quarta-feira, 23 de junho de 2010

Talvez


Nos últimos tempos tenho tido a saudade de quando os ricos filhos eram crianças mais aguçada. Talvez pela idade que eles têm já tão distante da infância, talvez pela minha idade... Não sei.
E, talvez por isso, ao presente noto nos meninos e meninas olhares e sorrisos que dantes não via. Talvez seja do meu ar maternal.
Nunca tive grande empatia com crianças, não sei que lhes dizer, mas sempre as admirei. Essa admiração é hoje mais consciente, talvez lhes transmita algo bom, talvez seja por isso que me olham e depois sorriem.
Foi o que fez um menino quando me cruzei com ele no jardim. Era muito jovem, uns sete ou oito anos talvez, mochila enorme às costas e andar seguro. Lançou-me um olhar cúmplice como quem diz: 'vês, eu já ando sozinho na rua'.
Na avenida houve outro menino que me sorriu, aqui um olhar que eu não soube avaliar, talvez alegria e regalo, abraçava a mãe com gosto e vontade, talvez fosse a mãe... Olhou para mim e sorriu.
Resta-me dizer com toda a certeza que retribui os olhares e os sorrisos destes dois meninos.


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