quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Eu a pensar (outra vez)

Nestes últimos dias a minha disposição tem sido afectada pela culpa. Não me consigo livrar disto. Estou terrivelmente só e triste. É muito difícil engolir as emoções e há necessidade de recalcá-las cá para o fundo... E se a conversa vai ter a isto ou aquilo forço-me a refundir qualquer vestígio de sentimento... A minha vontade é dizer exactamente o que penso e como penso e acabar de uma vez com tudo isto. É horrível não poder contar nada de nada a ninguém. Nem sequer me posso queixar e dizer que estou triste. Quem iria entender? Presumo que ninguém... Mas, bolas!... Eu tenho que extravasar de alguma maneira isto que sinto!... E estou a fazer isso aqui!... Ninguém vem ler, ninguém me ajuda nem me dá conselhos mas eu escrevo e assim de alguma maneira sai de dentro para fora. Não é arrancado, fica a ecoar na minha cabeça porque não verbalizo mas sai em forma de letras. Sai. E por agora é o que me interessa. Terapia surda e muda porque não ouço nem falo. Mas não cega ou insensível porque eu vejo e sinto tudo.
Está a dar-me vontade de rir à gargalhada. Quando começo a achar piada à minha própria vida e aos meus próprios pensamentos, compreendo que sou capaz de não estar assim tão mal. E agora estou a rir de mim mesma porque sou uma mulher com piada. Uma mãe de família aparentemente saudável psicologicamente e que afinal... (quase) só pensa em merdas que não valem um cú... dá vontade de rir. Hipócrita e dissimuladora... cruel... perversa... também dá vontade de rir. Muita.
Relaxa mulher!... Amanhã é outro dia. Vou lembrar-me de o aproveitar.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

VERDE!!!


Ainda se vê por aí muito verde nas árvores.
Ainda ando de sandálias!... nha nha nha nha!... :-)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

"Isto" sou eu a pensar:

Há uma imagem na minha cabeça quase desde sempre. Imagino-me a espreitar algo sem que me vejam, como se não fizesse parte do mundo em que vivo, como se não pudesse fazer parte dele por tudo me estar vedado e interdito. Porque me imagino só a espreitar o mundo e a não fazer parte dele? Suponho que seja porque ainda o vejo como algo inatingível, como se tudo o que me dá prazer seja, só por isso, mau. Não tenho espaço para deleites. Não posso desfrutar das coisas verdadeiramente boas porque as coisas boas são proibidas e ilícitas. A conclusão que tiro é que este sentimento é uma espécie de culpa por me sentir bem, uma culpa que não deveria sequer existir porque não tem razão de ser.
E pergunto-me se isto em que me transformei será bom. Ou por outra, se isto será transformação pelas experiências vividas ou simples revelação daquilo que realmente sou. Talvez tenha atingido um grau de maturação ideal para este dia e hoje não tenho vergonha do que sou e do que sinto. Ou então eu sempre fui assim mas não me tinha revelado. Poderá ser isso.
Demasiados avisos e demasiadas reprimendas: "não mexas aqui", "não brinques com fulano", "não digas", "não chores", "não sejas assim", "não faças", não sintas dessa maneira", "não está bem", "cala-te", "não podes"... Adquiri o hábito de achar que estou sempre errada. Estou convencida de que está sempre tudo mal em mim. Sempre fora de tom, de compasso e de contexto. A minha maneira de ser e de sentir não deveria ser esta e nunca estou alinhada com nada nem com ninguém. Sou sempre questionável e estou sempre à parte. E agora dei nisto.
Hoje estou liberta de ideias concebidas por outras cabeças. Estou por minha conta e não tenho máscaras. E então em que é que fico? É bom ou é mau? Não querendo repetir-me mas repetindo-me na mesma: estou optimamente mal assim como estou... é isso.
É bom. Muito, muito bom.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

No dia de hoje, acho que sou a única pessoa no país inteiro que saíu à rua de sandálias... Ai estamos no Outono?... Ai é?... Então está bem... amanhã vou de botas. Quero dar as boas vindas ao Outono calçada a rigor!

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Uma das sensações mais desagradáveis que sinto por vezes, é a de que não sei educar os meus filhos...

Passou pouco mais de um mês deste novo ano lectivo e... o rico filho já tem, no mínimo, meia dúzia de recados de professores queixosos da falta de trabalho e a rica filha uma ameaça de falta disciplinar. O André é preguiçoso e a Ana Cláudia é implusiva. O André tem aquela meia dúzia de recados e a Ana Cláudia tem aquela quase falta disciplinar por causa daqueles defeitos que eles têm e que eu tão bem conheço. Infelizmente, estas situações não são primárias, desde há alguns anos a esta parte tenho vindo a habituar-me a receber chamadas telefónicas dos respectivos directores de turma.



Questiono-me muitas vezes se andarei a fazer algo de errado na educação que lhes dou. Serei demasiado liberal e aberta? Terei que deixar de ser uma mãe jovial e bem disposta e passar a educá-los com rigor militar? Deverei tornar-me inflexível e rígida não dando espaço a risos e brincadeiras? Sinceramente não acho que deva mudar coisa nenhuma mas às vezes não consigo deixar de me sentir um pouco culpada porque os meus filhos não apresentam os mesmos resultados escolares que há uns anos atrás apresentavam... e então vem-me à ideia de que eu é que tenho que mudar, eu é que tenho que fazer alguma coisa.



Seja como for, os ricos filhos continuam a ser as coisas melhoresmelhores e mais lindas do mundo. O que eu sei é que os meus filhos são educados, pontuais e assíduos. Do contrário nunca eu recebi queixas nenhumas. Continuo a achar possível que os meu filhos venham a ser adultos responsáveis, trabalhadores, empenhados e batalhadores pela vida fora.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Já viste aquele anúncio da Seat em que vão as pessoas a conduzir e a cantar e a dançar ao mesmo tempo ao som de uma das músicas da Shakira? Às vezes eu costumo fazer uma figura igualzinha àquela enquanto conduzo. Por acaso também tenho um Seat mas não é por isso que canto e danço. É mesmo só porque gosto de cantar, dançar e conduzir... podendo fazer tudo isto de uma só vez, melhor não?

domingo, 21 de outubro de 2007

Fui cortar o cabelo e arranjar e pintar as unhas. Tinha algum tempo livre, dinheiro na carteira e vontade de mudar de aspecto. Quando assim é - refiro-me à vontade de mudar - é sempre prazeiroso ver o resultado final. Quando saí para a rua sentia-me fresca e leve. A frescura devia-se ao facto de já não ter cabelos a tapar-me o pescoço e a leveza por já não carregar comigo o que ficou no chão do salão de cabeleireiro. É bom. Não sei se é porque tem sabor a excentricidade. Porquê? Talvez seja porque, lá muito no fundo - mas é assim mesmo, mesmo, mesmo... lá no fundo - eu poderia agarrar na tesoura que tenho na gaveta da máquina de costura, pôr-me em frente ao espelho da minha casa-de-banho, cortar eu própria o cabelo e depois deitar os despojos no meu caixote do lixo. E também, lá muito no fundo - mesmo, mesmo, mesmo... - poderia eu própria pintar as unhas cá em casa. Pois podia...

É melhor de deixar de escrever estas parvoíces porque a esta hora já deves estar a pensar: "Que horror!... Onde é que eu vim parar!... A autora deste blog é completamente doida!..."

Não duvides que sou saudavelmente insane. Já há muito tempo que sou sensata e desiquilibrada em silmuntâneo. E não pretendo mudar. Para já, estou optimamente mal assim.

sábado, 20 de outubro de 2007

Loures, 20 de Outubro de 2007

Estive há pouco a ver fotografias muito antigas, o primeiro álbum de fotografias que comecei a construir depois de casar e antes de terem nascido os meus filhos. Não foi grande coisa ver algumas pessoas lá retratadas, trouxe-me más recordações e chorei de raiva, tristeza e decepção, porque desconheço a razão de me quererem mal. Esta incógnita é o pior de tudo.

Há uma célebre frase de Fernando Pessoa que diz: "Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo."

Eu não sei guardar as pedras que encontro no meu caminho. Não sei se por imposição de mim mesma ou se por falta de maturidade, a verdade é que eu não quero construir porra de castelo nenhum!... Ainda que compreenda que as más - ou tristes - experiências sirvam para que eu cresça e fique com a personalidade mais forte e robusta, eu não tenho vontade de guardar as minhas pedras. Mas se não as guardar estarei sempre a tropeçar nelas...

Tenho mesmo que construir um castelo...

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

G I N A


- Como se chama? - perguntou-me o senhor da transportadora para cumprir as regras habituais. A pergunta foi feita porque tem que ficar o registo de quem recebeu a encomenda. E eu respondi:
- Gina - passou imediatamente algo pelo meu pensamento. Passou tão rápido que nem sei descrever. O senhor sorriu, agradeceu e despediu-se.
Por coincidência, no dia seguinte havia outra encomenda da mesma transportadora. Curiosamente quem a veio entregar foi o mesmo senhor. Novamente ouvi a pergunta:
- Como se chama?
- Gina - disse eu sorrindo e olhando bem para ele, ao mesmo tempo que tentava adivinhar o seu pensamento, ou se calhar adivinhando-o mesmo.... Desta vez, o que me passou pelo pensamento eu sei descrever.
Possivelmente o homem sorriu maliciosamente porque se lembrou da revista "Gina" e eu correspondi ao sorriso com cumplicidade e algum sentimento de resignação porque naquele momento tive a certeza do que ele estava a pensar. Não fiz, nem costumo fazer, nenhum tipo de comentário quando assisto a cenas deste género. Apenas me preparo de armas e bagagens para o que quer que venha a ouvir...
Ao longo da minha vida tenho reparado que algumas vezes o meu nome dá nas vistas particularmente aos elementos do sexo masculino por causa da tal revista. Na adolescência era algo do género: "Chamas-te Gina? Como aquela revista das mulheres nuas?" Naquela altura, esta questão era feita com um misto de surpresa e entusiasmo pelo que o nome "Gina" os fazia lembrar. Confesso que comecei a ouvir estas perguntas antes mesmo de saber da existência da famosa revista, até que um dia a vi exposta num quiosque. Na capa só se via uma mulher da cintura para cima de mamas ao léu. Lembro-me de achar piada ao facto de existir uma revista com o meu nome, mesmo que fosse uma revista pornográfica. Não fazia mal nenhum... até era giro...
O meu nome é também frequentemente ligado à prostituição. Ou seja... (desculpa lá mas vai mesmo a seco) é nome de puta. E para além disso faz lembrar vagina e tal... e isso também não faz mal nenhum... quero lá saber! Até é giro... e sugestivo e tal...
Mas continuando, passaram alguns anos e a pergunta manteve-se mas muito mais esporadicamente. Hoje em dia ainda ouço: "Gina? Não é..." Normalmente não deixo acabar a frase e atiro logo um sério e pausado:"Sim... como a revista..."
Com a vida aprende-se (e eu aprendi muito bem, diga-se) a aceitar as situações que não se podem modificar. Aprendi a aceitar e esperar o impacto que o meu nome causa aos homens por causa da revista "Gina" e não só. Em vez de baixar o olhar pelo constrangimento que me causa ver a malícia nos olhares masculinos, ou ainda, algumas palavras libidinosas, dou a volta à situação e enfrento-os com o meu destemido e aguerrido olhar que quando eu quero, deixa transparecer algo assim:
- Q ' é q ' foi ó borrego?... Dói-te alguma coisinha?...

Enfim... o meu nome é G I N A!!!... OK???... Algum problema?... Não, pois não?... Bem me parecia...


Volta sempre.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007


Descobri que, para além de conduzir e falar pelo telemovel ao mesmo tempo, ter as unhas pintadas de fresco também pode levar a uma condução insegura. Conduzir com as pontas dos dedos é muito giro mas dá cá uma sensação de corda bamba...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Hoje, ao passar na Praça de Londres vi que já andam a pôr nas árvores as iluminações de Natal. Parece assim como que "fora de tom", "desafinado" e "desarritmado"... ainda está um calor do caraças...

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Sexo tântrico é...

('tou a ver se me vem à cabeça uma frase que consiga exprimir a conclusão a que cheguei hoje ao ouvir um programa de rádio) ... é uma queca insípida... incompleta...
Se calhar até nem tem gracinha nenhuma. Não sei... digo eu que pouco sei...

domingo, 14 de outubro de 2007

Tenho o PC, as mãos, os olhos e o tempo à minha disposição mas não sei que hei-de escrever, faltam as palavras. E as palavras são o que não pode faltar para escrever... Se calhar tenho a cabeça "varrida" porque acordei há pouco mais de uma hora... não chega ideia nenhuma porque não tenho todos os sentidos despertos.


(pausa para café e procura de algo que já anteriormente tenha escrito no caderno dos desabafos)


Encontrei isto:


" Lisboa, 10 de Outubro de 2007


Ora aqui estou eu no Ginásio à espera do Luís.

Tenho que escrever no blog algumas coisas referentes ao post publicado ontem. Tenho que lá escrever que há coisas na minha profissão de que eu até gosto mas que, de uma maneira geral, não gosto da minha profissão. Também tenho que escrever lá que sei perfeitamente que todas as profissões têm tarefas que não dão prazer. Eu escrevi e publiquei aquele post para tornar mais leve a minha vida profissional, tentei dar uma ideia de como pode ser divertida e se calhar não foi essa a ideia que transmiti...

O "tal" professor anda aqui a arrumar as máquinas e pondo os pesos no sítio uma vez que o Ginásio está quase a fechar. Acho que reparou e se admirou de me ver a escrever. Por acaso este moçoilo tem montes de piada... ainda bem que não sabe que eu já escrevi acerca dele e que ainda por cima publiquei na Internet um texto onde faço menção à sua pessoa.

Mais pessoas reparam que estou a escrever: o recepcionista, outros professores e alguns utentes do Ginásio. Quase todos eles fazem um esgar de surpresa ao verificar que escrevo. Será que sabem que estou a escrever ao acaso, que escrevo o que me passa pela cabeça num diário? Se calhar pensam que isto é um rascunho porque sou jornalista ou professora. Nesse caso seria muito pobrezinha, sem PC portátil e escrevendo à mão num caderno...

Possivelmente pensarão: "ui... um diário... contém segredos, recantos escondidos... onde ela escreve intimidades vividas ilicitamente... ui... os seus mais íntimos desejos..."

E eu penso que alguns dos meus desejos são ocultos até para mim... ui..."

sexta-feira, 12 de outubro de 2007


O rico filho esteve doente e ao ser auscultado pelo médico este perguntou-lhe:
- Então o que é que tu fazes? Jogas à bola?
- Sim, jogo futebol - respondeu o André com a sua voz grave que parece que vem de todo o lado e de lado nenhum ao mesmo tempo, qual ribombar de trovão.
- Nota-se. Tens o batimento cardíaco característico dos jogadores de futebol.

OK... já aprendi mais uma. Não fazia ideia de que era possível identificar desta forma uma actividade desportiva. Com a continuação da conversa fiquei a saber que o André tem capacidade física e grande potencial para médio esquerdo, uma vez que é canhoto a chutar e que esta particularidade é invulgar.
É uma pena que o André jogue num clube onde não lhe dão sequer hipótese de jogar nesta posição e o ponham como defesa esquerdo. E ainda tenho mais pena de o ver frustrado e triste com o treinador...

Foto: o André a fazer o pino dentro de água durante as férias deste ano

quinta-feira, 11 de outubro de 2007


Tem estado uns dias de sol maravilhosos!...
Ainda dá para andar de vestidinho e tudo...
...!Ai que bom!...
:-)

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Loures, 18 de Agosto de 2005

"Estive sentada num dos bancos da Praça de Londres a pensar na minha vida. Estive a pensar no que já fiz, no que faria e no que farei em vários aspectos da minha vida. Os mais importantes são, sem dúvida, a maternidade e o casamento. Claro que também pensei noutros aspectos, os menos importantes, que compõem a minha vida. Não posso dizer que tenha sido proveitoso, não cheguei a nenhuma conclusão. Eu quero sempre respostas para tudo e gosto de saber sempre os porquês das coisas. Por isso sou tão ansiosa. Gosto de saber porque é que me aconteceu isto ou aquilo, porque é que sinto as coisas de determinada maneira. E não obtenho sempre as respostas. Isto deixa-me num estado de ansiedade tremendo, por vezes."

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Durante esta semana perguntaram-me:
- Então e as férias, foram boas? - fiquei parada e pasmada mas depois de recuperar o ar respondi:
- As férias já foram há tanto tempo que já nem me lembro que as tive...
Depois fiquei a matutar e como as conversas são como as cerejas e os pensamentos são mais cerejas ainda (!!!), tanto pensei que fui dar à questão que já algumas vezes aqui abordei - não morro de amores pela minha profissão e pela maior parte das funções que desempenho. Fiz uma retrospectiva e achei que é tempo perdido o que passo a lamuriar a minha infelicidade. Então olha lá:
- Estar num sítio onde aparece um menino de uns 8 anos com um corrimão que tinha acabado de partir, aflito à procura de um produto que solucionasse aquele problema tão "grave" antes que a mãe descobrisse...
- Duas amigas octagenárias discutirem, enquanto as atendo, acerca de quando uma delas não ouve a campaínha...
- Ocupar-me do transporte de um pacote de Skip de 900 gr para o meu local de almoço para entregar posteriormente à cliente porque ela ainda queria ir a um sítio e não queria andar carregada...
- Observar pelo canto do olho um par de namorados trocando carinhos, digamos que intensos, enquanto eu estava atrás do computador registando a compra que eles efectuaram... acho que é melhor eu pensar que eles não sabiam que eu os conseguia ver de onde estava... porque se calhar até sabiam...
- Uma senhora dizer-me que não queria uma esfregona com um pau (!!!) tão comprido... enfim, nem todas gostamos do mesmo...
- Uma outra senhora muito, mas mesmo, mesmo muito castiça, perguntar-me se por o meu vizinho se ter atrasado a abrir a porta depois do almoço, lhe teria dado alguma caganeira fora de horas...
- Ah... então e um senhor que me entrou loja dentro só para me dizer que o fio de nylon não dá para fazer nós... também aqui fiquei a pensar: "Não... isto não me está acontecer..."
- E por último, pasma-te, hoje perguntaram-me se eu tinha dióchéne (é claro que não está bem escrito, como pode estar bem escrita uma palavra que não existe?)
Mas eu traduzo: Vieux-Chaine. O mais engraçado é que a cliente em questão tem um canudo altíssimo... e há mais deste género aqui se quiseres ler.
Eu devia era exultar de alegria, regozijar-me e deleitar-me de prazer pelo privilégio que tenho em desempenhar esta bela profissão... não achas?


domingo, 7 de outubro de 2007

Apetece-me comer gafanhotos e sair daqui aos saltos... Estou frágil. Outra vez. Sinto culpa sem razão aparente. Sinto culpa por sentir culpa. É um ciclo viciado, vicioso e viciante. Que vai crescendo, ganhando peso... e qualquer dia não posso com isto de tão pesado que está. Sinto-me só porque não há como partilhar a carga.

Mas:

- Amanhã é outro dia e parece-me que vai estar soalheiro

- Poder desabafar daqui para o mundo é muito bom

Esfera - Pedro Khima

Se algum dia aqui chegares, vais sentir que isto é para ti. Este poema enquadra-se perfeitamente no que sinto agora:


Esfera (Pedro Khima)


Por sinal, essa esfera que me tentava sem me olhar,

Nada mais era do que um som

Que me levava a tentar fugir de ti… sair de ti…
Uma vez mais, sem saber porquê,

Desisti para te dizer:

Não dá mais, quero mais…

Se não for assim,

Esconde esse sorriso que me faz querer matar por mais!

Mais, mais…Quero mais…Mais, mais…

Por isso esconde esse sorriso que me faz querer matar por mais…
Só assim dá para mim conseguir que não doa mais,

Que me deixes ir,

Que me libertes de ti, que não me faças sentir,

E eu não quero cair, não me posso entregar

Sem que percebas que não podes julgar,

E eu quero tentar, poder acreditar

Que o aperto cá dentro

Um dia vai acabar,

E o monstro em mim, não irá sucumbir,

Não desfalece por não conseguir

Que olhes para mim, que me faças existir,

Por isso esconde esse sorriso que me faz querer matar por mais…
Mais, mais...

sábado, 6 de outubro de 2007

Continuação:

Com o comentário da Redonda lembrei-me que esta história merece que eu conte mais um pouco porque, efectivamente, há mais para contar:

Quando eu vi aquela cena eram 9 horas da manhã aproximadamente e ia a caminho do meu local de trabalho. Passado um bocado, quando estava na altura da minha pausa habitual para tomar café encontrei os pais da menina sentados numa mesa do café do Jorge. E não pude deixar de ouvir que comentavam em que estado de espírito a menina tinha ficado na escolinha. Ouvi a mãe:

- Ela ficou bem, não achas?

E o pai respondeu:

- Sim... ela ficou bem...

Era notório o estado de ansiedade em que se encontravam e eu compreendi-os tão bem que sorri para os dois. O meu sorriso foi correspondido e ficou no ar algo semelhante a cumplicidade porque eu sei quanto custa ter que deixar os filhos "voar" sozinhos.

A ida para a escola é talvez o primeiro vôo que os filhos fazem na vida. Quanto a mim, foi aí que eu percebi que as dores do crescimento existem mesmo, não só para quem cresce mas também para quem vê crescer quem é carne da sua carne. É por isso que acho essencial aproveitar todas as fases e idades dos meus filhos. Ainda hoje ouvi alguém dizer na série de TV "CSI Miami" que ser pai ou mãe não é um direito mas sim uma dádiva. Concordei. Plenamente. Assim intensifico este sentimento de que tenho que ser feliz com todas as fases da vida dos meus filhos. Tento não ficar saudosa do tempo em que ficavam no berço a palrar ou do tempo em que era tão fácil distraí-los para não chorarem e aproveito para me alegrar porque sabem ir sozinhos para a escola ou sabem confeccionar coisas simples para comerem se eu me atrasar a chegar a casa.

Ser mãe é uma dádiva e eu aproveito-a.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007


Há tanto tempo que não ia ao "Vasco da Gama"...
Há tanto tempo que não via as pessoas tão absortas nos seus pensamentos...
Há tanto tempo que não andava ao sabor do balanço de um comboio...
Há tanto tempo que não via pessoas ao monte e andando desgovernadas em todas as direcções...
Há tanto tempo que não ia ver o Rio Tejo...
Há tanto tempo que não reparava que ali, ao pé do rio, as pessoas andam mais devagar e têm uma expressão mais descontraída...
Há tanto tempo que não dava um passeio assim...
Há tanto tempo que não andava à deriva e sem rumo certo... não porque tenha que ser mas porque eu quero...
Há tanto tempo que não andava no meio de tanta gente e só comigo...
Há tanto tempo que não sentia um arrepio de frio...
Há tanto tempo que não contemplava um horizonte tão longínquo...
Há tanto tempo que não visitava o meu "suavizante cerebral"...


Ahhh... foi muito bom...


foto: Ponte Vasco da Gama sobre o Rio Tejo

autoria: minha

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A autora deste blog escreveu o seu último post e despediu-se dos seus leitores. Todos eles manifestaram grande tristeza pela perda mas gentilmente a apoiaram e demonstraram amizade através dos comentários.

A autora deste blog revelou que nesse dia nenhuma vontade sentia de escrever e que sentia sim, um grande desejo de que escrevessem para ela e acerca dela. E logo recebeu muitos comentários, todos eles elogiando a maneira intensa e íntima com que escreve no seu blog.

Estes blog's demonstram perfeitamente como somente através da leitura do que alguém escreve, se podem desencadear amizades. Apenas me pergunto até que ponto este mundo virtual poderá ser realmente verdadeiro...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Loures, 13 de Fevereiro de 2005

"Hoje vi o filme "Catwoman". Gostei. Gostei principalmente prque foca a dualidade de personalidades que todos nós temos. Eu tenho uma personalidade escondida, últimamente anda muito saída da casca. O outro lado de mim mesma. Existe mesmo. E anda aqui a ver se fica... sinceramente espero que fique porque é bom de sentir. Sinto-me mais liberta, mais sensual, mais curiosa, mais destemida. Umas vezes todos este sentimentos à mistura, outras vezes um deles sobressai por momentos

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

"Vou para a escolinha"

Hoje assisti a algo estranho e enternecedor ao mesmo tempo. Estranho talvez pelo inesperado e enternecedor porque a cena inclui uma criança.

Vi na rua uma senhora com uma criança de uns três anos muito aconchegadinha no seu colo. Passaram pela senhora que vende flores lá na rua e depois de se cumprimentarem ambas e como a menina não respondesse, a mãe, sem abrandar o passo, respondeu:

- Ela vai caladinha porque vai para a escolinha.

Olhei para a menina. De facto, ia com o olhar muito triste e ansioso, encostada no ombro da mãe. Foi a seguir que vi o inesperado que referi em cima - o pai ia atrás andando e filmando as duas para que ficasse registado aquele momento especial. Foi aqui que achei enternecedor. E foi aqui, que tive pena de não ter registado este momento da vida dos meus filhos ao menos com uma foto... Resta-me o consolo de que na minha memória está registado esse dia tão especial de Setembro de 1997 e de Setembro de 2000. Não me lembro como se fosse hoje mas lembro-me muito bem.