quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Prémios, ou outra coisa qualquer... Mas pomposa, se faz favor!

Blogue do ano:

http://verdeagua2.blogspot.com

Uma jóia, um esmero de escrita! Este blogue é magnífico! Visitem o Verde Água, é obrigatório! Mas não comentem, a sua autora não se entende lá muito bem com as pessoas.

Pessoa do ano:

Gina Maria

Mulher afável e super interessante. Comunicativa, arguta e especialmente simpática. Não calculam como serão enruquecidas todas as pessoas que contactarem com esta divindade saloia.

E pronto, mais não digo. 2011 vêm aí... Muitas felicidades e muito anos com a gente a vê-los passar!

Estive fora da blogosfera

Durante uns dias parei de blogar (ainda não percebi se esta palavra existe...). Não vim escrever nem sei porquê... Não foi preguiça, falta de assunto, falta de tempo.
Hoje regressei em grande força, pode dizer-se. Já tinha saudades, claro.
O ano está no fim, o balanço que faço não é bom: este foi o pior ano da minha vida. Noutro dia ouvi alguém dizer que queria que o próximo ano fosse (ao menos...) igual a este. Arrepiei-me toda. Que horror! Eu não quero! Não, por favor, não! Melhor, melhor!
Amanhã é o último dia do ano. E eu só quero ser feliz.

Percepcionar

Como é que eu não hei-de ser cusca? Como não apreceber-me da vida das pessoas? Eu estou lá no balcão, certo? Atrás, atrás do balcão.
Antes do Natal a dona Adelaide comprou papel higiénico, guardanapos, rolo de cozinha. Depois do Natal comprou papel higiénico, guardanapos, rolo de cozinha, forra-fogão, folha de alumínio. Conclusão: a dona Adelaide teve muitas visitas lá em casa no Natal, a folha de alumínio é para tapar as sobras. O resto das coisas... são desinteressantes.
Cusca, sua cusca!
Ontem a cozinheira do café do lado entra de rompante e diz-me: 'Tive que vir aqui...'
Fiquei como que suspensa no ar, que raio quereria aquilo dizer?! Desembucha, mulher! Queria comprar pensos higiénicos. Ah... Foi uma daquelas coisinhas sem dia nem hora marcada. Conclusão: senhoras e senhores, a cozinheira do café do lado está menstruada.
Cusca, sua cusca!

Mas há mais, eu agora é que não me lembro...

Só falei das percepções, das coisinhas apanhadas do ar. Nem vou falar daquelas que me vêm contar. Querendo saber, mesmo querendo saber, o balconista não precisa perguntar porra nenhuma... As pessoas contam-me tudo. Tudo, tudo, tudo.
E eu?! Eu acho que não conto nada às pessoas.

Fui - 2ª Parte

Fui bem tratada pela senhora doutora, não tenho nada a apontar, a sério que não. Bem, a não ser quando ela ordenou:  'Vá até ali e ponha-se em cima da balança.' Eh pá... Anda uma pessoa a fugir dela e depois é isto.
Eu estou melhor, sei que estou. Não estou é bem boa. Mas confio que hei-de lá chegar, ao bem boa.
Vim para cima a pé, que eu agora ando a pé, subindo uma rua que se chama das Almoínhas e que liga a Mealhada a Loures. Andar a pé não é mau de todo, sobretudo quando tenho o olho fotográfico a ver mesmo bem e me apetece fotografar tudo.


Pequeno enquadramento do presépio da Mealhada. Pormenor interessante, este da fonte da Mealhada.


Natureza morta mais os rudimentos do progresso.


Pequena réstia de luz num dia que se mostrou bem cinzento.

Fui

Fui à senhora doutora tratar dos nervos, a ver o que se faz de diferente desta vez. Se se faz assim ou assado.
Sentei-me numa cadeira tão fofa que bufou ar a toda a velocidade assim que me pus em cima dela. Por causa da bufa dei um salto de todo o tamanho frente a uma senhora doutora sorumbática.
As pessoas não deviam tentar eliminar os nervos ao cuidado de uma senhora doutora tão austera nem num consultório que tivesse uma cadeira que bufa ruidosamente. Faz mal... Enerva um bocado.
Se a senhora doutora tivesse uma cara alegre eu teria rido ao depois do salto que preguei. Assim encolhi-me toda, fiquei ainda mais pequenina...

A gente samos assim

Loures, 24 de Dezembro de 2010

Olá, nós somos a senhora condessa e passeamos o nosso cão. Apresentamos um ar superior até quando a única coisa que queremos é que o cão faça cocó. Queremos que o faça com a classe que nós temos, é um cão senhoril, veste casaquinho de peles e tudo, ai que está tanto frio.
Temos empregada, obviamente, mas a ela não lhe é dado tratar do Fru Fru, isso é para nós. É pela consciência que queremos ser nós a passear o Fru Fru, assim não sobrecarregamos a Josefina. Pobrezita, anda tão aflita dos ossos com esta humidade...
Somos gente de sangue azul, super-educados, super-bem, super-conscientes. Nós queremos que o nosso cãozinho mui estimado faça cocó cheio do esplendor natural que esplendorosa e naturalmente nos assiste. A todos.
Apanhamos o cocó do chão, sim, apesar do título nobre. E pomos num saquinho que escrupulosamente havíamos dobrado e colocado no bolso do casaco impecável que escolhemos criteriosamente antes de sair do (doce?) lar. Não deixamos o ar rigoroso enquanto desdobramos o saquinho e o enchemos com o cocó miúdo e rijinho do nosso menino Fru Fru. E depois vazamo-lo no lixo, é evidente! Vazamos o cocó, pois com certeza!

(Ui... Difícil ser condessa, não?
Difícil escrever da condessa sei eu que é.
Que trabalheira!)

Loures, 27 de Dezembro de 2010

Albernoa, 27 de Dezembro de 2010

Umas horas depois do decorrido e contado no post anterior, cheguei da aldeia. Mas cheguei mesmo da aldeia! Trazia na bagagem um garrafão de vinho, um garrafão de azeite, couves portuguesas, poejos para plantar e hortelã para guardar.

O (meu) Natal ainda não se foi

Estrada 259 km 19, perto de Santa Margarida do Sado, 27 de Dezembro de 2010
Íamos em viagem, os meus pais regressavam a casa depois das Festas. A dada altura a minha mãe comentou num romantismo repentino, elevado a saudade de tempos da sua vida idos há muito:
- Lembro-me tão bem de há muitos, muitos anos, a gente vir nesta estrada... Foi quando demos em vir à aldeia de carro com o meu irmão Manel, não te lembras Antóino? A gente vinha sempre por aqui, por esta estrada...
O meu pai não se embevece nem um pouco com a nostalgia da ti Rezáira e salta de lá com uma categórica resposta:
- Para vires à aldeia tens que passar sempre por aqui!
É que nem fez razura, eliminou completamente todo o ar poético e sonhador da minha mãe... 

Uma fotografia por dia que bem iria... (182)


Eu queria tirar uma fotografia à chuva, à humidade do ar, àquela sensação de estarmos molhados atá aos ossos... Era isso o que eu queria.

Lisboa, 30 de Dezembro de 2010

Manhã molhada

Chuva lá fora, humidade cá dentro, fado nas ondas sonoras, livro de poesia à vista... Cenário propício à melancolia, ao limbo, ao esquecimento.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

...

'Para bom entendedor meia palavras basta' mas também não é lá muito inteligente a pessoa que fala por meias palavras.

!!!

Depois de uma leitura pouco intensa em alguns blogues descubro que, tal como na vida real, também na blogosfera se desdenha do espírito de Natal, das prendas de Natal, do jantar de Natal... De tudo quanto acontece no Natal, em suma.
Oh meus amigos, fazei uma petição lá no Facebook para se acabar de vez com a palhaçada! Mas depois não vindes reivindicar o descanso antes do feriado, o feriado e o descanso após o feriado... Examinai bem, não vos deixeis cair em juízos precipitados.

Por outras palavras: deixem-se de merdas, o Natal é porreiro, pá!

Uma fotografia por dia que bem iria... (181)


Ao que parece o Natal terminou. Mas eu ainda tenho mais uma coisita para contar:

Na véspera de Natal fui a casa da dona Maria do Céu. A mesma penumbra, a mesma atmosfera pesada, a mesma solidão.

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Quero dizer que a dona Maria do Céu é uma senhora cheia de alegria apesar da idade avançada. Todas as sensações que experimento ao entrar no seu lar são fruto do meu interesse exagerado em observar e aspirar o ar dos locais para sentir as vibrações.

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Quando entrei, a dona Maria do Céu quase correu para me mostrar a mesa de Natal preparada para duas pessoas. Havia pratos, talheres, guardanapos, castiçais e flores. Todos os objectos eram simplórios mas asseados e a mesa estava posta com grande esmero e minúcia. Já que tenho tanta confiança perguntei-lhe quem esperava para jantar, certa que a dona Maria do Céu esperava realmente alguém. Devo dizer que ela não se fez rogada e com toda a alegria e simpatia habitual repondeu que esperava uma amiga. Levada por alguma ingenuidade que a desenvoltura dela não despistou, acreditei piamente no que me dizia. Só depois me pus a pensar que a mesa posta com tanto cuidado mais não era que uma forma de se sentir acompanhada na noite mais familiar do ano e que o mais certo era ela passar a noite de Natal tão desacompanhada como todas as outras noites do ano.

A roda da sorte

Não sou nada amiga de jogar. Não gosto. A competitividade aborrece-me, a expectativa nauseia-me. Os raros jogos que faço são algo esforçados, ou porque estou em família e é uma maneira de passarmos o tempo juntos, ou porque estou entre amigos e, para não me apartar do conjunto, vou na onda. São aquelas questões do bem-viver, digamos.
Relativamante a outro tipo de jogos, aqueles onde se ganha dinheiro, jogos da Santa Casa e afins, não percebo patavina daquilo, nunca joguei e também não gosto. Os motivos são sensivelmente os mesmos mas tendo como agravantes a ideia que deito dinheiro fora e um enorme pessimismo, 'eu sou uma desgraçadinha, nunca me sairá nada'. Essas duas coisas juntas são o suficiente para nem sequer me lembrar que jogos desse género existem, quanto mais lembrar-me de jogar.

Ora bem, esta extensa introdução tem um motivo, claro. Fez ontem oito dias (vinte de Dezembro) achei um bilhete da Lotaria Popular no chão. Mirei-o bem e vi que andava à roda dia vinte e três do mês corrente.
Primeiro fiquei estarrecida com o achado, para mim a pessoa que o perdera havia de o procurar e encontrar-me-ia na certa, ou então havia decorado o número e mesmo que me saísse algum dinheiro eu não o poderia reclamar, não me fossem encontrar e chamar ladra e outras coisas feias.
Entretanto amadureci a ideia, indaguei junto de pessoas que percebem pelo menos um bocadinho dos meandros dos jogos, uma disse-me que não me preocupasse, mesmo que a pessoa houvesse decorado o número, aquele papelinho era apenas a fracção de um bilhete inteiro, não haveria modo de saber quem era quem, outra pessoa deu-me algumas luzes acerca de como se sabe se há efectivamente prémio, ou então não.
Depois comecei a ficar esperançada e tal, ter um bilhete de lotaria nas mãos foi uma obra tão casual que, quem sabe, não estaria eu destinada a ficar milionária este Natal...
Mas não, infelizmente não ganhei o primeiro prémio, nem o segundo, nem o terceiro. Depois de saber que dos prémios gordos não havia nenhum para mim quase esqueci a coisa, ao sério que sim.
Entretanto alguém me havia dito que há outros prémios, eu que fosse ver na internet, que espiolhasse porque aparece lá tudo. Mas eu fui esquecendo, esquecendo, esquecendo... Até ontem à noite. Havia prémio para números aos pares e para os múmeros aproximados. Nos números pares... Nada! Nos números aproximados... ganhei cindo euros!

E agora ando a perguntar-me: 'Então já te passou a cagufa? Não receias que alguém leia este post, te descubra e reclame o que lhe pertence?'

E respondo-me: 'Não tenho, não. Não tenho cagufa nenhuma. Mesmo. Dificilmente alguém lê um post longo e chato como este até ao fim.'

sábado, 25 de dezembro de 2010

(Desa) Vergonha (da)

Não tenho hábito de listar prendas recebidas, ou sequer listar desejos de prendas ou de outra coisa qualquer. Sinto algum pudor em enumerar o que recebo, por um lado isso deve-se ao facto de ser uma pessoa pouco prendada, não recebo lá muitas prendas, e não tem piada referir as parcas oferendas que recebo, posso dizer que é um instinto ruim, não provocarei inveja, vá. Por outro é vergonha mesmo, não sei porquê, parece-me que desvendo o mundo dos outros se revelar o que me oferecem, o que é completamente descabido tendo em conta a quantidade de coisas que aqui conto e que é exterior à minha vida, e fotografias que não demosntram nada daquilo que me pertence.
Adiante.
Perdi a vergonha porque este ano reparei que recebi mais ou menos o mesmo número de prendas do costume, das pessoas do costume. Mas não só. É neste não só que está a diferença.
Este ano recebi prendas de duas clientes, algo completamente inesperado, fiquei absorvida pelo momento, siderada com o momento que me proporcionaram, uma de cada vez. As prendas das duas senhoras fizeram-me perceber que por mais que se escreva acerca do consumismo, da hipocrisia e de outras coisas negativas que o Natal encerra, há pessoas que têm estes gestos, pequenos mas ternurentos, e que isso é um sinal que lembram a minha existência, que me conhecem, que gostam de mim, que afinal até faço parte deste mundo, eu, que sempre me aparto dele, que tenho horror ao participado.
Aqui fica o meu obrigada às duas.

O tempo

Preâmbulo

Vou falar de frio. Mas como hoje é Natal, esse dia abençoado em que não se sai de dentro do pijama, o frio perde intensidade. É por isso que este post se chama 'O tempo' e não 'A porra do frio'.

Está um frio que não se pode. Mesmo assim tive que o suportar na minha gelada varanda, há que estender a roupa, paciência.
A minha varanda é gelada nestes dias porque tenho a indecência de ter uma varanda virgem, desafogada, ao léu, assim como veio ao mundo, pronto. É bom para secar a roupa, por exemplo.
Está um gelo lá fora...
Já passou, vá, deixa-te de mariquices, nem 15 minutos demoraste a estender a roupinha.
Oh céus, a roupa que quatro criaturinhas sujam, credo. E agora enxugar? Lá para segunda feira estará tudo enxuto, se Deus quiser.

(Eu hoje estou assim a modos que religiosa por causa do dia ser religiosamente festivo. Manias!)

A minha varanda - calhando devia ter intitulado o post de 'A minha varanda' - está tão inundada que faz uma poça no meio e devido à ventania tem resíduos vários espalhados por toda a superfície do chão e parapeito. Mas as minhas florinhas estão intactas!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Um Feliz Natal aos leitores, é o que desejamos!




Está escrito

Quando escrevemos é como se riscássemos no céu o que queremos dizer: fica ao alcance; toda a gente lê.
Escrever num blogue é como escrever nas estrelas.

Sinceramente

Vou falar com sinceridade. Estamos no Natal mas a hipocrisia agora não cabe aqui.
Ter familiares emigrantes é uma merda. Andam lá fora a lutar p'la vida, são tidos como exemplo de bons e esforçados trabalhadores, têm dinheiro, têm um carro e inclusive lugar para o estacionar – sempre! -, têm condições à brava, têm uma casa com aquecimento central, têm um - cada vez mais – vasto vocabulário francês, têm montes de cenas que a malta curtia ter. Só não têm o pastel de nata e o chouriço beirão, de resto é uma vida à farta com tanta coisa boa que há no país dos avecs. Merda...
Tudo lhes faz uma ganda festa quando chegam, é só abraços e beijinhos e mais não sei quê. E a gente aqui que se lixe, deixamos de interessar... Resignemo-nos à nossa insignificância e mediocridade, agora bem presentes.
É uma merda, é o que é! Isto de ter avecs entre os parentes é uma merda.
E pronto!

Uma fotografia por dia que bem iria... (180)



Isto é o que se chama trabalho em atraso.

Lisboa, 23 deDezembro de 2010

Que beleza!

Hoje estive com o monstro da bela. Tinha aqueles olhões saídos e tudo. Ah, e a corcunda, andava com ela às costas.
É assim, o Corcunda de Notre Dame veio passar o Natal a Lisboa que também é linda nesta quadra.

Ecrã

Devo dizer que primariamente a ideia do ecrã táctil não me agradou por aí além. Imaginei-me trabalhando frente a um monitor cheio de quadradinhos com caracteres e eu a clicar, a clicar, a clicar, estragando a manicura, provocando dores horríveis por causa das frieiras que tenho nas pontas dos dedos nesta altura.
Além destas coisas, supus – e não estou muito longe da verdade – que não ia conseguir escrever nos primeiros dias devido aos modos de compatibilidade entre PCs serem um tudo-nada incompatíveis. Mas lá me vou arranjando... A escrever estou, neste momento, é o que se nota.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Uma fotografia por dia que bem iria... (179)



Estivesse eu em casa à lareira, com uma chávena de chá fumegante nas mãos.

Estivesse eu enfiada no meio dos lençóis.

Estivesse eu de mantinha polar em cima dos joelhos, frente à TV vendo um filme com final muito feliz.

Estivesse eu... noutro sítio qualquer - tenho o hábito de por vezes achar que estarei mesmo bem noutro sítio ao invés de aqui - em suma, estivesse eu noutro sítio qualquer e marimbava seriamente para a porra do frio!

Lisboa - Igreja São João de Deus vista da rua Bernardo de Passos, 22 de Dezembro de 2010

A porra do frio

Por agora é só: a porra do frio voltou.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

23:38

E pronto!
Já escrevi, já disse que tenho um computador janota, já contei novidades. Até amanhã.

Uma fotografia por dia que bem iria... (178)

Lisboa, 22 de Dezembro de 2010


- A senhora tem muita sorte, tem um marido que sabe fazer tudo!

- ...

- Até sabe fazer filhos!

- Pois...

Yupi!

...

AI QYE BOM já PODSSO ESCREVER!

Poesia

Enquanto descobria como escrever no novo PC, mexe daqui, clica acolá, digitalizei um poema alusivo ao Natal. Não está nas melhores condições, o leitor querendo ler tem de ter paciência para abrir a imagem... Agradecida.

Poema de Alfredo Barroso, in Poemas Rudimentares

Olá!

Como se sabe - julgo eu que se sabe! - a grande maioria dos meus posts são escritos no meu local de trabalho, na loja. E eu, na minha loja, tenho um novo computador. Um computador moderníssimo, de ecrã táctil. Tenho também um novo programa - Windows XP -, o que equivale a que os meus documentos escritos no antigo programa dessem erro no novo. Uma canseira...
O novo computador tem também Webcam. Tirei uma fotografia a olhar feita maluca para o ecrã. Atrás de mim, imperceptíveis para alguns, estão colónias Lavanda, deo roll-on Sanex e pastas dentífricas: Aquafresh, Colgate e Couto.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Presentear

Surgiu-me a ideia de escrever acerca dos presentes e das hipocrisias de Natal - tão iguais às outras, afinal - e de um sentimento ruim que tive em relação a uma oferta que fiz.
Não consegui levar essa ideia a cabo, o arrependimento foi-se instalando, eliminando os maus pensamentos, atenuando as más intenções e transformando-me em algo bom. A pessoa em questão dirigiu-se-me tão simpática, tão agradável que me derreti toda e não fui capaz de escrever.
No entanto estou a pensar qual a atitude mais hipócrita, se a primeira: desejar ardentemente que os bombons que ofereci provoquem uma valente caganeira a quem os comer, se a segunda: sou tão má e estou tão arrependida.

E agora vou falar de roupa

Ontem a senhora da loja de roupa íntima... Se calhar é melhor chamar loja de roupa de baixo, lembra-me a minha mãe. Lembrar a minha mãe por si só já faz abalar qualquer conotação sexual que a expressão 'roupa íntima' possua.
Adiante.
Ontem a senhora da loja de roupa de baixo achou que eu vestia o número tal.
Eu disse: não senhora, não visto não, visto o outro assim-assim, olhe que eu tenho três camisolas vestidas e mais um casacão grosso que se farta.
Ela insistiu: olhe que não e tal, você veste mas é este que eu estou a ver que sim.
Eu voltei à carga: (ai o caraças!) não visto nada, eu não vou encher isso tudo aí, vai ver que não.
Ganhei, claro.
Porém, hoje de manhã, em plena rua, uma senhora minha conhecida gritou bem alto que eu estou uma elegância e mais não sei quê. É de notar que tinha a indumentária igualzinha à de ontem, sem tirar nem pôr.
Há coisas que acontecem na vida de uma mulher só para a baralhar...

Adenda

A vida inverte tudo. Houve tempo em que era eu que envergonhava a minha mãe.

Ceia de Natal

A minha mãe ligou-me para saber o que se vai comer na Noite da Consoada. Eu estava na rua. A bem dizer eu estava no meio da rua. A minha mãe já deixou a juventude há décadas, ouve um tiquinho mal, digamos. Vi-me obrigada a quase gritar:

- Mãe, não precisas trazer nada, já comprei tudo!

- Então e o que é que compraste, filha?

- Perna de perú!

- Hã?!

- PERNA DE PERÚ!

Que horror! A partir de hoje, na rua da Rosa, toda a gente ficou a saber a Consoada pobre que eu tenho lá em casa para oferecer aos meus convivas...

Recado

'Tirei dinheiro da carteira do pai para almoçar (10€). Se não podia peço desculpa.

Rico filho'

Que grande lata, não?!

Uma fotografia por dia que bem iria… (177)


Não interessa que chova a púcaros ou a cântaros. Tenho que sair. Tenho que andar, arejar, ver. Escrever.
Não interessa a chuva. Vou andar à chuva e pensar em gelados de morango numa esplanada sombreada e granizado de laranja à beira de uma piscina azul. A chuva insistente não interessa para nada, vou pensar em calor, suor, biquini e sal. Ondas pequininas num mar calmo, areia a queimar a pele. Cheiro a sardinhas, pimentos. Lembrar cravos às janelas de Lisboa.
A chuva não me interessa; não assim; a chuva não me impede de nada; eu não deixo.
Vou ali e já venho.

Molhei os pés, a roupa, gelei as mãos e o nariz. Há coisas que faço com vontade e nem quero saber porquê.

Lisboa - Rua Brito Aranha, 20 de Dezembro de 2010

...

Há uma barreira entre mim e as pessoas.
Há uma força que me prende ao chão.
Há uma dor da qual desconheço o nome.
Mas sei que dói.
Sei que me afasta da vida.
Que fico longe, sozinha e perdida.

Lanchinho

- Estou cheio de fome! Que trazes aí?

- Chocolate em pó, flores de anis e bicarbonato de sódio.

- Oh!

- Nha nha nha nha!

Chuva

Ao contrário do que possa parecer, dias chuvosos como este trazem malfeitores aos espaços públicos. Um homem pediu-me o que tinha a pedir e logo de seguida perguntou-me se eu lhe dava o troco antes do artigo. Ao que parece fui mais esperta que ele, neguei-lhe a transacção feita daquele modo. Depois foi mostrando desagrado e desdém, como se fosse eu a das más intenções, puxava comentários irónicos para me destabilizar.
Não destabilizei e paguei-lhe na mesmíssima moeda. Eu não digo (e escrevo!) que nos imitamos quase ininterruptamente? Pois é...

Então e...

... O post anterior? Espectáculo!

...

Acho que gourmet se devia escrever gurremê. Quanto mais não seja para a gente não ter a trabalheira de escrever em itálico.

Também não entendo lá muito bem...

... Porque é que escrevi o post anterior.

Preçário

Vi bolinhos de canela e de gengibre na loja gourmet expostos dentro de saquinhos de plástico com laçarote pomposo. A ideia primária é a de simular o esmero e a devoção com que as donas de casa presenteiam os seus co-habitantes e as mamãs queridas / esposas dedicadas acarinham os seus entes mais chegados.
Aprecei-os e vi que custavam sete euros e noventa e cinco cêntimos. Caro, para mim. Eu faço bolinhos, cheia de amor e carinho. Não os faço de borla, claro está, mas faço-os a quadruplicar por um daqueles pacotes e gasto metade do dinheiro.

Se há coisa que não entendo...

... É a razão de ter escrito o post anterior. Tenho a mania de observar, é o que é.

Ta-ta-t-t-ta

Ouvi um chinês ao telefone e tive a certeza que era gago. Não entendo uma palavra de chinês mas sei que o homem gaguejava e muito. A expressão da cara, a inflexão da voz, o tom e o ritmo da fala eram indicadores da gaguez.

...

'Porra q' esta merda é pesada cumó caraças! é algo que não se deve dizer ao pegar numa caixa cheia de mercadoria.
Não se deve dizer e eu não disse. Pensei.

Bica

Eu hoje vou oferecer um café à Gina, diz a dona Antonieta cheia daquele seu ar empertigado mas simpático e leal ao mesmo tempo. Ela reúne esse conjunto de características, o que não deixa de ser curioso.

'Ó dona Antonieta! Por quem sois! Ofereça, senhora! Ofereça!' pensei eu. Mas quando falei agradeci simplesmente e com o sorriso do costume.
A dona Antonieta é uma querida, adora-me e nem sei muito bem porquê. Há aquelas pessoas a quem caímos em graça, ali é esse o caso. É aproveitar!

Há coincidências

A meio de escrever o post anterior vendi uma ratoeira.

Raticida

O cliente perguntou se o raticida que mais comercializo mataria os ratos rapidamente. Fiquei tão contente! Aparentemente o senhor não queria que os bichos sofressem horrores até morrer. Afinal não sou só eu a ter compaixão dos animais, há mais pessoas preocupadas em não lhes causar grande sofrimento.
Entretanto, conversa daqui e dali, percebi que estava errada nas minhas ilações. Qual pena, qual quê! O homem queria qualquer coisa que matasse o rato rapidamente, qualquer coisa que o matasse instantâneamente para ele não ter de andar à procura do cadáver. Que desilusão...

...

As pessoas que trabalham na Sociedade Protectora dos Animais, defensoras acérrimas dos bichinhos maltratados... vão ao talho comprar febras e pernas de frango.
Não sei se é o ecossistema. É o instinto de sobrevivência, indubitavelmente. Essa coisa forte e inabalável, superior, a mais que tudo desta vida, a fome, assassína de qualquer ideia benfazeja.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Loures, 19 de Dezembro de 2010

O Domingo está no fim.
Há pouco mais a dizer.
Não tenho fotografia, ai que bem iria e tal e tal.
Se bem que me falaram de um caminho lindo e que havemos de lá ir e mais não sei quê.
Só que, com profundo pesar e tristeza, não foi hoje.
Compras de Natal. Ceia de Natal. Prendas de Natal. Pessoas no Natal.
Sinto-me to(^)la.
E ruim.
Da to(´)la. Ruim da to(´)la.

...

É absurdo eu saber que as pessoas me querem, me estimam, e não possam, não devam, não queiram, perguntar-me se estou bem.
Estou doente. Tão doente que não se pode falar disso.

Penteado

Eu estava no cabeleireiro. Depois do tempo passado sobre a aplicação de um produto nos cabelos a Carla tirou a toalha e... Surpresa! O meu cabelo tinha crescido imenso, estava volumoso, brilhante, lindo.
Tudo isto não passa de um sonho, eu estava a sonhar... Oh, desventura!
Acordei para a comum realidade dos meus dias: tenho um cabelo curto e absolutamente normal.
Pus-me a pensar, aqui já bem acordada, que podia tratar-se do cabelo na forma contrária à que a natureza ordena: a gente ia ao cabeleireiro estender o cabelo. Depois, com o passar do tempo ele encolhia. Quando achássemos que já estava demasiado curto... pimba! Mandávamo-lo estender de novo.
Podia ser assim.
Mas não é.
Tenho que ir cortar o cabelo...

O forno e assim

Fiz croissants que parecem croissinhos...

Fiz bolas de pão que parecem bolachonas...

sábado, 18 de dezembro de 2010

Prenda

Diz a rica filha:

Comprei uma prenda à Carolina. Olha escolhe um livro, vá! Ela escolheu e eu paguei.

Spam

Os comentários anónimos mudaram um bocado. Agora chegam-me em grego, ou que raio é aquilo.

Uma fotografia por dia que bem iria... (176)


Tenho cuecas a secar nas cadeiras da cozinha e uma visita cá em casa. A ideia de que não bato bem da tola é efectiva.
Não bato bem da bola, não.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Não? Sim? Então?!

Escrever é perigoso. Não escrevas. Descobrirás que o mais abominável que existe no coração das pessoas tu também possuis, sentes, fazes. Descobrir-te-ás pior um pouco que os outros, afinal. Ficarás triste, aborrecido, abalado. Demente, até.
Não escrevas. Escrever engrandece os males do mundo e faz-te sentir pequenino e impotente. A desilusão consumirá o que de melhor tu possuíres. Concluirás que nunca vais conseguir mudar absolutamente nada na vida, nas pessoas, no mundo. Todas as coisas têm uma fórmula, um modo próprio e imutável.
Primariamente ainda te iludes com a ideia - que não te pertence - que conseguirás mudar o teu eu. Investigas-te, esquadrinhas, revelas-te... Bah! Tu és igual a ti, não mudarás um pensamento, um só, sequer. A tua natureza não se transforma naquilo que queres. Desiludes-te até contigo próprio.
Não escrevas. Tudo aquilo que escreveres será vão e mesquinho. Mutável, aí sim. O que escreveres mudará consoante o sentir circunstancial do leitor. Mesmo que o leitor sejas tu.
Não escrevas. Sentir-te-ás sem imaginação, sem asas. Os teus pensamentos serão bloqueados, como se o teu cérebro estivesse num quarto escuro dentro de ti. A prisão, o prendimento serão tão absurdos que enlouqueces de tédio.
Ahhh! Nada há para escrever! Não escrevas. Está tudo dito, nada há de novo debaixo do sol, da lua, das estrelas. Não serás original. Nunca.
Não escrevas, deixa-te disso.

Escrever é gratificante. Escreve! Escrever ajuda-te a conheceres melhor as tuas (in)capacidades. As dos outros também. Quando escreves passas a saber lidar com as pessoas. Vês pontinhos bons em pessoas de quem não gostas. O mundo brilha, é puro. Muda porque é esse o teu desejo, inventa-lo como queres que seja e tu quere-lo bom. Os momentos enquanto escrevente são do melhor que há para o espírito. Tu és uma pessoa maravilhosa quando escreves.
Escrever é rejuvenescedor. Escreve! Desabafas ao escrever. Escreves o que não és capaz de dizer. Extravasas. É alivioso, atenua as dores, desvia-te do sofrimento atroz, atentas no todo que é o mundo. Rejuvenesces pelo desanuviar de mente. Esquadrinhas, dissecas a vida, vais-lhe tirando pedaços ruins até a sentires boa e bem.
Escrever é agradável. Escreve! Importas-te, interessas-te, rebuscas pequeninas coisas em tudo e fá-las engrandecer até se tornarem indispensáveis. Observas a espuma das ondas e os sinos da igreja demoradamente porque queres escrever. Os cimos dos montes transformam-se em textos na tua cabeça, o horizonte de uma longa estrada, idem. Partilhas acontecimentos e contagias outros com o teu olhar polido e perscrutador.
Gostas de escrever, em suma. Força nisso. Escreve!

E porque Natal é nascimento...

Nascemos com apenas uma capacidade inata: sugar.
Temos de ser alimentados, protegidos, somos completamente indefesos. A sucção, por si só, não nos desenvolve nem protege de coisa nenhuma.
Aos 4 ou 5 meses descobrimos que temos uma mão, embora o único domínio que temos sobre ela é o de a pôr dentro da boca e sugar.
Aos 5 meses rebolamos e sugamos.
Aos 8 meses gatinhamos e sugamos tudo o que apanhamos.
Aos 12 meses andamos sem ser ao colo e continuamos a sugar como se não houvesse amanhã. Balbuciamos sílabas em que as únicas consoantes são o 'm' e o 'p'. E o instinto primário continua a fazer parte das nossas ainda tão parcas capacidades - sugar.
Aos 24 meses já sabemos relacionar objectos a palavras. Sabemos manter uma conversa simples e rudimentar. E sugar.
A partir daí chega a imitação. Nunca mais a largamos, imitamos tudo e todos. Acabará quando sucumbirmos.
A sucção, essa, esquecemo-la lenta e gradualmente. Mas durante pouquíssimo tempo. Num determinado ano, aí pelos 12 ou 13 anos a inata capacidade de sugar regressará em pleno e não nos largará jamais.
Um dia, uma noite, morremos e largamos tudo.

Mamar, uma necessidade... sempre.

Novidades do açúcarinho

Ontem comprei um quilo de açúcar. Finalmente consegui arranjar! É de marca desconhecida – p’ra que é que isso interessa, não é verdade? - : Notadolce. O ‘o’ é um coraçãozinho. É espanhol, o bicho. A descrição que consta na embalagem é fogosa e apaixonante. Para combinar com o coração, presumo:

Cada vez que buscas dulzura, Notadolce tiene la respuesta que necessitas. El azúcar es vida. Es un hidrato de carbono importante básico en la dieta diaria. Es una fuente de energía de rápida asimilación.

.....................)(.......................

A sobrinha da dona Luísa não vem buscar o açúcar senão depois do Natal. A dona Luísa desfez-se em desculpas, aborrecida com o espaço que está a ocupar. Apanhei a deixa, ganhei coragem e perguntei-lhe se não me dispensava uns quilitos, que estou tão aflita, não há açúcar em lado nenhum…
A dona Luísa não só disse que sim como ainda mos ofereceu, mandou-me fazer um bolinho. Respondi-lhe que com três quilos de açúcar faço um dúzia de bolos, no mínimo.

As porras do frio

O meu carro fez plim! Desceu aos quatro graus centígrados. Que horror, que desconsolo...

Poça!, diz um senhor de nariz vermelho e olhar húmido ao passar por mim. Dizer poça é pouco para o frio que está!, digo eu toda lampeira.

Ai, caraças!, queixa-se um careca. Encostara o cucoruto à parede gélida. Ainda bem que tenho cabelo!, respondo eu.

Indaguei acerca do seguinte: fazer chichi de luvas postas dispensará a higiene nas mãos? Ninguém me respondeu nada de concreto.

Descobri recentemente que ter as mamas grandes está intimamente ligado à grossa camada de roupa que trago vestida. Não é outra coisa, não, é a roupa.

A dobrar

Dei as broas de Natal a este pedinte. O homem merece, há 16 anos e tal que me faz votos de bom negócio...

Uma fotografia por dia que bem iria... (175)


A cereja no topo de bolo. Ou outra coisa qualquer. Uma laranja mal disposta. Pode ser isso. Campo de concentração eléctrica. Multiplicidade de iões. Laranja electrificada.
Pois é, a fotografia de hoje é giríssima, é…

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Cores

No cabeleireiro estava uma senhora cega a ser atendida. Tratavam-lhe das mãos. A hora do último toque chegou e a manicura perguntou:
'E o verniz, que cor vai desejar?'
Esperei que a senhora pedisse uma cor, seria interessante. Mas não, quis transparente.
Não é errado, ela não vê. Ou então não, nós vemos.

O gesto não é tudo

Um senhor falava comigo por gesto daqui e palavra dali. E eu ia sondando, tentando perceber o que desejava. Mas aquilo chateou-me. Quando eu começo a sentir um formigueiro debaixo dos braços é sinal que vem aí coisa, não me contive e disparei um comentário: 'Parece que o senhor tem dificuldade em falar.'

Eu não devia dizer estas coisas às pessoas, eu sei, mas eu sou tão amiga da espontaneidade... E depois o homem até desembuchou e tudo... Dá resultado. Resolve, na maioria dos casos.

Rifa

Bom-dia-nós-andamos-a-vender-rifas-para-comprar-uma-cadeira-de-rodas-que-é-para-ajudar-um-rapaz-lá-na-escola-que-é-defeciente-é-um-euro.

A minha é a 430. A ver se me sai uma máquina de café Nespresso. Com um, ao menos um, café servido pelo George Clooney. E depois faça-me companhia enquanto bebo, preferencialmente.
Ah, e queira saber coisas a meu respeito, se mostre sobejamente interessado na minha singela, porém, espectacular pessoa. Se tomo banho com água muito quente, se durmo sem almofada, a que horas almoço, se uso pantufas, quantos pares de brincos tenho no meu guarda-jóias...
Enfim, coisas que qualquer mortal adoraria saber a meu respeito, quanto mais o George Clooney...

Pequena achega:

Estou convencida que perdi um euro e que aquela rifa é uma treta do caraças. Isto da caridade no Natal... Mas pronto, escrevi um post!

Boas Festas

Um dos fornecedores mais emblemáticos que tenho mandou-me um postal de Natal todo poético:

Que os sinos de Natal sejam mensageiros de Boas Festas, e que o Ano Novo seja repleto de realização.
São os votos do...

Sô Chico

Tenho a certeza que o sô Chico não se incomoda de eu transcrever as suas palavras. O homem sabe lá que eu também escrevo palavras!

A porra do frio

As etiquetas não colam. O escadote está gelado, não encontro outro adjectivo, só se for congelado mas isso não é verdade. Mexer em papel esfria as mãos de sobremaneira. Não é preciso grande descuido para que o papel golpeie. Esses golpezinhos da treta doem p'ra caraças e não fecham nem por nada. Os pequenos entalões tornam-se dolorosamente difíceis de suportar. É extraordinariamente aborrecido mexer em chaves. Limar as arestas então nem se fala. As notas e as moedas escorregam. As canetas idem. Tudo em geral escorrega das mãos. Respirar pelo nariz faz doer a cabeça. Dói o nariz também. As mãos e os pés, já agora. A aragem fria por demais entra pelo pescoço abaixo e pelas mangas adentro.
Eu o d e i o o frio e pronto.

A porra do frio

Às nove da manhã o meu carro marcava 4,5º. Às sete da tarde marcava 9º. O dobro do calor... Porém, devo dizer que 4,5º ou 9º é a mesma porra de frio.

?!

Na radio dão conselhos às pessoas para combater o frio:

• Beber bebidas quentes. Tudo bem, a gente bebe.

• Consumir comidas calóricas. Hum... Não é o máximo?

Pobreza

Há quem use um espírito de Natal fraco, pobre, baço. É melhor pedir poucochinho, pode ser que assim a gente receba.
Ontem vinha com este pensamento e lembrei-me da vulgar ideia:

'É preciso é saúde que o resto vem por acréscimo.'

Claro que sim, vem pois! Doenças e tudo.

...

São 11:45 e agora é para dizer que tenho um penteado munta feio.

Vezes dois igual a...

Eram duas meninas gémeas que vieram saber o preço de umas coisas e cada uma vinha com um recado. A mesma cara, a mesma voz, uma com luvas, outra não, dois recados.
Pode não parecer confuso mas é. Especialmente depois, quando vieram efectivar a compra... Traziam um mano mais novo que era a cara chapada das duas.

Ups!

Um cliente despejou o conteúdo da carteira em cima do balcão. Escorregaram moedas e um caroço de azeitona seco que tinha ainda pedacinhos agarrados.
Notei alguma apreensão nos gestos do homem ao guardar o caroço. Eu tentei ficar impassível e por breves minutos consegui. Depois... Não consegui passar sem me lembrar que toquei em moedas que andaram em contacto com toda a classe de bactérias.
O homem podia ter dito à laia de desculpa:
'Ah, veja lá o que veio aqui parar! Olha que ele há coisas...'
Mas não, limitou-se a um ligeiro movimento de cabeça. E eu que esquecesse as bactérias.

Nem de propósito!

Hoje vi a mulher do sorriso amarelo. Vinha a bocejar quando me viu. Riu-se, um pouco embaraçada porque a vi naqueles preparos.
Riu-se. Um riso sincero, puro. Que bom.

Descombinação

Uma irmã maria do rosário ao volante de uma carrinha Hiace é uma coisa que não combina. Indumentária religiosa e condução? Os dois juntos? No mesmo momento, no mesmo lugar, na mesma pessoa? ...

Uma fotografia por dia que bem iria... (174)

Lisboa, 16 de Dezembro de 2010

A matrícula deste carro parece linguagem de computador. Segundo ouvir dizer os computadores comunicam por meio de zeros e uns.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Uma fotografia por dia que bem iria... (173)

Lisboa, 14 de Dezembro de 2010

Assim que lhe entrei em casa estendeu-me um saco com sacos para eu aproveitar lá na minha loja.
Assim que pude espiolhei o saco e fiquei surpreendida com o esmero com que a senhora dobra os saquinhos. Credo, que aflitivo e desmoralizador pode ser o cuidado das pessoas ao guardar simples sacos de plástico.

Sabores

Os ricos filhos discutiam locais onde a água lhes sabe bem... ou mal. A rica filha diz que a água lhe sabe mesmo bem num copo de vidro. O rico filho não disse nada mas eu cá sei que o bicharoco gosta de bebê-la bem fresquinha pelo gargalo da garrafa.
O pai meteu-se na conversa, ‘ah e tal eu cá gosto é de beber água na casa de banho!’
O rico filho fez um esgar e diz que numa das nossas casas de banho a água sabe a sangue e na outra a morango.
‘Hum…’ faz a rica filha ‘… fizeste-me lembrar gelado de morango… e agora está-me a apetecer tanto!’
‘Então vai beber água!’ responde o mano muito depressa.

Sobrancelhear

Cenas de mulher: tem que se sofrer para ficar bonita!
Cenas de homem: então porque é que não ficas?

Uma mulher indiana esteve trinta minutos debruçada sobre mim, manuseando habilmente umas linhas entrecruzadas ao redor dos meus olhos.
Aquilo é horrível, dói que se farta, sou incapaz de estar sossegada na cadeira, gemo, torço os pés, os joelhos, encolho-me, enteso-me, os olhos choram sem que eu queira, fiquei inchada, vermelha, dorida, lacrimejante e esborratada. Mas o resultado final é bom, tenho uma expressão desanuviada, há espaço para as pestanas e tudo. Cenas de mulher...

Hum...

Falando de virilidades novamente...

É muito engraçado estar a tocar na radio aquela música je t'aime moi non plus, com o volume de som um bocadinho alto demais, digamos que os gemidos da canção eram assim como que perceptíveis p'ra caraças... e eu ter na loja dois trolhas daqueles de unhas encardidas, pó branco no cabelo e pingos de tinta na roupa.

je t'aime... oh, oui je t'aime... moi non plus...

Estão a imaginar? Não liga lá muito bem, pois não?

Aquela parte: tu viens et tu vas... entre mes rins é tremenda! Nem sei como me aguentei sem rir.

Eh macho!

Falando de machos, por agora...

Os homens têm uma relação... como direi... inveterada, vá, (e parva!) com coisas distantes e distintas. Eles lá conseguem aproximá-las e torná-las de certo modo iguais.
É assim:
Diz que quem vai para Abrantes deixa Tomar atrás.
E isto quer dizer o quê?
Quer dizer que macho que é macho não vai para Abrantes pelo caminho mais curto, dá uma volta do caraças só para não (T)tomar atrás. Pobrezitos.

Recadinho

Gina Maria, tu vê lá mas é se atinas! Não é porque o homem pede um pedaço de mangueira daquela espessura, numa voz melada e cheia de inflexões agudas e que tem de ser igual, igual, igual, ai por favor não me venda diferente e mais não sei quê, e todo ele se rebola cheio de tiques e gestos mais femininos que tu própria, não é por isso que tens de indagar no interior dessa tua mente pecaminosa se aquilo não será para enfiar... na torneira, claro.

A beleza

Desagrada-me que me confundam com esta ou aquela pessoa. Sei que é feito sem maldade mas aprecio tanto a minha individualidade que detesto passar por outra pessoa.
Uma senhora disse-me que eu estou muito bem, com bom aspecto e tal, que já não me via há que tempos e mostrou-se deveras agradada com a minha presença.
Mas eu não curti aquilo... Eh pá, não gostei!
Não gostei à partida, depois pus-me a pensar e achei que era porreiro ser confundida com alguém, em particular com a pessoa em questão. Se a mulher se mostrou tão feliz, espantada, até, com a minha jovialidade e bem-parecer, se calhar é porque recorda a outra pessoa com uma maneira de ser menos bem, menos positiva. Vendo bem, o elogio foi dirigido a mim e não a outra.
Lá achei modo de mudar a coisa em maneiras de favorecer a minha singela, porém, espectacular pessoa.

Às leitoras atentas:

Não deixem as vossas caras-metades... Ou será cara-metades? Caras-metade? Não sei. Eh pá, não deixem o marmanjo que vos aquece os pés ver programas onde falem da vida dos cangurus. Ao que parece as canguruas têm duas vaginas e uma em formação, ou que raio é aquilo. E acontece que agora o meu não se cala com a conversa!

Escrever

Escrevo até dizer chega. É raro o dia em que escrevo tudo aquilo que gostaria. O tempo não me chega, ou então sobram-me as palavras, não sei. Há que viver. Escrever tudo implicaria não viver. E eu não quero isso.
Não lembro tudo aquilo que já escrevi, e ainda bem, mas há coisas que escrevo e por isso mesmo não esqueço, não digito só num teclado, digito também na minha cabeça, há frases e assuntos que me ficam gravadas na memória durante meses, anos. Podem ser coisas importantes ou então não, podem ser coisinhas completamente disparatadas. Tipo aquela pessoa do sorriso amarelo. Esta aqui, oh.
Ainda ando a fazer uma espécie de jogo com ela. Andamos às voltas, ora nos cumprimentamos à fala, ora vem a hora amarela. É um ciclo que se tornou viciante, escrevi no post que ia fazer assim e assado e agora não me esqueço do raio da mulher!

10:25

A porra do frio... Brr! Brr! Brr!

9:25

Hoje começo por dizer que acordei e fiquei desapontada por não ser feriado. Oh pá, agora que eu já me estava a habituar ao interregno... Bolas!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Uma fotografia por dia que bem iria... (172)

Lisboa - Alameda Dom Afonso Henriques, 7 de Dezembro de 2010

E não é que as barracas não há meio de se verem abertas? Quero dizer, uma delas abrir, abriu, mas só tem vida nas pontas, o meio está completamente vazio.
Alguma coisa deve ter corrido mal, ou não estariam três barracões, aparentemente para fazer vendas de Natal, dois fechados e outro funcionando a meio gás.
Se calhar haverá vida na próxima semana, já bem perto do Natal.
Os carrocéis também trabalham pouco. Por causa do frio, presumo. Os meninos ainda se constipam e as mães, pais e acompanhantes podem apanhar uma penumonia enquanto esperam que as ciranças se deliciem com as voltas que o carrocel dá.
O que realmente trabalha são as farturas e as castanhas, isso sim!
As farturas, essas, já eu provei. O sô João, esse amor de velhinho... Ofereceu-me farturas quentinhas e doces. Obrigadinha, sô João!

Irónica... mente

Não queiram saber quem sou, onde estou, o que faço. Não queiram sequer saber onde é a minha loja, vocês não iam gostar de me conhecer, ao sério que não. Ia ser uma desilusão terrível, não correspondo em nada àquilo que demonstro aqui. Sou antipática e ruim, intratável, ninguém gosta de mim nem me deseja. Não, não, na realidade ninguém me conhece. É por isso que aqui pinto a manta de outras cores, um colorido agradável e alegre, por modo a parecer decente e engraçada.
Escrever é mesmo porreiro, a gente envolve-se num brilho que difunde ou resplandece a nosso bel-prazer.
Espera aí... Eu ia escrever o quê?

...

Ah, já me esquecia, esta conversa toda é para dizer que vendo coisas partidas. Por isso, não queiram mesmo saber em que esquina paro eu.

Brr! Brr! Brr!

Uma parte da estupidez humana reside no facto de andarmos encolhidos com frio e teimarmos em não vestir a porra dum casaco.

Desejos para 2011

Nota prévia: enganei-me a digitar o ano, pois claro.

Eu queria que em chegando a este mísero país os escandinavos já soubessem falar português.

Eu queria ter paciência para entender os escandinavos bem como me fazer entendida pelos mesmos.

Eu queria poder dizer bicha de chuveiro, bicha de água, bicha de gás, bicha de cortinado , bicha do autocarro, bicha do pão... Eu queria era dizer bicha sem que os brasileiros se encolhessem tanto que mais parecem o compatriota Nelson Ned, nem pensassem que lhes estou a chamar homosexuais.
Caríssima brasileirada: aqui, neste paupérrimo e triste país bicha não é paneleiro, ok?

Eu queria ter paciência para os brasileiros que são gratificados com a benesse de eu os perceber muito bem quando me pedem benjamins e trimms e ainda são agraciados com este esplendor de simpatia que irradia da pessoa singela, porém, espectacular que sou.

Repetição (?)

Eu já aqui escrevi alguma vez que bebo chá de tília todas as noites?
Já escrevi tanta coisa, tanta coisa neste blogue que às vezes acho que mais não faço que repetir-me.
Pois é, continuando no mesmo assunto, bebo chá de tília para acalmar as ânsias. Não sei se produz efeito, ainda não percebi.
Mas, estou para aqui a pensar, eu estou melhor, obrigada. Agora já só tenho medo de tomar banho e de adormecer. Ganhei alguma capacidade de raciocínio e também já consigo falar sem me tremer a voz, ver cenas cirúrgicas no House e ouvir os gritos aflitivos das vítimas dos vampiros.

Explicação ou outra coisa qualquer

O post anterior foi sucinto. Ainda esperei que alguém lhe ardesse a curiosidade de modo a quebrar a barreira que a preguiça por vezes nos demove de fazer comentários. Mas não. Ninguém perguntou absolutamente nada. Podiam perguntar:

Tu tens açúcar na tua loja?!
És contrabandista, ou quê?!
Como conseguiste a proeza?!
E vendes?!
E esse açúcar adoça mesmo ou é da candonga?!
Tu vê lá...
Quanto levas ao quilo?!
Mas então a tua loja não é uma drogaria?!
E vendes açúcar aí?!
Não é proibido?!

Mas não. Ninguém se interessou. E os vinte quilos de açúcar lá estão no mesmo sítio de ontem. E lá vão ficando. Pelo menos enquanto a sobrinha da dona Luísa não os reivindicar.
Pronto, está bem, ninguém quer saber mas eu vou ser mais explícita só porque este flutuar em cima do assunto está-me a fazer cócegas.
A sobrinha da dona Luísa pediu-lhe que arranjasse a maior quantidade de açúcar possível, que procurasse nos supermercados, que era um grande favor, que lhe ficaria grata para todo o sempre, que ela tem de fazer os sonhos, as filhós e o bolo-rei mais as rabanadas, o molotofe e a lampreia d' ovos e o tronco de Natal.
A bondosa e diligente dona Luísa lá foi. Arranjou os já anunciados vinte quilos de açúcar mas como está velha e acabada pediu que os deixasse ali e ia levando um quilo agora, outro quilo logo, amanhã, depois, até se acabar o açúcar na minha loja. Digamos que por uns dias serei assim como uma espécie de armazém. Ah, vá lá, é Natal… Viva a boa vontade e outras coisas boas entre semelhantes!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Atenção! Muita atenção!

Eu trabalho numa loja onde estão armazenados 20 quilos de açúcar… na casa de banho.

Ão! Ão! Ão!

Já vou gostando do cão mais estúpido que conheço. Continuo com vontade de lhe enfiar qualquer coisa pontiaguda nos cornos quando ele vem direito a mim mas... A partir de agora vou ser condescendente. A dona contou-me que o seu cãozinho querido estava muito descansado na sala (ou lá que era) e de repente levantou-se e começou numa agitação ladrando e rosnando. Era eu que passava cá em baixo na rua...
Não sou tão importante?
Do mesmo modo que convém as pessoas falarem de nós, bem ou mal pouco importa, mas falem, é com o cão mais estúpido que conheço.
Ladra cãozinho, ladra... É sinal que me conheces e te faço impressãozinha e tudo.

Uma fotografia por dia que bem iria... (171)

Lisboa, 10 de Dezembro de 2010


Retrato desconcentrado, este.
A minha ideia era tirar um retrato ao motivo existente no primeiro plano mas a coisa saiu mal, o retrato está tirado ao motivo que está em segundo plano.
E que faz esta fotografia aqui se não está do meu agrado?
Quem disse que a fotografia não me agrada?!
São momentos únicos como este que me fazem escrever. E é disso que eu gosto, fundamentalmente.

Finalmente!



  • Primeiro li no blogue do Manuel ('Na volta do tempo') um post que me fez recordar a história d' A Rosa do Adro. Lembrei-me que li esse romance quando tinha 16 anos durante umas férias de Verão que passei na casa da minha tia.
  • Tive vontade de comprar o livro em questão porque me apeteceu relê-lo.
  • Pus-me a caminho.
  • Na livraria Bertrand diz que fosse à filial existente no Centro Cultural de Belém, havia lá um para venda. Não fui, não dava jeito nenhum...
  • A Livraria Barata não tinha o livro nem iria ter. Diz que não era da Porto Editora, não senhor, era da Mel Editores.
  • Na Mel Editores, via internet, o livro estava disponível mas nunca me apeteceu encomendar, não sei porquê, fui protelando a transacção, talvez pela frieza que a nova capa transmitia, esta não me fazia recordar 'A Rosa do Adro' em pleno, 'A Rosa do Adro' que eu recordo.
  • Tive uma ideia! Compraria num alfarrabista. Fui procurando em feiras de rua: nada! Procurei num alfarrabista ou outro: nada!
  • Nada até um dia...
  • Numa noitada entre amigos no Bairro Alto parei na Calçada do Duque porque vi um alfarrabista, entrei esperançada mas o senhor que lá estava diz que havia vendido esse livro na semana anterior mas que iria ter na semana seguinte. Ao que parece andam sempre à procura do romance e até exclamou com muita propriedade: 'Esse deve ser o livro mais vendido em Portugal!'
  • Voltei lá no passado Sábado. Havia, sim senhor... Já o tenho em meu poder. Tem a capa igualzinha à que recordo. É velho, usado, gasto, lido. É de uma edição muito antiga, parece-me. A Porto Editora editou, é indubitável. Foi comprado na Livraria Católica Portuense, no Porto. A quem terá pertencido?

Acabou a saga que durou meses.

Vivó descanso!

Suspiro de uma senhora ao sentar-se no banco do metropolitano: ' Ah, bendito seja o descanso!'
Viva ele, pois sim.


Adenda

Perguntei ao senhor Salvador se queria moedas para facilitar o troco. Pois sim, diz ele. E depois contagiou-me...

...

Já alguém usou a loja H&M* para atravessar ruas? Assim... tipo elevador. Já?


*Em Lisboa, entra-se pela rua da Prata e sai-se na rua do Carmo, ou vice-versa.

30

Na avenida que passa junto à entrada principal do Centro Comercial Vasco da Gama, o semáforo tem temporizador visível. Fiquei curiosa sobre quanto tempo demoraria a travessia. Enquanto esperava ia pensando que quaisquer vinte segundos dariam. Dariam de sobra, até.
Mas não, eu a pensar que era toda despachada e afinal levo todos os trinta segundos. E o melhor é ninguém me empatar...

Alguém quer?

Estou a comer uma fatia de bolo de corn flakes, uma receita que experimentei ontem. Alguém quer uma fatia?

Hoje: Domingo, 12 de Dezembro de 2010

Cor e brilho à chuva.

Capacidade de desenrascanço natural. Ou então, para ser mais elaborada nas palavras, necessidade elevada ao engenho.

Um canteiro original. Se o sô João, esse amor de velhinho, não me oferecer as couves para o Natal já sei onde arranjar.

Nota: todas as fotografias foram tiradas em Loures.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Ontem: Sábado, 11 de Dezembro de 2010

Já se vê azedas! E eu a pensar que elas só vinham em Janeiro.

Posso dizer que esta imagem é soberba... mas se calhar não fica bem.

Chamo a isto contenda de tapetes. Não os ouvi discutir mas se calhar é porque chagaram a acordo. Um chega mais para lá, outro para cá... Mas descentrados, é certo.

Visão de coisas que se podem ver em casa dos cl... Eu sou uma felizarda e pronto!

Nota: a primeira fotografia foi tirada em Lisboa. As restantes em Santo António dos Cavaleiros.

Nº 3

Já publiquei dois posts que não são da minha autoria. Assim é fácil...

A Gente Vai Continuar, Jorge Palma

Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
o que lá vai já deu o que tinha a dar
quem ganhou, ganhou e usou-se disso
quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
e enquanto alguns fazem figura
outros sucumbem à batota
chega aonde tu quiseres
mas goza bem a tua rota

Enquanto houver estrada para andar
a gente vai continuar
enquanto houver estrada para andar
enquanto houver ventos e mar
a gente não vai parar
enquanto houver ventos e mar

Todos nós pagamos por tudo o que usamos
o sistema é antigo e não poupa ninguém
somos todos escravos do que precisamos
reduz as necessidades se queres passar bem
que a dependência é uma besta
que dá cabo do desejo
e a liberdade é uma maluca
que sabe quanto vale um beijo

Enquanto houver estrada para andar
a gente vai continuar...




http://www.vagalume.com.br

Poema

Invento

Deponho
suponho e descrevo
a pulso

subindo pela fímbria
do despido

Porque nada é verdade
se eu invento
o avesso daquilo que é vestido


Maria Teresa Horta

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

...


Para travar a loucura qualquer coisa serve. Incrivelmente, as ideias estapafúrdias também.

Chocolate

Estive a fazer um difícil exercício de observação, a ver se ninguém me via comendo chocolate. A acção era ilícita pelo lugar onde me encontrava, comer chocolate ali é daquelas coisas que alguém estipulou como parecendo mal a quem vê.
Acho que me safei, ninguém viu que surripiava qualquer coisa da mala, ninguém viu que mastigava, ninguém viu o meu ar de prazer. Ninguém viu nada, certifiquei-me que ainda mantenho bem presente e viva a capacidade de ser invisível. É-me tão fácil passar despercebida que às vezes até dói.

Em frente a mim havia um livro exposto (do qual não guardei o autor) de título: Sexo, drogas e chocolate. Há milhentos livros com chocolate no título, o chocolate é um alimento apreciado por demais, é apelativo, toda a gente gosta de coisinhas doces, há-de ser por isso que os autores se imitam tanto. Pecam pela falta de originalidade mas a verdade é que vamos todos atrás do chocolate.
Sexo, drogas e chocolate... Eventualmente as coisas mais apetecidas pelo povo terrestre.

É segredo!


O meu livro podia chamar-se Segredos de um balcão Verde Água. Seria um título apelativo, os segredos são sempre desejados.

Numa manhã fria, lá no café do Silva, uma senhora falava da sua vida privada alto e bom som. Eu, por mim, estava já cansada de ouvir a ladainha da mulher. Ao meu redor todos foram ficando como eu: enfadados com o discurso assaz desinteressante. De repente ela põe-se a cochichar para um dos ouvintes. Fiquei logo interessada e curiosíssima sobre o que ela estaria a dizer…

Toilette


A torneira está baça pelo uso mas as flores são naturais. O corta-unhas é um sapo verde-água. Isto tudo é para dizer que eu hoje estive numa casa-de-banho do tamanho da minha cozinha.

Uma fotografia por dia que bem iria... (170)

Lisboa, 10 de Dezembro de 2010

A minha hora de almoço.
O momento em que já tenho a fome saciada.
A altura em que me ponho a andar dali para fora.

Nem sei como começar...

Começo pelo princípio!

Ora bem...

Vamos lá a escrever parvoíces, que eu sou mulher para também escrever parvoíces no meu blogue.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Uma fotografia por dia que bem iria... (169); Notícias do pé de gesso e associações

Vista do Hospital Dona Estefânia sobre ruas que não sei identificar, 9 de Dezembro de 2010
Começo com o que mais importa, a boa notícia:
Foi à consulta e dissemos adeus ao pé de gesso. O osso solidificou, não lhe dói nada, nada, nada e agora é só andar, andar, andar para deixar de ter o pé e a perna bué fininhos. Ufa, já passou!

Na sala de espera havia muita gente. Pais, mães, bebés, crianças e... - incrível! - dois ou três adolescentes.
Uma televisão transmitia um programa qualquer daqueles de boas causas - apanágio de Natal... - a par com os números de senhas.
Em certa altura passou uma reportagem de rua onde perguntavam às pessoas o que fariam se fossem governantes. Eu cá lembrei-me logo que não faria nada de muito diferente... Uma adolescente de perna partida respondeu muito depressa: 'olha, eu cá não roubava!' e a mãe da rapariga enquanto mostrava uma dentadura baixinha a quem quisesse ver - e eu quis! - Exclamou bem alto: 'eu cá atirava-os todos ao Tejo!'. Rimos todas três.
Depois cantou a Ágata. Deve ter cantado muito bem mas não se ouviu nada, a televisão encontrava-se no mute. Não sei se devido ao silêncio, a Ágata pareceu-me uma cantora muito expressiva...
O rico filho leu o jornal para matar o tempo. Olhei melhor e vi que lia um artigo sobre diabetes. Hum... Achei aquilo pouco alusivo à sua faixa etária e muito menos à sua personalidade mas fiquei curiosa e perguntei-lhe o que achara do artigo. Disse que ensinava as pessoas a prevenirem a doença tendo cuidado com a alimentação e fazendo exercício físico e anunciou-me que o Loureshoping já tem um desfibrilhador para o caso de alguém lhe dar o badagaio enquanto passeia ou faz compras.

A radiologista:
'Hum, deixa-me adivinhar... partiste o pé a jogar à bola.'
(Parece que é prática comum nestas idades.)
'Está grávida, mãe?'
(Parece que ainda conservo ar de quem tem idade para procriar. Fantástico!)

O senhor doutor lá estava, jovial e bem-disposto, ria que se desunhava! Observou o RX enquanto atendia o telefone - ai as coisas que a gente faz ao mesmo tempo... - e disse que estava tudo bem tornando o rico filho um rapaz cheio de alegria por momentos e a respectiva procriadora felicíssima durante longos momentos.

Ao passar pela sala de espera para abalarmos de vez daquele lugar, não me esqueci de despedir da senhora da dentadura baixinha nem da rapariga da perna partida e desejar as melhoras. Retribuíram à saudação todas contentes.

À saída, já na rua, andámos um pouco mais que o costume e quando apanhámos o táxi o rico filho não quis ocupar o lugar da frente, diz que estava cheio de saudades de viajar atrás.

E assim termina, espero, a saga 'pé de gesso' neste blogue.