sábado, 26 de novembro de 2011

A menina feiinha

A menina da farmácia era feiinha mas primava pela simpatia. (Normalmente é assim...)
O cliente queria um aspirador para o narizinho do bebé e um frasco de pó de talco. Era um homem interessante ao nível visual, não que fosse particularmente bonito mas possuia uma aura muito atraente, emanava da sua postura aquela coisa máscula que só uma mulher percebe. Ela queria muito não ver esse radiar, passar ao lado dessa vivência. Empertigava-se um bocadinho e contraía a expressão, por modo a que não se notasse como ele a perturbava. Mas ele era terrivelmente afável e gracioso por entre as escolhas de puericultura. O que tornava o auge do fingimento dificílimo de atingir para a menina feiinha.
Desistiu. A menina feiinha desistiu da parte racional e rigorosa do seu cérebro, sucumbiu à emoção forte, deixou que o corredor e as prateleiras se esfumassem só por um bocadinho para se concentrar no melhor sentir de todos os tempos, para dar azo a uma loucura só sua, não valia a pena exasperar. 
«Oh céus, ainda bem que eu nasci mulher...», pensava ela.

Se sei o que ela estava a pensar e a sentir?! Claro que sei, as mulheres não têm máscaras umas para as outras.

Não, não sei nada o que a menina feiinha estava a pensar. Quem escreveu este texto foi o meu alter-ego…

1 comentário:

Paula Alexandra Santos disse...

Eheheheh! O alter-ego lá sabe...