quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Tremelões


O tremelão

Ia um senhor no Metro falando sozinho e meneando a cabeça, cheio de tiques. Quer as frases quer os gestos, eram incompletos, pareciam partidos ao meio, não se percebia nada. Não restavam dúvidas, o homem tinha uma doença mental qualquer.
Pus-me a pensar neste tipo de doenças. Sei que cresce com facilidade um certo gozo, uma mania de superioridade. Não se liga aos malucos, embora se ligue (e muito!) aos parvos. Aos malucos pensa-se logo:«Coitado, é maluco. Que se vai fazer?»
Eu cá acho que não se vai fazer nada. Acho e é isso o que faço - nada. Já os parvos, tenho que os aturar e dar-lhes atenção.


A tremelona

Existe uma (grande, grande!) dificuldade em mim: saber quando a dona Jacinta está a responder-me afirmativamente / negativamente, ou está simplesmente bandeando a cabecinha ao ritmo a que aquela doença dos tremeliques a manda tremer...
Que problemão! Para não me partir a rir e para a entender...

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