segunda-feira, 4 de agosto de 2008

MONTRAS MONTRAS MONTRAS MONTRAS MONTRAS MONTRAS

Eu sei que tenho que fazer as montras. E sei que sou eu que tenho que as fazer. Se eu não as modificar ninguém as modificará. Se pudesse, de bom grado evitaria esta função porque para fazer montras verdadeiramente atractivas é necessário um tipo de criatividade que não possuo. Então, fico-me pela mediocridade da imaginação que há na minha cabeça para este tipo de actividade.
Para diminuir o grau de mediocridade, ou pelo menos a sensação, digo que há entraves (leia-se ordens) que me bloqueiam a criatividade e imaginação que poderia, eventualmente, surgir e fazer-se notar através das montras. Tenho por exemplo: a merda do reclame luminoso que tem mesmo que estar ali naquele sítio, não se pode mover dali, pois senão como é que o freguês ia saber que temos aquele serviço? É perfeitamente impensável! Tenho outro exemplo: a merda do publicitário de cartão rígido que é enorme e pontiagudo, até já levei com aquilo na tromba uma data de vezes e também tem que estar ali bem à vista, não faz mal se tapar o resto dos artigos que eu tento expor, pois senão como é que o freguês ia saber que temos aquele serviço? Deixa lá estar que está aí muito bem! Tenho mais exemplos bloqueadores à minha criatividade: não posso pôr na montra latas de spray limpa móveis ou insecticidas por causa do sol, tintas e produtos químicos por causa do sol e tudo o que seja peças de pequenas dimensões, pois quando não, os ladrões que passam por ali partem o vidro para roubar e nesse caso teríamos dois prejuízos - o vidro e o material roubado e tal não pode acontecer porque a vida está muito difícil e muito complicada e assim e rebéubéu e pardais ao ninho e blá blá blá
...!
Assim sendo, fico muito reduzida (leia-se enervada) quando está na hora de modificar as montras e as ideias não fluem. Ando muitas vezes com a cabeça às voltas para descobrir que novidades hei-de eu expor na montra, ou com que disposição as hei-de expor uma vez que há tantas regras (leia-se ordens) a cumprir. Dou tantas voltas que vou quase sempre parar ao mesmo tipo de artigos: material de casa-de-banho e afins - bacios, tampos de sanita, autoclismos, o banco de banheira... ou seja, é sempre a mesma merda... até nem se está nada mal uma vez que merda tem tudo a ver com casa-de-banho, não é verdade?
Hoje deitei mãos à obra e alterei uma das montras. Tentei rebuscar cá dentro a criatividade e a imaginação, lutei contra a minha própria vontade e tentei trabalhar com gosto usando de artimanhas diferentes para dar a volta a mim mesma. Possivelmente será aí que reside o cerne desta questão - tenho que fazer o que me compete com gosto e prazer. Acho que consegui. Estou contente.

2 comentários:

Anónimo disse...

Uma sugestão.
Em vez de lamentar a falta de criatividade se publicasses uma fotografia da montra e fossem os outros a julgar?

Gina G disse...

É uma boa sugestão. Vou pensar.