O homem entrou na loja e perguntou-me se eu tinha piaçabas à antiga. Respondi que sim. Depois de ter na mão um "piaçaba à antiga" perguntou-me:
- E isto é feito de quê?
- É feito de piaçaba natural* - respondi num tom neutro mas pensei para comigo em tom indignado: "É claro que é feito de piaçaba!!! Afinal, foi o que me pediu!!!"
Ele quebrou o meu pensamento indignado porque pegou em dois piaçabas, um em cada mão e, em cima do balcão, simulou um tambor. Olhou para mim e sorriu perante o meu olhar que espelhava espanto.
- Sabe p' ra que quero eu isto? - perguntou-me, referindo-se aos piaçabas. Continuava a fingir que tocava num tambor manipulando os piaçabas como se fossem as baquetas** de um tambor. Demonstrava grande à-vontade no gesto denunciando assim que sabia mesmo manusear tais objectos.
- P' ra tocar num tambor?! - perguntei-lhe de volta, completamente surpreendida.
- Sim - disse simplesmente. E riu. Muito. Ri também por contágio e também pelo prazer da descoberta. E ele ia tocando em cima do balcão de vidro e rindo porque o toque produzia mesmo um som. E eu ria-me com ele.
- Hã? Que tal? Faz um som porreiro não faz?
- Faz - respondi eu - mas é capaz de em cima do tambor fazer um som diferente por ser de outro material - eu e a minha mania dos pormenores, até parecia perceber alguma coisa de tambores ou de percussão.
- E isto é feito de quê?
- É feito de piaçaba natural* - respondi num tom neutro mas pensei para comigo em tom indignado: "É claro que é feito de piaçaba!!! Afinal, foi o que me pediu!!!"
Ele quebrou o meu pensamento indignado porque pegou em dois piaçabas, um em cada mão e, em cima do balcão, simulou um tambor. Olhou para mim e sorriu perante o meu olhar que espelhava espanto.
- Sabe p' ra que quero eu isto? - perguntou-me, referindo-se aos piaçabas. Continuava a fingir que tocava num tambor manipulando os piaçabas como se fossem as baquetas** de um tambor. Demonstrava grande à-vontade no gesto denunciando assim que sabia mesmo manusear tais objectos.
- P' ra tocar num tambor?! - perguntei-lhe de volta, completamente surpreendida.
- Sim - disse simplesmente. E riu. Muito. Ri também por contágio e também pelo prazer da descoberta. E ele ia tocando em cima do balcão de vidro e rindo porque o toque produzia mesmo um som. E eu ria-me com ele.
- Hã? Que tal? Faz um som porreiro não faz?
- Faz - respondi eu - mas é capaz de em cima do tambor fazer um som diferente por ser de outro material - eu e a minha mania dos pormenores, até parecia perceber alguma coisa de tambores ou de percussão.
- Hã? Não!! Mas dá p' ra ver!!... - sorriso aos molhos que rapidamente se transformou em sonoras gargalhadas - até me fez rir!! Já viu?!
Fiquei a pensar se ele se estaria a rir porque me fizera rir a mim ou porque aquilo de que alguém lhe falara (tocar tambor com piaçaba) afinal era mesmo verdade; era mesmo assim; fazia um som mesmo porreiro...
Quero voltar a vê-lo para lhe perguntar.
*Nome de duas palmeiras que produzem fibras empregadas no fabrico de vassouras. Pesquisado aqui
**Ai o que eu andei para saber o nome de tal objecto...
imagem: Google
2 comentários:
Engraçado, não sabia que os piaçabas vinham das fibras de palmeiras! Estamos smepre a aprender, realmente!
Obrigada, gostei!!!
De nada! Também gostei muito... do teu comentário!
:-)
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