quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A melodia do adeus, Nicholas Sparks (excerto)

Havia muito tempo que deixara de tentar prever o futuro.
Não que isso o incomodasse. Sabia que as previsões eram inúteis e, para além do mais, tinha uma escassa compreensão do passado. Ultimamente, tudo o que sabia era que não passava duma pessoa vulgar num mundo que idolatrava o extraordinário, e essa tomada de consciência deixava-lhe uma vaga sensação de desapontamento perante a vida que levara. Mas que alternativa lhe restava? Ao contrário de Kim, que era uma pessoa comunicativa e gregária, Steve sempre tivera tendência para ser mais reservado e passar despercebido entre a multidão. Apesar de possuir um certo talento como músico e compositor, faltava-lhe o carisma, ou a capacidade, para dirigir um espectáculo, ou o que quer que fosse que levasse um intérprete a destacar-se. Havia ocasiões em que ele próprio admitia que era mais um observador do mundo que um participante, e, em momentos de penosa honestidade, chegava mesmo a convercer-se de que fracassara em tudo o que era importante.

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