeitamente que, ainda que não morra de amores pela minha profissão, esta é óptima para desenvolver a escrita e que o que vivo durante o tempo em que estou atrás do balcão me favorece enormemente no sentido de conhecer as pessoas e a vida e a partir daí escrever.
À medida que ia falando ia crescendo em mim algum orgulho pelo espanto que causei e ao mesmo tempo o arrependimento por revelar tal coisa.
Senti uma espécie de vitória amarga. E se a Dona Antonieta se lembra de ir até à Internet? Decerto haverá aqui posts que não gostaria que algumas pessoas lessem. Não, claro que isso não vai acontecer, a Dona Antonieta não tem Internet lá em casa. Além disso, se ela estivesse realmente interessada em ler isto ter-me-ia perguntado imediatamente qual o endereço do meu blogue.
Nunca quis escrever no anonimato mas penso muitas vezes nesta questão. Se sim, ou se não.
Também são muitas as vezes que penso como será se algum dia chegar a conhecer pessoalmente algum dos meus leitores. Será que o que escrevo dá uma ideia errada de mim? Será que vou desiludir? Escrevo p’ra caraças mas não falo p’ra caraças, quando isso acontecer, se acontecer, que vou eu dizer? Não vai sair nada na certa!
2 comentários:
1. Eu sou pelo anonimato. Neste momento, só uma pessoa que conheço sabe do meu blogue e fico sempre constrangida quando ele lê e tece comentários.
2. Não me parece haver grande problema em as pessoas que conheces lerem os teus textos. Não te conheço, mas esta parece-me mesmo tu. Sinto que escreves com sinceridade, sem dissimulações. E não há aqui nenhum post (que me lembre) que te deixe mal. Só há a tal questão do embaraço... Por isso, continuo a ser pelo anonimato.
3. Qualquer leitor que conheça um escritor que admira ou que, pelo menos, lê regularmente, fica decepcionado. A escrita é um processo solitário. Os escritores escrevem melhor do que falam. É essa a minha opinião.
Como nunca conheci ninguém de que leia o blogue, nem sequer nenhum escritor, não tenho uma opinião formada nesse assunto.
Não que me considere escritora, mas se decepcionar (ou se decepcionasse) alguém, então estou certa no receio que sinto de que o meu blogue não transmita uma imagem de mim fiel à realidade daquilo que sou.
Este receio transmite-me a sensação de que sou uma mentira e isso constrange-me.
Bjs
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