terça-feira, 3 de maio de 2011

A bebida

Noutro dia fui a um bar. Depois da primeira rodada ingerida alguém pediu a segunda. Falei com o empregado de mesa a ver se ainda dava para anular porque não me apetecia beber mais. Era muito jovem, o 'medo' que tinha do público notava-se bem. Respondeu-me timidamente que já havia efectivado o pedido e numa espécie de gracejo convidou-me a acompanhá-lo até ao bar para confirmar. E você quer que eu vá consigo, perguntei. Não, você não quer que eu vá consigo, continuei eu.
Descalabro total... O pobre moço ficou sem pinga de sangue e de seguida já nem me lembro o que aconteceu. Só sei que exagerei, aproveitei-me da falta de à-vontade que ele demonstrava e da sua inexperiência, senti um enorme prazer em provocá-lo, aquele sadismo que só sente quem gosta de espezinhar os indefesos. Não era preciso nada daquilo, devo ter sido mais intensa no modo de falar do que queria porque o alcool é um desinibidor do caraças...
Admito que é fantástico fazer/dizer coisas ruins. Isto acontece porque é mais fácil atraír a atenção das pessoas pela negativa creio. Não creio, no entanto, que sonhem comigo, mas eu queria. Eu queria ter sido tão má, tão ruim, que o rapaz sonhasse comigo nessa mesma noite, tivesse pesadelos e acordasse aos berros e alagado em suor. E depois voltasse a adormecer e pumba!, eu outra vez nos seus sonhos, desta vez mais atinadinha mas nada arrependida, que isso é coisa de gente fraca e eu nos sonhos das pessoas não sou nada disso.

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