sexta-feira, 3 de junho de 2011

Leitura

Dei uma vista de olhos pela minha biblioteca, sei que há imensos livros na prateleira que ainda não li - escolhi o 'Frases curtas, minha querida' de Pierrette Fleutiaux.
São relatos de uma filha em torno do fim da vida da sua mãe. Ao que parece o livro é autobiográfico e até agora estou a gostar bastante.

A escrita dos outros, mesmo dos meus contemporâneos, mesmo daqueles que invejo, veio sempre em meu socorro. Quando esqueço que sou uma escritora, quando a escrita me parece uma actividade demasiado vã, procuro um livro. Não para me voltar a relacionar com personagens ou reencontrar emoções. Só para sentir isto: a tensão das palavras.
Preciso de relembrar como é que o escritor alinhou as frases até conseguir entrar no seu tema. Aliás, o «como» aqui está a mais. Quero simplesmente voltar a sentir isto: que alguns consagram a sua actividade a alinhar frases para penetrar em mundos que, sem aquelas frases alinhadas exactamente daquela forma, continuariam desconhecidos.
(página 55)

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