terça-feira, 12 de agosto de 2008

post comemorativo do regresso da minha vontade de escrever, a qual acolho rejubilante!

vi de passagem...

a menina recentemente doutorada que, por isso, mudou radicalmente de tipo de indumentária - passou de top de alcinhas e calções, para fato calça-casaco (vermelho na maioria dos dias) com camisa branca, cujos punhos e colarinho a mãe, sim é a mãe que tem que pôr de molho em descorante raposa para que continue tão alva como quando a comprou, não vá a filha doutora fazer má figura lá no escritório...

uma senhora que em sentido figurado se podia dizer que parece um boneco sempre-em-pé ou então um barril daqueles de vinho - toda ela era ganga justinha ao corpo... que maravilha de mulher... hummm... se ela caísse era daquelas pessoas que caía redonda, ou então... não caía...

um jovem de t-shirt de cavas largueirona, boné com a pala para trás, brinco brilhante na orelha, um ar de rufia e andar à "macho que já sabe dar uma queca mas a única que deu foi a uma cota com as carnes descaídas ali para os lados da rua de s. nicolau e ainda teve que pagar"...

um velhinho que arrasta os pés com passos muito rápidos e muito curtos, parecia que ia estender-se ao comprido a qualquer momento, o incrível é que o desiquilíbrio era o que evitava a queda - fato cinzento às riscas brancas e chapéu a fazer lembrar o tempo da sua juventude... deixa ser... sempre protege deste sol tão quente...

um grande cromo aqui da rua - colete de caçador, boné à alentejana que levantaria da cabeça educamente se me tivesse visto, e seus óculos de lentes enormes e armação tão brilhosa que difunde raios de luz quando em contacto com o sol directo...

o senhor doutor ali do lado - cenho franzido, e não é por causa do sol, é mesmo assim... as condições atmosféricas não interferem na sua expressão porque essa, essa é sempre a mesma...

a gaja boa como o milho - vestidinho rosa muito curto, sandalinha de cunha com dez centímetros, fá-la parecer com mais.... dez centímetros do que na realidade tem e lhe espeta uma tal parte do corpo de uma tal maneira que as cabeças masculinas todas se viram para admirá-la... ai tão boa, pá!...

o senhor doutor ali do centro de saúde que, assim de raspão, o que salta à vista é a total ausência de pescoço...

a mulher que quis cobrir os cabelos brancos e os pintou de... cor-de-laranja... sempre disfarça qualquer coisita e assim até continua a conseguir virar cabeças masculinas (e as femininas também) à sua passagem...

o senhor que espirra três vezes seguidas por causa do pólen que anda no ar devido ao corte do gramíneo...

a velhota baixinha e atarracada que mastiga a língua permanentemente e diz à laia de feito revelador de um elevado grau de bravura, que já matou sete...! sete maridos...!!!

a rapariga que daqui parece ter os ombros, a cintura e a anca, tudo da mesma largura, quer dizer... se calhar os ombros são um nadinha mais largos que a anca mas ao passar na rua as cabeças masculinas lá seguem o seus movimentos... o que prova a minha teoria de que os homens olham para toda a porcaria...

2 comentários:

Anónimo disse...

São AS HISTÓRIAS que nos obrigam diariamente a um desvio no nosso percurso como navegantes na net e nos prendem ao blog.
Se fosse brasileiro diria "nota dez".
Muito bom!

Gina G disse...

Obrigada.
Até estou sem palavras...
Se calhar é porque ontem as gastei todas neste post... :)