quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A entrevista!

O dia 'dê' foi hoje, dei uma pequena entrevista a uma moça super simpática, a autora do site 'Palavras Maquilhadas'. Gostei imenso de falar de mim e dizer (uma vez mais) que gosto muito de escrever, ainda que por breves instantes.
Mas chega de escrever por agora. Em querendo, os leitores poderão visionar a entrevista aqui.
Depois, se gostarem, cliquem onde diz 'Gostei'. Esses cliques são pontos a favor do site que tem como maior preocupação divulgar a escrita.

Obrigadinha.

Dois poemas


In 'Meu livre mar, maresia', José Conde Barroso

Lisboa

Lisboa - Praça José Fontana, 30 de Agosto de 2011

Às vezes procuro a solidão, ou solitude, que é uma palavra de índole poética. Preciso da solitude, é como o pão para a boca. Tenho de pensar em todas as coisas, ou então não tenho de pensar em nada, e estando sozinha, preferencialmente no meio de nenhures, quer queira pensar ou então não, é-me aconchegante.
(Uma pessoa escreve e descobre contra-sensos em cada frase...)
Outras vezes quero companhia. Dos filhos, do marido, dos amigos, doutras pessoas. Quero dizer de mim, mostrar o que sou. Nestas alturas sinto-me como que acordada dum longo sono.
Dantes pensava que ninguém me queria, não é que não gostassem de mim, era que não me queriam por perto, como se me considerassem incapacitada para fazer parte. Não que eu fosse diferente, eu nunca fui diferente. Eu sempre fui isto: nada.
Hoje sei que não me queriam ouvir porque não me entendiam. Dá muito trabalho entender as pessoas, não temos paciência para as lamechices dos outros, as nossas aflições são sempre três vezes - no mínimo! - mais... aflitivas.
Mesmo hoje há poucas pessoas que me entendam, não reconhecem os meus gestos como sendo carinho, devoção, deleite, divertimento, atenção, amizade e outras coisas que agora me escapam.
(A bem dizer ninguém entende alguém.)
Fiquei ali, perdida dentro de mim. Escrevi tudo na minha cabeça. O dia inteiro. Pousei num banco de jardim, numa esplanada, tirei fotografias, passeei. E escrevi tudo na minha cabeça. Tudo, tudo, tudo. Mas nada que apareça neste post.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

...

Primeiro coçou a cabeça.
Depois roeu o polegar.
Roeu até lhe doer o sabugo.
Em seguida acariciou o ombro estreitinho.
Tão suave...
Por fim, fez um poema.
Lindo, lindo, lindo.
Lindo!

O cavalheiro

Num momento ela elogia-lhe o cavalheirismo, faz-lho saber presente nos seus atos. No outro a seguir, fazendo uso das suas artes guerreiras, ele lança-lhe a mão, sustém-a no ar e deposita-a em cima da mesa. Foi tão brusco que lhe caíu o lacinho do sutiã no chão...
É disto que elas gostam: um homem que possua gestos cavalheirescos mas capapaz de aplicar a força... Ai, ai. (suspiro)

A entrevista

- Luís, olha, vou ser entrevistada!

Sério?! Ah, que fixe!

- Ana Cláudia, a mãe vai ser entrevistada!

Levanta o polegar em sinal de grande apreço à situação.

- André, a mãe vai ser entrevistada!

Vais ser atropelada?, pergunta ele mutio espantado. Entretanto retira os fones das orelhas e eu repito a frase mas com menor entusiasmo. Ah, ok..., diz ele enquanto (também) levanta o polegar.

- Caros leitores, vou ser entrevistada!

A entrevista vai depois poder ver-se no site Palavras Maquilhadas ou no Youtube.

O prémio

A Dona-Redonda atribuiu-me um prémio. Ao que parece ela concorda comigo: o meu blogue é um Best Blog... Obrigada, Redonda!


Agora tenho de contar sete factos sobre mim...

1 - Gostar de escrever não conta, é demasiado óbvio, mas conta o gostar de tirar fotografias a tudo. Gosto particularmente de fotografar espaços que não apresentem muita confusão, donde não se obtenha muita informação.


2 - Gosto de ler. Entusiasma-me aprender, 'ver' o mundo através doutras mentes, e descobrir assim a maravilha que é partilhar, porque quando se escreve é o que estamos a fazer.


3 - Isto está a ficar difícil... Gosto de escrever, pronto!


4 - Até agora, em todos os itens tenho referido a escrita. Portanto, o melhor que tenho a fazer é dizer que adoro escrever. Tal como nas fotos, gosto de escrever sobre banalidades e dar-lhes uma notoriedade desmesurada ou transformá-las em grandes acontecimentos.


5- Hum, factos pessoais... Estou capaz de pôr aqui que sou feia e gorda mas acho que ninguém vai acreditar... Assim como não acreditrariam se escrevesse que tenho um metro e setenta e três de altura, peso cinquenta e seis quilos, tenhos longos e sedosos cabelos dum louro-mel estonteante, rosto assimétrico e de feições suaves, olhos azul-mar (ou verde-água...), tenho as curvas ideais e toda e qualquer bochecha que existe neste corpinho estão nos sítios que lhes é devido.


6 - Dizer que não faço a cama todos os dias também não me fica nada bem...


7 - Último item... Gosto de fazer bolos, acho que adoça a vida. Uma vez li um livro que falava acerca do bem que faz ir para a cozinha produzir algo doce. A vida fica tão romântica... Foi a partir daí que desenvolvi este gosto pela doçaria caseira.


Já está. Até nem custou nada. Obrigada, Redonda! 
Premeio eu também todos os blogues que estão lá em baixo na minha lista e passo o desafio: quem quiser dizer um pouco (mais) de si faça favor de o fazer, hei-de ler com todo o prazer.

Obituário (ou então notícias do trabalho em tempo de férias)

Morreu o fantasma, foi-me assim anunciado. Depois tive de decifrar qual o fantasma que havia morrido. Pois bem, morreu este fantasma.
Este post é só para que conste o obituário, porque foi alguém de quem escrevi, alguém de quem até descrevi a morte. Este post não é surrel porque o modo como descrevi a morte não correspondeu à realidade. O fantasma, a bruxa, a comunista, como lhe chamávamos, não morreu em cima da cama, de janela aberta para todos vermos a morta. Não. A Alexandrina (agora já posso revelar o nome dela) morreu longe de casa, ao que parece morreu sem um ai, sem um pio. Morreu a Alexandrina, aquela que passava lá à porta da loja e perguntava:
- Atão, ó comunista!
Para ela todos éramos comunistas, ou comunas, como também gostava de chamar...

Apesar de tudo...

... Tenho saído de casa. No sábado fomos dar uma volta porque eu estava com aquela sensação que a gente tem quando dorme muito tempo para o mesmo lado e sente necessidade de se virar. Foi isso, quis mudar de posição.
Não foi má ideia, a de sair de casa. Descobri um lugar lindo (e aqui tão perto). E tirei fotos, claro que tirei fotos...

27 de Agosto de 2011

O lugar: vai-se na estrada Loures - Caneças, que creio ser a estrada número 250, depois de passar Montemor, há ali um entroncamento onde se pode virar à direita, seguir na direção do 'colégio' e subir, subir, subir. Depois avistar o Tejo. Que esplendor!

Depois ainda tirei outras fotos, noutros lugares...


O lencinho

Mãe e filha estão muito constipadas. Passam os dias por entre assoadelas e tosses esquisitas.
De repente falta o lenço à filha, o pingo a escorrer, a fazer cócegas, uma alflição desmedida. A mãe solícita, diz:
- Tenho aqui o meu lenço mas já pensaste se o vírus não é o mesmo?

P.S.
Agora até o pai tem a doença, já só falta o filho...

De volta

Não é que as férias estejam a ser uma porra chata... mas até estão. Férias são férias (acho que já escrevi isto por aí). Férias é para a gente fazer o que não pode fazer quando se trabalha.

E diz o sábio:
«Não tens casa?»
Ao que respondo rapidamente:
«Sim, sem buracos, composta, asseada e linda.»
O sábio torna:
«Há comida?»
E eu, começando a ficar cabisbaixa com a achega:
«Sim, tenho a despensa cheiinha e o frigorífico também.»
O sábio levanta um pouco a voz para dar ênfase:
«Não tens amor, carinho, atenção?»
Respondo simplesmente, com o rabinho entre as pernas, mas plena de saber:
«Tenho tudo isso na medida certa.»
Já um pouco impaciente o sábio levanta o sobrolho e solta a derradeira pergunta:
«Falta-te a saúde?»
E eu, largando o modo humilde, grito exasperadamente:
«Sim, estou doente há três dias!»

sábado, 27 de agosto de 2011

Ralhetes

A vida altera-se para o oposto: agora eu ralho com a minha mãe e a minha filha ralha comigo.

«Mãe, vê lá mas é se deixas o telemóvel ligado, ouviste? Um dia ainda vos dá uma sulipamapa e a gente sem saber...»

«Quem é que vai para o Pinheiro com esses saltos, mãe? Já reparaste que andas sempre a tropeçar? Depois diz que cais...»

Cenas de gaja

Eu não tenho mamilos...

Lharrc! Odeio mamilos! Pára!

Ah, as minhas mamas não são redondas. Olha para isto, já viste?

Oh, não te apoquentes com isso, dá cá mais cinco que eu sofro do mesmo.


Eram quatro. Uma delas mantinha-se calada, apresentava olhares complacentes, como quem diz: 'pobrezitas, é melhor não me manifestar ou ficarão destroçadas, aprarentemente sou a única com mamas normais, deixa-me mas é manter o bico calado'.

De que falam quatro mulheres numa sala? De mamas, claro. Falar de homens, esses seres desprezíveis e bárbaros, tem alguma piada?!

Dias de um ginásio

Agora quando chego ao ginásio não tenho o cartão porque não me desloco de carro e é lá que o arrumo. Diz o rececionista:
- Ah, tem de deixar um objeto. Qualquer coisa serve. É para ficar aqui no lugar do cartão não vá a senhora sair e levar a chave do cacifo. Assim, se deixar aqui um objeto isso já não acontece*.
Costumo deixar o telemóvel. Mas um dia vou deixar o pacote de lenços de assoar, já que pode ser qualquer coisa. Ou então a bolsinha do penso higiénico...

* Um dia ainda vou esmiuçar este assunto.

Visão

Saí na estação de Metro do Cais do Sodré e deparei-me com uma perturbadora visão: um homem trazia na mão um objeto comprido e estreito. Reconheci esse objeto imediatamente, tratava-se dum artigo que vendo na loja...
Sim, estou de férias.
Olhei mais em pormenor para o que o homem levava na mão, comecei a ficar horrorizada: reconheci o cordel envolvente, a etiqueta com o preço. 
O meu pobre coração começou a bater descompassadamente. Ele vinha de lá! O homem vinha de lá! Comprara um tapa-juntas de chão dourado, comprido...
E eu aqui tão longe. De férias. 
É melhor não me apoquentar com estas coisas. A vida continua. Há pessoas que trabalham, muito embora essa não seja a minha realidade ao presente.
Sim, estou de férias. Pois é. Gozo, prazer, deleite. Há pessoas a trabalhar. Pobrezitos...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Dias e dias

Ontem escrevi que hoje escreveria d' ontem,
porque ontem (quase) só escrevi d' anteontem
e d' antes de anteontem.
Hoje nada tenho a escrever d' ontem nem d' hoje.
Amanhã escreverei d' amanhã ou d' hoje(?).

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Achega aos posts de hoje

Mesmo não sendo um pessoa particularmente organizada gosto que o que escrevo mantenha uma ordem minimamente cronológica. Ora bem, não foi o que fiz hoje. Sem método nenhum, hoje limitei-me a depositar lugares, sentires e ocorrências destes dois últimos dias: terça-feira e quarta-feira. Posso ainda acrescentar que este é o primeiro post do dia corrente: quinta-feira.

E agora vou ao ginásio. Mais uma vez posso dizer que, não sendo uma pessoa particularmente organizada, e sendo até aversa a listas e afins, tenho escrito nesta listinha: ir ao ginásio, impreterivelmente.
Lá vou eu, fazer pela linha e pelo bem-estar. Até amanhã, com posts de hoje, certamente.

...

Não tenho tido tempo nenhum para estas coisas de escrever, tenho saudades. Ah! Que falta me faz este matraquear descompassado, este voltar atrás para compôr o que os dedos não sabem escrever. É uma necessidade premente. E agora muito permanente.

Quietude

Se eu estiver quietinha os pombos fazem voos rasantes sobre a minha cabeça. Ou pousam, muito perto, e debicam o chão, catam-se. Aproximam-se mais e mais de mim, anseiam que lhes dê de comer. E ali ficam em ânsias, torrando ao sol, enquanto eu destilo à sombra de árvores que não têm como lhe fugir.

E pronto!

E pronto!
Uma pessoa está aqui a descansar,
a gastar o tempo que é demais,
numa ânsia que só visto,
porque uma pessoa
não tem capacidade
para se manter sossegada.
E pronto!
Uma pessoa está aqui.
E vem um senhor
cheio de modos cavalheirescos
perguntar se pode tirar o jornal
num olhar intenso e perturbador.
Posso?
Pode, sim senhor.
Não se importa?
Com certeza que não, faz favor!
E pronto!
O cavalheiro leva o jornal
deixando uma pessoa mais isolada ainda.
E pronto!
Uma pessoa põe-se a escrever na esplanada.
Escrever: ato que traz companhia.
A manhã clara,
amena,,
um primor.
E pronto!
Cai um pingo de água nas costas da pessoa
que está aqui a escrever.
Cai do ar condicionado,
a malvada.
O pingo acertou mesmo naquele orifício
que tem a t-shirt (lindérrima!) que hoje enverga.
E pronto!
Uma pessoa dá um salto de todo o tamanho
na cadeira.
Lá se vai a pose de senhora escrevente.

Ai que quase esquecia!

Há pouco relatei este circuito e ia-me esquecendo de dizer que me estatelei no chão em pleno miradouro! Pois é, acho que ninguém viu, pelo menos ninguém correu para mim numa de me ajudar a levantar do chão, se bem que não sou nenhuma velhinha.
Iniciei a aterragem com a nalga direita e acabei-a com o antebraço do mesmo lado do corpinho. Um mimo. Hoje tenho uma negra suave e um dói-dói no braço que dói qualquer coisita sempre que o apoio. Mas a nalga... essa não se manifesta, deve ser da chicha.

É uma vergonha cair no meio da rua, ainda que a gente ache que até nem por isso e tal, qual é o problema e coiso, mas é, senti a cara a ferver, fiquei com um melão enorme...

Dias de um ginásio

Lisboa - Cais do Sodré, 23 de Agosto de 2011
Pessoal, é assim: no stretching  já consigo enrolar-me todinha para trás e tocar com as pontas dos pés no chão. Assim tipo bébé que põe o dedo grande do pé na boca, mas em tamanho grande e estendendo as pernas lá para trás. Isso mesmo, tipo bola que rebola, já consigo. Iupi!

Acerca da foto: ao tempo que não passava aqui! É tão lindo como recordava.

Pesquisas

O tal texto que é muitas vezes rebuscado em pesquisas também é rebuscado com isto:

«texto mem franmces»


Fantástico.

A estranheza*

*É só mais uma.

Também sinto uma grande estranheza em escrever de acordo com o novo acordo. O acordo ortográfico, quero eu dizer. É estranho.


A estranheza

É um bocado estranho adotar uma postura secretora, quase conspiradora, e desbobinar destemidamente a pergunta...

- Blá bá blá blá e pardais ao ninho?

... E vai daí descobre-se que o recetor estava de telemóvel na mão a meio de um telefonema. E eu a falar tão alto. E ele também. E eu embaraçada. E ele algo surpreso com a pregunta. E eu corada. E ele muito sorridente.

Compras

A lista é por ordem de importância sob o ponto de vista de uma pessoa culta e educada:

Dois livros

Quatro pedaços de tecido

Um anel

Mudança

A cadeira laranja passou a sofázinho preto.
Feio.
Desconfortável para escrever.
Férias são férias.
Olha eu aqui a esta hora, 'inda agora isto abriu...

Hoje é que eu estou de férias. Fiz o percurso da hora do almoço mas no sentido inverso. As pessoas são diferentes, a luz é suave, as sombras estão esbatidas e longas, há aqui uma calma que não conheço.
Vim neste sentido numa de ser diferente, numa teimosia de quem por força do destino se vê a braços, ainda que de férias, com as imediações do local de trabalho.

Ontem, quarta-feira

Ontem andei o dia inteiro em Lisboa. Literalmente. Andei. Daí as fotos do post anterior. A dada altura meto-me no Metro para sair no Rato.
Hum, rua do Salitre? Já sei onde estou. Virei à esquerda e meti-me na rua da Escola Politécnica. Ali ao começo há um parte do passeio que é algo estreita, terei percorrido esse pequeno troço deamasiado longe da parede? Terá sido por isso a buzinadela tão longa que ouvi? Não haveria espaço para todos? Peões e condutores?
Continuei até ao Príncipe Real, a meio da rua detive-me mirando a montra do meu fornecedor de limpa-pratas. O homem olhou para mim mas não me reconheceu, claro, não se pode dizer que me veja muitas vezes. Achei por bem não me identificar, afinal de contas estou de férias... e olha só eu a lembrar e a escrever de trabalho!
Fui descendo, passei pelo Bairro Alto, Convento do Carmo, Rossio, Praça da Figueira, Martim Moniz.
Entre estes dois últimos locais, num rua deserta, tirei as sandálias e enfiei os chinelos que levava num saquinho...
Intendente, ninguém me propôs obscenidades, Anjos, nenhum pedinte me intercetou. Seria por causa dos simplórios chinelos que trazia calçados?!
Não há bancos para a gente se sentar em praticamente toda a extensa avenida Almirante Reis, a não ser ali junto à porta do hospital (Praça do Chile) recentemente tranformado em estacionamento público, onde estão três bancos compridos mas sempre cheios de gente (mesmo em Agosto) e desviando poucochinho encontramos bancos na Praça João do Rio. De resto não dá para jogar o cu abaixo em parte nehuma... Uma lástima.
Cheguei finalmente a Arroios. Bebi um batido de morango, manga e ananás que me soube pela vida! Retemprerei as forças, recuperei o fôlego e senti-me refrescar. à noite fui ao cinema ver aliens e cowboys num erã gigante, aparentemente não tinha mais nada que fazer...
Mas gostei do filme - Cowboys & Aliens - , é giro. Tem monstros horripilantes, que é coisa que dispenso ver, mas a história é engraçada e original.

E pronto, acabou o dia.

Reportagem fotográfica em Lisboa


Príncipe Real


Príncipe Real


Jardim de São Pedro de Alcântara


Vista sobre Lisboa, do Jardim de São Pedro de Alcântara

Rua Carvalho Araújo

Na terça-feira foi assim:

Preâmbulo

Tenho andado muito ocupada... Talvez os leitores não saibam ou não se apercebam que eu em casa tenho menos tempo para escrever. Mas por agora o trabalho e as outras ocupações avagaram. Eu estou aqui. 


....................)(....................


Divagações duma dona de casa atarefadíssima

Limpei três candeeiros desta casa. Usei um pano molhado. Não desliguei o quadro da eletricidade. Conheço (conheci) uma senhora que morreu assim, a limpar um candeeiro... Tentei o suicídio, diga-se. Três vezes. Estou viva. Sou uma mulher com uma sorte do caraças.

Limpei(ámos) (leia-se lambi, ou lambemos) todas as superfícies de três divisões, daí o número de candeeiros no item anterior, inclusivé superfícies exteriores, isto se considerarmos os estores como sendo exterior...
O lado de fora dos estores será propiedade privada ou considerada das partes comuns?!
Grande questão, bem sei...

Enquanto passava o pano, lembrar a dona Irene foi recorrendo na minha mente. Ela falava da meia-lua que via nos estores das vizinhas, a pessoa limpava muito bem por dentro, introduzia o esfregão nos buraquinhos todos, retirava quilos de lama, mas quando chegava a vez da parte de fora, não havendo varanda, a querida vizinha estendia a mão e esfregava até onde chegava desenhando a tal meia-lua. E isso era perfeitamente dispensável, seria preferível não limpar sequer para não proporcionar aos transeutes tamanho espetáculo! Bem melhor ficar tudo na mesma cor cinzenta ou acastanhada de pó.
Era assim que opinava a dona Irene em tempos idos.

Lavar roupa na máquina pode traduzir-se em rolinhos de cabelos no fim da lavagem. Lavar cobertores e colchas pode traduzir-se em vários rolinhos de cabelo no fim da lavagem. Eu não ter mão e deixar voar um desses rolinhos que aterra na varanda da minha vizinha de baixo pode traduzir-se nisto: 'Hum, não foi a Gina que deixou cair isto, ela não fazia isso, foi mas é a cabra de cima, essa é que vem sacudir tudo para a varanda!'
Portanto, é assim: é fixe ter uma cabra cá em cima e uma amiguxa por baixo...

O rico filho é um rapaz muito prático. Tem uma namorada ('aquisição' recente) que lhe ofereceu uma foto de estúdio. Ora ele não vai de modas, para ter a imagem da rapariga bem à vista achou por bem colocá-la num dos pequenos móveis que suportam livros no seu quarto, espetou um agrafo bem na testa da miúda...

Saudades

Tenho saudades de escrever...

Não tens escrito?

Não tenho tempo...

Pois. Amanhã vais escrever.

Vou!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Quarto de brincar

Não sei onde estava com a cabeça quando iniciei as limpezas, estou saturada de interiores e cimos de roupeiros, janelas, vidros e candeeiros, lavar e estender cobertores, naperons e cortinas, aspirar colchões e tapetes, passar cera no chão e óleo de cedro nos móveis. É daquelas coisas: comecei, tenho de acabar. Limpei tanto ou tão pouco que me dói as pontas dedos. Está a ser um sofrimento escrever estas linhas, mas não querendo desistir cá estou eu...
Se não tenho um homem e uma mulher cá em casa para me ajudar? Tenho, tenho os ricos filhos. Estão tão cansados como eu, muito embora não tenham esfregado tanto assim, não lhes dói as pontas dos dedos... Já perguntei, já.
Não me lembrava como é estar em casa em dia de semana. Há sons de telejornais que saem através das janelas vizinhas, meninos que brincam, riem, choram, adultos que conversam, ralham, dentre outras coisas sem importância.
Por muito que se conheça a nossa casa, há pequenos objetos ou recantos que passamos meses sem ver. É o caso da placa que figura no meio da imagem abaixo. Diz 'Quarto de Brincar'. Há uma placa dessas colada em cada uma das portas dos quartos dos ricos filhos. Um dizer assim poderá não fazer sentido nenhum nesta altura da vida deles. Mas na minha vida faz... É talvez uma espécie de último reduto ou memória longínqua, porém, presente.

Loures, 22 de Agosto de 2011

'Afazer' versus'A fazer'

Pano do pó, esfregona, limpa-vidros?

Sim.

Aspirador montado?

Sim.

Balde e líquido de chão?

Sim.

Ginete, força de vontade, persistência?

Hum...

Primeiro vou beber um cafezito.

Mais logo virei aqui dizer umas coisitas e, quem sabe, mostrar umas fotos giríssimas e super-interessantes.


domingo, 21 de agosto de 2011

A listinha



Esta é a minha lista de afazeres, deveres e prazeres que quero viver estas férias.
Não se percebe nada?! 
Qual quê, eu percebo tudo. 
Tudo, tudo.

Limpar / lavar toda e qualquer superfície da casa, bem como os seus ornamentos: tapetes, cortinas, bonecada
Pintar a porta da sala de cor-de-laranja e a mesinha-de-cabeceira da rica filha com velatura
Forrar os armários da despensa com papel colorido
Acabar de vez com a roupa por passar a ferro
Fazer todos os outros vestidos, casacos, blusas, saias
Comprar tecido preto para fazer umas calças para o Inverno
Descobrir aquela loja de chocolates no Bairro Alto
Fazer novas receitas de bolos e doces
Visitar a vizinha Gracinda
Organizar as fotografias de papel e as de suporte digital
Ir ao ginásio, impreterivelmente
Visitar e tirar fotografias ao Pinheiro de Loures
Ir ver a família, já que a família não me vem ver


Convento de Mafra, 21 de Agosto de 2011


5050

Tenho 5049 posts publicados.
Tenhos 2 posts rascunhados.
Total de posts: 5051.
Ora acontece que o senhor Blogspot me diz que tenho um total de 5050 posts, este número habitualmente soma todos os posts.
Dei com este erro... Isto não tem importânia nenhuma, nem sequer um relevozinho mas é que eu acho um piadão ao número 5050, que querem?.
Estou convicta que este é o post 5050. Ou então não... Seja lá como for este post chama-se '5050' e pronto!

sábado, 20 de agosto de 2011

O desafio

O prazo para votar no 'Desafio de Escrita' do site 'Palavras Maquilhadas' expirará daqui a pouco. Não estou aborrecida por ter perdido e ficado em último lugar. Porém, estou triste com o resultado, a diferença entre votos é absimal, o que confirma, uma vez mais, que não sei promover a minha paixão pela escrita.
Com esta afirmação não estou a substimar-me ou a empobrecer o meu caráter, ou sequer a diminuir aquilo que escrevo, a verdade é que sinto que se quiser ser 'conhecida' tenho de anunciar:

'Olha lá, vai ver o meu blogue, diz-me o que achas, comenta, vá lá, não custa nada, eu escrevo umas coisas giras, até se passa bem o tempo, diz lá o que pensas, vê se concordas comigo, olha que engraçado, vem cá, viste só o meu blogue, não é maravilhoso e fantástico?!'

Então... Eu não faço este tipo de convite/anúncio/promoção porquê?

Dantes, no início, era sobretudo porque tinha um pudor enorme da exposição. Hoje é principalmente porque se me dedico a convites, eloquentes e repetitivos por modo a que as pessoas realmente apareçam, arrisco-me a escrever poucas linhas. Os meus textos são pouco ou nada ficcionados, são praticamente todos eles ideias do que me rodeia, com um fundo de verdade muito forte, ou seja, 'aquilo' realmente aconteceu, eu não inventei nada, só ponho pózinhos. É para esmiuçar/realçar/enfatizar que eu possuo arte. Logo... Se não invento, as pessoas depois chegam aqui, vêem o seu retrato e não vão gostar. Olha só o Clóvis:

«Soltou-se-lhe o sangue da venta. Foi a correr para a casa-de-banho, levou um ror de tempo a deter aquilo. O sangue jorrava e jorrava, não queria parar. Ele era chão pingado de vermelho, ele era camisola também. Parou, enfim.
- Ó Clóvis, apanhaste cá um cagaço...
- Ná...
- Oh! Tretas! Estavas aí todo aflito.
- Ná... Eu cá não me acagaço com estas merdas!

(Acagaças, sim, que eu sei!) »

Apesar dos pesares foi muito positivo ter participado neste evento. Gostei mesmo a sério. Através do Facebook deu para ver quem votou em particular - porque o face é cara e dá para ver a cara, ? - daqui agradeço, percebi que até uma das minhas 'adversárias' me pontuou, agradeço-lhe em particular. Através do site não dá para saber quem votou, ou seja, não se vê as faces,  mas eu sei que votaram, e que o fizeram todos os dias. Agradeço também: muito obrigada. 
Enfim... Foi bom. Hajam mais coisas destas, vá.

Estou de férias!

Eu cá levo resíduos na bagagem, e tu?
Esta é uma pergunta parva, não é?*

A imagem seguinte faz parte duma pequena publicação d' O Chícharo que encontrei meramente, algures rente aos templários em Junho passado. Trata-se de um artigo trancrito d' O Alvaiazerense, uma publicação de 15 de Julho de 1861 bendizendo o descanso.
Se não conseguir ler o leitor clique na imagem para aumentá-la. Caso leia bem neste tamanho, o leitor deixe-se cliques, claro.

Viva ele, o descanso, pois.





*Derivado dum reclame anunciado na radio durante todo o Verão, a bem da verdade começou a ir para o ar na Primavera para promover corpos perfeitos em lugares idílicos. Fantasias, portanto.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Dias de um ginásio

As aulas de trx dão sabedoria aos seus praticantes. Eu, por mim, hoje sei quais os músculos que uso para subir e descer o escadote.

Tenho um vendedor que vai de férias para a semana só regressando a 12 de Setembro. Deixa-me a pergunta: «Acha que nesse dia precisa de alguma coisa?» Oh pá, acho que vou chorar.... Mas este homem não pensa?!

Tenho um outro que diz que eu não o gramo só porque eu bato o pé e digo que não suporto vendedores. Não sei onde é que ele foi buscar esta ideia...

Olha, é assim, aguenta-te!

Mudei umas coisinhas de sítio.
Os dabliú dês quarenta já não estão ao pé dos betumes, antes no entremeio dos limpais e amotolias de óleo.
As luvas fartaram-se de andar, subiram imenso e ainda muito mais para o lado.
Os pionaises, os esfregões pequeninos e os bravos ficam por cima das colas super-fortes.
As graxas passaram a fazer paredes-meias com as acendalhas e as lamparinas, em vez de as acendalhas e as lamparinas é que fazerem paredes-meias com as graxas.
As ceras desceram duas prateleiras, o limpa-lustres e os soflans duas prateleiras subiram.
Os bellas pelles estão mesmo lá ao cantinho, mas vêem-se bem, que são tão amarelinhos.
Ah, as graxas também fazem paredes-meias com os linferes e os lincrós que dantes eram vizinhos dos duraglites.
Os duraglites mudaram de esquina, agora encontram-se abaixo do papel higiénico.

Bem, cheguei ao papel higiénico. Neste momento acho que arranjei um problema de merda.

Hum, ninguém quer uma amiga que fala sozinha na rua, ou uma amiga que olha demoradamente para um canteiro de flores, ou uma amiga que gosta de olhar para os telhados dos prédios altos, ou uma amiga que não telefona, ou uma amiga que não fala, ou uma amiga que não vê telejornais, ou uma amiga que não está atenta às conversas.
Também ninguém está para aturar uma amiga que tira fotografias a uma janela feia com um dizer simplório: 'FÉRIAS'


Lisboa, 19 de Agosto de 2011

Não, não tenho amigas. E também não se vê nada no letreiro que o sapateiro ali deixou escrito. Que decadência.

Adenda ao post anterior, ou então outra coisa qualquer

Queimo os últimos cartuchos. Por um lado sinto a azáfama própria de quem se sente na obrigação de deixar tudo devidamente orientado para os que regressam ao trabalho, mas desejosa de desaparecer deste lugar durante alguns dias e descansar.
Por outro lado sei que vou sentir falta de ouvir os repentes dos clientes e outros que tais e escrevê-los a seguir. Durante as férias os meus temas mudarão, costuma ser assim. Já me sinto sem assunto...

«Queimando os últimos cartuchos»

– Tem aí fita-cola-cola?

É, seguramente, uma fita que cola muito-muito-bem.

Eu sei fingir mas não muitas vezes seguidas sobre o mesmo assunto. Quando começo a repetir a mesma expressão - fala e rosto - o fingimento deixa de existir. Será demais esperar que não se alonguem muito nas piadolas?

Piropo

Ah!
Não se encontra nada aberto!
Uma pessoa quer beber uma coisa boa e nada...
Uma pessoa quer uma coisa assim...boa.
Era mesmo uma coisa destas assim... boa, que eu queria agora.
Mas é difícil...
Quer dizer, podia não ser difícil... (ênfase)
Mas é difícil! (grande ênfase)


F a n t á s t i c o !

Ler

Àqueles clientes cheios de boa-vontade e simpatia, que se desfazem em desculpas só porque tenho de mover o escadote do sítio e conduzi-lo por entre corredores exíguos, tenho tido alguma vontade de dizer:

– Ó homem, deixe lá isso! Redima-se lendo o meu blogue, vá. Aceda a agá tê tê pê, dois pontos barra barra, verde água dois, ponto blogspot ponto com. Vai rever-se neste post e tudo, já viu que maravilha?

Na hora do patrão

Se escrevo no trabalho?
Claro que escrevo no trabalho!
Às vezes saio de trás do computador para atender os clientes, vou com a frase ou o tema na cabeça, misturo-me toda e sai-me de rompante coisas ligadas ao que estava a escrever.

Hospital dos malucos

Primeiro foi este maluco aqui, diz que eu estava muito gira porque a camisola condizia com os óculos, sim senhor, e depois quis saber o preço dos ditos. Olhei para ele como quando a gente ralha com as crianças só com os olhos, não revelei números, isso é que era bom! Disse-me ainda que tem uns óculos do chinês, são azuis, custaram dois euros, são de quatro vezes, comprou no chinês, os dele são azuis, custaram dois euros, são azuis, é do chinês, têm quatro vezes, são azuis, não prestam porque são do chinês e só custaram dois euros.

Depois foi um de fala muito atabalhoada, queria saber o preço do creme 444, não se sentiu lá muito satisfeito com a resposta. Ganhou coragem, e meio sorrateiramente tirou um tubinho do bolso, mostrou-mo e perguntou se eu achava bem ele pôr aquele creme na cara. Olhei para a embalagem, era um creme para assaduras de rabinho de bébé. Bem, mal não faz, disse eu.

Numerário

Anunciar via telefone a um patrão que se encontra de férias:
«Não vou ter tempo para ir ao banco» é um bocado esquisito, não vá ele cuidar que fujo hoje (último dia de trabalho) com o carcanhol.
Mas afinal ainda houve tempo e lá fui eu. A dona Carminda até disse que está cheia de saudades do meu patrão. É uma queriduxa.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O desafio

Sonhei que participava num desafio de costura. Tinha cenário e tudo: era uma grande sala dividida por placas de madeira em pequenas boxes, onde havia uma máquina de costura e uma mesa grande, bem como vários utensílios usados na confeção de vestuário.
Andava atarefadíssima, tentando fazer um vestido preto cheio de folharecos. É estranho porque não sou grande amiga de roupas pretas, se calhar é porque sonhamos a preto e branco... A minha cabeça podia ter inventado um vestido branco. Já dos folharecos, gosto por demais. No sonho não vi o vestido concluído, uma pena...
Acho que este sonho foi buscar o 'Desafio de Escrita' em que estou metida, juntei as minhas duas paixões: os trapos e as letras e fiz uma mistura um tanto ou quanto competitiva.

Recebi novamente um email do 'Palavras Maquilhadas'. Dizia lá que se pode votar todos os dias, votei outra vez no meu texto. O leitor querendo já sabe, vote outra vez, vote todos os dias. Vote. Vote e pronto. É só o leitor querendo... mas vote, vá lá.
Não creio que ganhe o concurso uma vez que os outros textos têm muito mais votos que o meu, uma coisa assim para quatro vezes mais.

Quero ganhar, era giro, depois apareceria no site dando uma entrevista, os leitores daqui poderiam ver-me e ouvir-me, o que seria maravilhoso! (Acho eu...)
Mereço ganhar, o texto está bem escrito, é simples e objetivo, é o melhor texto que escrevi até hoje. Escrevi-o de repente, cheia de um calor que raramente possuo, debaixo de uma forte comoção, de um saber legítimo, eu sei o que escrever encerra, de como é difícil e maravilhoso em simultâneo. As palavras estão bem alinhadas, as frases são poéticas até, outra raridade em mim, mas é o sentimento o que vale mais e o que ainda perdura.

Ontem recebi novamente um email do 'Palavras Maquilhadas'. Dizia lá que se pode votar todos os dias, votei outra vez no meu texto. O leitor querendo já sabe, vote outra vez, vote todos os dias. Vote. Vote e pronto. É só o leitor querendo... mas vote, vá lá.

Através do 'Palavras Maquilhadas'...

Ou do Facebook...

Acentar

Descobri que a palavra acentar não exite. Eu pensava que assentar era as poeiras, a cabeça e tudo quanto baixe a guarda. E pensava que acentar era no papel. Mas não. A minha professora primária, a saudosa dona Elisa, deve ter-me ensinado corretamente, eu é que aprendi mal e acho que acentar existe. A dona Elisa ensinou-me correctamente, quero dizer, mas agora escrevo corretamente. Portanto tenho de escrever assentar.

Assentar

(a- + sentar)
Verbo transitivo, intransitivo e pronominal

1. Colocar(-se) sobre um assento. = SENTAR
v. tr.
2. Colocar sobre uma base. = APOIAR, FIRMAR, FIXAR
3. Ajustar ou dispor convenientemente (peças de máquina, etc.).
4. Tomar nota por escrito (ex.: assentou o número). = ANOTAR, APONTAR, REGISTAR
5. Definir as condições de alguma coisa. = ACERTAR, ACORDAR, COMBINAR, ESTABELECER
6. Determinar, resolver.
7. Ter como base ou fundamento (ex.: a ideia assenta em pressupostos errados).
8. Fixar-se em determinado sítio.
9. [Informal] Aplicar ou colocar sobre uma superfície (ex.: assentar verniz).
10. Fazer pressão para diminuir o volume de (ex.: assentar as costuras).
11. Bater para nivelar (ex.: assentar os caracteres)
12. [Informal] Aplicar como pancada (ex.: assentei-lhe um estalo) = PREGAR
13. Afiar e amaciar (o fio de uma lâmina), geralmente com o assentador.
v. tr. e intr.
14. Ficar justo, amoldar-se ao corpo (ex.: o vestido assenta maravilhosamente).
15. Ser apropriado. = CONDIZER, CONVIR
v. intr.
16. Depositar-se sobre uma superfície ou no fundo de um recipiente (ex.: a borra assenta). = POUSAR

17. Ficar mais baixo (ex.: o cabelo assentou). = DESCAIR
18. Ganhar juízo ou maturidade (ex.: só assentou quando chegou aos 40 anos).
19. Cessar de ser estroina ou desaplicado. = ACALMAR, SOSSEGAR
v. pron.
20. Inscrever-se, alistar-se.

Fonte: priberam.pt

Uma coisinha que nada tem a ver com o post anterior:

O Papa chegou esta tarde (ou terá sido de manhã?) à Península Ibérica. Nós, os ibéricos, somos um povo bem-aventurado.

A exposição

Passei no corredor da livraria do costume e detive-me um pouco a ver os livros. O primeiro título a saltar-me à vista foi 'Sermões' de Padre António Vieira. Haverá leitores para esta obra?! Hum...

O bicho

O senhor que diz 'a minha menher isto, a minha menher aquilo' também diz 'goiana'.
Ok, eu traduzo: iguana.

O Ernesto

Hoje vendi duas tintas Raposa ao dono do Ernesto. Não que o dono estivesse mal, não senhores, mas o Ernesto era cá um cão mais lindo!
Pagou-me trocadinho, o que agradeci efusivamente. 'Ora essa', diz ele. O dono, claro. O Ernesto abanava o rabo e presenteava-me com olhares doces.

Agosto

É assim, Agosto é assim: uns trabalham, outros estão de férias mas de modo desigual, parece que abalaram todos daqui, deixaram-me sozinha.
Aqui ao lado tudo tem as portas trancadas, diz que estão de férias. Um tem escrito que em Agosto não se encontra e o desejo de 'Bom Verão!', o outro nem sequer sabe se regressa a 30 se a 31...
Raios os partam, eles na praia e eu aqui a vender lixívia e sabonetes de côco...

O suave cheiro

Uma senhora perguntou-me por um limpa-móveis de nome adride. Adride foi o que percebi, agora se é adride ou não...
Diz que é um produto maravilhoso e quês, tem um cheirinho muito, muito suave, quando se vem lá ao fundo da rua sente-se logo o cheiro.

Há aqui qualquer coisa que não combina, não há?

A lavagem

Quando eu digo que as pessoas nos contam tudo quando estamos atrás do balcão, é mesmo verdade. Recentemente o meu colega soube dum senhor que deu um jeito às costas quando estava sentado no bidé a...
Diz que fez o gesto e tudo, deve ter sido engraçado.

On de flór

O meu colega ligou-me:
– Olha lá e tal isto assim-assim?
– Ena, a Jennifer Lopez anda a esfregar o chão aí também!
– Pois, eu pedi-lhe...
– E tu ficas a ver, claro, ela mexe-se bem...
– Ah pois, mas olha lá e coiso...


Video aqui, caso queiram ver a JLo de esfrgona na mão e assim...

On The Floor (feat. Pitbull) Jennifer Lopez

J-Lo!
You have the sound, man
It's a new generation
Mr. Worldwide
Party people
Get on the floor, darling
Get on the floor
RedOne
Let me introduce you
To my party people
In the club

I'm loose
And everybody knows I get off the train
Baby it's the truth
I'm like inception I play with your brain
So I don't sleep I snooze
I don't play no games so don't get it confused, no
Cos you will lose, yeah
Now pump it up
And back it up like a Tonka truck, darling

If you're going hard you gotta get on the floor
If you're a party freak you better step on the floor
If you're an animal then tear up the floor
Break a sweat on the floor
Yeah, we work on the floor
Don't stop, keep it moving, put your drinks up
Keep the party, yeah, we're dropping on the floor
Let the rhythm change your world on the floor
You know we're running it tonight on the floor

Brazil, Morocco, London to Ibiza
Straight to L.A. New York
Vegas to Africa

Dance the night away
Live your life and stay out on the floor
Dance the night away
Grab somebody drink a little more

La la la la la la la la la la la la la la
Tonight we gon' be it on the floor
La la la la la la la la la la la la la la
Tonight we gon' be it on the floor

I know you got it, clap your hands on the floor
And keep on rocking work it up on the floor
If you're a criminal kill it on the floor
Steal it quick on the floor
On the floor
Don't stop keep it moving put your drinks up
It's getting ill, it's getting sick on the floor
We never quit, we never rest on the floor
If I am wrong, if I may die on the floor

Brazil, Morocco, London to Ibiza
Straight to L.A. New York
Vegas to Africa

Dance the night away
Live your life and stay out on the floor
Dance the night away
Grab somebody drink a little more

La la la la la la la la la la la la la la
Tonight we gon' be it on the floor
La la la la la la la la la la la la la la
Tonight we gon' be it on the floor

That badonka donk is like a trunk full of bass on an old school Chevy
All I need is some vodka and some... coke
And watch the chica get donkey konged
Baby, if you're ready for things to get heavy
I get on the floor and act a fool if you let me
Don't believe me just vet me
My name ain't Keath but I see why you Sweat me
L.A. Miami New York
Say no more get on the floor

Fonte: vagalume.com.br

A dobrar

Ainda um pouco na enga do post anterior – dobra - dupliquei o cumprimento:
– Bom dia, sô Bento!
Responde uma senhora que eu tinha acabado de atender:
– Ai está vento, está.

Insólito

Eu andando na rua em fato de trabalho, agarrando duas bananas com a mão esquerda e cinco moedas de dois euros na direita. Um mimo.

Mais tarde fui apanhada a comer a segunda banana. O material dobrando já se sabe, dobram as hipóteses de flagrante.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Réplica

(Re)lembro aos estimados leitores que podem votar no meu texto até dia 21, caso queiram. Para perceber o que eu quero dizer com este lembrete é favor clicar aqui.
Acrescento ainda que também podem votar através do Facebook. Aceder aqui, por favor.

Muitíssimo agradecida.

A psique

A dona Genoveva, depois de longo monólogo:

– A Gina desculpe lá este desabafo mas é que ainda não tive consulta com a minha psicóloga.

Ora essa, dona Genoveva, não se apoquente com tal. São setenta euros, fazendo favor.

?!

A como é que está o preço da sua ratoeira?

Os clientes perguntam-me mesmo coisas estranhas ou eu é que tenho a mania?

Com cor

Há pessoas que têm um moroso e penoso percurso quando se deparam com a difícil tarefa de escolher a cor duma saboneteira.

A doidona

São os ricos filhos na Praia da Torre, ontem: 15 de Agosto de 2011

Ontem fomos todos à praia. Maravilha! Água fixe, sol tímido e brisa suave.

Ah, já tinha escrito esta parte...

Dei as costas ao mar sentindo-me refrescada, pequenas gotas de água escorriam pelo corpo provocando-me cócegas, o sol batia na pele e aquecia-me a alma lavada. Hum, que coisa boa...
Tive de fazer um desvio na minha rota até à toalha, uma dupla de espanholas tentava fotografar-se entre si e eu não queria que a minha beleza imensa lhes estragasse a imagem que queriam construir, pois esta que daqui escreve derruba toda e qualquer beleza latina. Mas acho que não consegui, viajarei até à terra natal daquelas duas e depois serei exposta no fuçasbuque ou outra porra do género. Desculpem lá, queriduxas, sim? Vocês também são giras e assim mas pronto... Eu estando lá já se sabe, ?
Depois, fui novamente notificada pelas fotos e afins: duas moças tiravam fotos, cheias de poses (pouco) sensuais, usando como cenário o lado da praia... que não se vê que é praia. Mal escolhido, quanto a mim. A dada altura inclinam-se as duas em posições opostas criando um espacinho triangular. E quem é que lá atrás figurava nesse espacinho? Eu, claro. Pus-me a fazer adeus. Sou um emplastra, sim senhores, mas forçada. Continuaram nos cliques e eu ali, tiraram nem sei quantas fotos mas não devo aparecer em todas. De repente saio de cena, a fotógrafa saíra da minha vista. Fiquei quase aborrecida com o facto... Oh, que pena. E eis que tenho uma ideia luminosa: debrucei-me sobre as costas do meu amor, deitado mesmo ali ao lado e lá consegui ficar noutra foto, olaré!
Presumo que a noite passada haja viajado rumo ao Brasil (as moças eram brasileiras) ou assim e esteja escarrapachada no fuçasbuque daquela malta...


A doidona

Ontem fomos todos à praia. Maravilha! Água fixe, sol tímido e brisa suave.
A caminho dos banhos deu para ver que a marginal estaria cortada a partir de Caxias (ou lá como se chama o sítio) até Lisboa por causa da Volta a Portugal em Bicicleta. Entretanto circulava na via um ciclista à paisana, daqueles de todo o ano, portanto, que ia na direção oposta à Volta.
– Eia, este enganou-se! Diz aí a esse senhor que a Volta é para o outro lado. - Ordena ele no gozo.
O carro foi-se aproximando do dito atleta.
– Olhe! A Volta é para aquele lado! - Grito eu através da janela totalmente aberta.
Bem, isto não é lá muito interessante e piada não tem nenhuma, poderá pensar o leitor. Concordo com essa conclusão e reforço-a. Só teria interesse ou piada se o leitor pudesse ver a cara do atleta ou então se ele me tem apanhado...

Dias de um ginásio

No passado domingo fui ao ginásio... sim, faço parte daquele grupo de pessoas que frequentam um ginásio ao domingo. Portanto, é assim:
No domingo de manhã o sol incidia sobre um Tejo calminho transformando-o num longo braço de prata (virá desta visão o nome do conhecido bairro de Lisboa?!). As florinhas dum rosa muito vivo criavam um grande contraste naquela parede branca que fica lá fora. Era um cenário digno de fotografia, indubitavelmente, capaz de fazer qualquer um sacar do telemóvel e outros correrem a ir buscar a máquina ao cacifo para captar a beleza tão radiosa.
Um senhor que andava para cá e para lá, atarefadíssimo entre pesos e PC - jogava Sims, foi o que vislumbrei do lugar onde estava, isto do ginásio ao domingo tem muito que se lhe diga – parou por momentos e apontou o telemóvel naquela luminosa direção. No entremeio do fotógrafo e a esplendorosa paisagem decorria uma aula cheia de marias, ao momento estavam todas de cu espetado mas... tenho a certeza que aquele senhor o que queria era captar a luz imensa, o cintilar do Tejo, a alvura da parede e as belas flores, queria fixar para todo o sempre o domingo cheio de brilhos, em suma. Logo após o clique veio um outro a correr ver o resultado. Pela expressão de deleite dos dois, presumo que a fotografia ficou fora de série. Ai este Tejo, como demove os lisboetas....

Poemas e assim

Ora bem, vamos ao que interessa:

No mar da minha vida és a onda que a revitaliza...

Oh, beleza encandeante,
passai para a sombra,
não vos torneis ofuscante.


A vida duma mulher amada é assim, preenchida por sms's poéticos.

O pintor

Em conversa com um pintor descobri que a arte como ganha-pão perde a essência. Enquanto conversávamos eu ia desfolhando os trabalhos desse artista, dispostos na vertical e apoiados no chão em cima de um plástico. Apercebi-me da semelhança entre alguns desses trabalhos, o tema era o mesmo, apenas mudavam os tons. Comentei a semelhança e o pintor o que me disse foi:
'Bem, eu tenho de vender... e essa pintura é muito agradável, sai muito bem'.
Hum, então é uma tentativa de conjugar o quadro com os tons da sala ou quarto, não é uma criação do momento. Fiquei desapontada e de imediato deixei de apreciar tanto o artista que tinha à minha frente, não quis comprar um quadro que tivesse sido feito em série.
Compreendo perfeitamente que é difícil viver da arte, até porque é difícil viver seja de que maneira for... Eh pá... mas um quadro desses assim não, obrigadinha.

Depois fiquei toda contente. Olha só o alívio que é ser artista sem prazos de entrega, com tempo para deixar a musa descer. A graça que é ser uma artista assim como eu, já viram?! Fantástico.

Aprendi, ainda, uma coisinha olhando os trabalhos deste artista pintor: quando uma pintura é abstrata, quando se vê somente contornos, faço de conta que é uma nuvem. Quando a gente olha para uma nuvem vemos aquilo que queremos ver, não é? Pois então usemos a mesma técnica...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ironia

Estou no intervalo mais largo de todo o sempre na minha história de escrevente. É irónico que a minha escrita tenha sido recompensada de alguma maneira nesta minha fase nada inspirada. Eu explico.
Participei num desafio de escrita no site Palavras Maquilhadas, enviei dois textos que escrevi há algum tempo, 'De fugida' e 'Não? Sim? Então?!'. Este último é que foi escolhido. Li há pouco o mail anuncinando isso mesmo. Até fiquei toda atarantada...
Então é assim: eu (ainda) não ganhei nada, estão três textos no site dispostos a votação para que ganhe o melhor. O público é quem escolhe.

Se o leitor assim o desejar, vá até lá e vote. Com consciência, claro. Se o leitor preferir votar num dos outros dois textos... sinta-se à vontade. Mas vote no meu, preferencialmente. Obrigadinha.

P.S.
Depois de entrar no Palavras Maquilhadas clicar onde diz 'Desafio de Escrita', ler os três textos e... votar.

domingo, 14 de agosto de 2011

...

Sinto que morri para a escrita mas espero fervorosamente que esteja apenas num coma profundo.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O vazio de Lisboa

Lisboa - Calçada do Poço dos Mouros, 11 de Agosto de 2011

Sei que é Agosto. Sei que não há cá ninguém. Sei que é assim. Mas o vazio de Lisboa todos os Agostos me impressiona. Eram duas e meia da tarde...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

...

Tenho outras coisas para fazer, é verdade, mas deu-me para fazer isto. Patchwork, pode dizer-se.


...

Estou

sozinha

a horas

tristes

em sítios

que

não

lembra

a ninguém...

A palavra bonita

No consultório da senhora doutora ouvia-se um som de água a correr por entre as parcas palavras dela e as minhas frases entrecortadas. Noutros momentos estávamos as duas caladas, o silêncio acontecia quando ela pensava consigo mesma acerca do que fazer com a minha doença. O silêncio não, o barulho de água a correr, quero eu dizer. O outro som que se ouvia era o teclar os meus números de saúde por modo a introduzi-los no computador. E a água sempre a correr. Oh céus, que vontade de perguntar à mulher se aquilo a acalma!
Houve uma altura, numa das minhas poucas queixas, disse que sentia uma grande astenia. Ainda pensei numa maneira de pôr a palavra ‘asténica’ lá no meio mas não tive tempo para pensar. Imaginei a senhora doutora derretendo-se com o alto gabarito da minha expressão. Tal não aconteceu.
«Está na hora de pararmos», diz ela… É agora, tal está a acontecer.

O blogue e tal e coiso

Estive a rever a minha vida de escrevente. É melhor escrever, pensei. Escrever das férias, do único dia de férias, já que ficou tanto por dizer.
Não queria deixar esse dia especial (quase) em branco. Queria escrever daquela senhora das ruínas que tinha os lábios mal pintados num vermelho escarlate, das sobrancelhas grossíssimas do homem do museu e daquela outra mulher que me gritou: 'Pode ver!' quando atrevidamente lhe espreitei o quintal arranjadinho, quase imaculado, tão ao jeito do Alentejo.
Queria escrever e já escrevi. 
Não sei porque não tenho escrito. 
Sei porque escrevo hoje.

A seguir pode ver-se a fotografia mais linda que tirei nestas férias.


Algures a caminho de Pisões, 8 de Agosto de 2011

O sono

Agora quando adormeço invento um rosto que quero junto a mim.
Agora têm de ficar só as coisas boas.
Agora vou fazer tudo para sentir que ficarão comigo só as coisas boas.

?!

Eram dois. Um contava da dor de dentes e da extração. O outro ria-se muito.

Não entendo as pessoas.

A cara de religiosa

A dona Fátima está montes de tempo a falar das coisas do senhor - à minha frente mas não comigo - e depois pede muita desculpa por estar aqui assim a tomar o meu tempo. Mas na ideia dela eu estava incomodada com o assunto.

(Dá para perceber que não tenho um semblante compatível com questões bíblicas...)

Incomodada com o assunto, eu?! Nem por isso, dona Fátima, não sinto nenhuma comichão nos ouvidos, não senhora. Não me sinto mais santa ou mais pecadora que a outra gente, não. Sinto-me igual a todos e diferente de tantos. E é só.

O sonho

Se tivesse passado toda a minha infância

desejando ter uns óculos vermelhos

hoje estaria felicíssima,

uma vez que alcancei essa glória.

Eufemismo

'Estou num fosso' é uma maneira bonita de dizer que 'estou na merda'.

Coisas e assim

A porta do meu carro chia. Não curti a descoberta. Mais um ponto a somar para a velhice.

Acho um piadão as pessoas dizerem: 'tenha um bom dia!'. Faz-me sentir feliz, que querem?

Atenção, muita atenção!


Este é o post 5000.


Não tenho grande coisa a dizer do número avançado de posts com que este blogue conta. São muitas as coisas que tenho a escrever. É só.


EU

Então o que é que andas para aí a fazer?

Nada que jeito tenha.



Números

Castro Verde, 7 de Agosto de 2011

O meu pai tem 79 anos. Em conversa acerca de tempo de vida percorrido ele refere que quando fizer anos já são 80.
'Andei uma remessa de tempo enleado com o 7! Daqui a meses encontro-me como 8...'
Ainda falámos mais de números, chegámos até aos 100, e do tempo que se está enleado com este e aquele número.
Depois o meu pai fartou-se de rir.
'Deu-me graça!', diz ele.

Acho que saio a ele: sei divertir-me com a vida.

Diz-me as horas, por favor!

Castro Verde, 7 de Agosto de 2011

É em Castro Verde. O dono(a) que me desculpe o atrevimento em publicar o interior da loja sem pedir autorização mas, sendo domingo, a quem perguntar se posso?
Era um lugar atarefado e calmo ao mesmo tempo, o que lhe confere um ar incrivelmente curioso...


A cantiga

Viana do Alentejo, 8 de Agosto de 2011
Neste estabelecimento tocava uma canção da qual apontei uns versos.


Este mundo não tem porta
Nem uma chave escondida
Por trás de tudo o que importa
Vem um sentido para a vida


Após uma pequena pesquisa descobri a intérprete e o autor: Filipa Pais, João Afonso Lima e José Moz Carrapa.
Fonte: vagalume.com.br





Á Porta do Mundo


Ó lua faz-me uma trança
P'ra de dia desmanchar
Guarda-me a última dança
Quando o fio se acabar

Gosto de ver o teu rosto
Que a mil caminhos se presta
Para uma noite desgosto
Por uma noite de festa

Voltaria à tua terra
Por um mergulho de mar
Entre a cidade e a serra
Fica algures o meu lugar

Este mundo não tem porta
Nem uma chave escondida
Por trás de tudo o que importa
Vem um sentido p'rá vida

Se te fizeres ao caminho
Em horas de arrebol
P'ra fermentar o meu vinho
Traz-me um pedaço de sol

Vamos escrever uma história
Rever um filme a passar
Logo virá à memória
O que eu te queria dar

Será verdade ou mentira
Como um segredo roubado
Sou como a lua que gira
Hei-de dançar ao teu lado
Este mundo não tem porta
Nem uma chave escondida
Por trás de tudo o que importa
Vem um sentido p'rá vida

Continuo com a mania de me meter na vida das pessoas...

Viajava de metro e tinha à minha frente duas senhoras brasileiras próximas à minha idade. Conversavam imenso, gestos descontraídos e uma disposição própria de quem está a descansar da vida comum de trabalho.
O comboio parou numa estação que tem dizeres poéticos nas paredes. Uma das senhoras começou por ler mas foi lenta, o comboio arrancou antes de ela terminar a leitura. Toquei-lhe no braço e completei a frase porque a sei de cor:

Se eu não morresse nunca! E eternamente buscasse a perfeição das coisas! (Cesário Verde)

Riram-se muito e agradeceram. De seguida pediram-me que as aconselhasse locais lisboetas dignos de visita. Falei no Rossio, Mouraria e Bairro Alto, que não deixassem de lá ir porque é ali que mora a verdadeira essência de Lisboa.

E eu lá continuo com a mania de me meter na vida das pessoas...

Piada dos gordos

O chocolate não engorda, nós é que engordamos.



Sempre me chamaram Regina, só depois se lembram do outro nome.
Quando era miúda ficava muito grata ao meu pai por não se ter lembrado de me pôr esse nome na cédula, assim já não tinha de ouvir os meus colegas a chamar-me chocolates Regina e essas coisas.
Eu, grata ao meu pai pela sua falta de lembrança... vá-se lá saber o porquê deste agradecimento. Regina significa rainha! Melhor seria do que ter este nome vagino-ginecológico, ou vagem-de-baunilha, ou casta-donzela. Oh céus...

Quarta-feira

A dona Raqueline parou aqui antes de entrar no cabeleireiro para requisitar um serviço. No final queria despedir-se:

– Ah, diga-me lá o seu nome...
– Gina.
– Gina? Já vou assentar aqui (no cartão de visita) para não me esquecer.

Estou algo curiosa para saber se ela assentou o meu nome. Mas sei que não o assentará como eu assento o dela...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Baixo Alentejo - 6, 7 e 8 de Agosto de 2011

Beja
Entradas
Ruínas da Villa de Pisões
Algures a caminho de Pisões
Entradas
Algures a caminho de Beja
Castro Verde
Castro Verde
Herdade da Malhadinha Nova