sexta-feira, 11 de maio de 2012

O duende

Parecia um duende do Pai Natal, se bem que desconheço se o Pai Natal convive com duendes, mas dizia eu, o homem parecia um duende devido à estatura, às faces rosadas e ao risinho fácil, aparentando um certo ar infantil, porém nada ingénuo.
Quando lhe peço os dados para preencher o recibo conta-me sem pudor que tem duas empresas e que uma delas é dona da outra e ainda me fala da percentagem que tem duma e doutra, valores que não fixei, e ainda que os tivesse fixado não colocaria aqui.
Diz que as pessoas hoje em dia se estão a virar para as marcas seculares, mesmo as camadas mais jovens. Depois pergunta-me pelos meus produtos singulares, tem um amigo que os vende na internet e aconselha-me a fazer a mesma coisa mas no modo regular desta casa, eu que faça as montras com esses produtos e os demonstre, inclusive aos clientes que não venham com intenção de os comprar.
E fala e fala e fala. É curtido, este senhor. Fala mas não serve para conversar, toma as rédeas, não escuta, é perentório nas afirmações, a algo que se lhe diga ele contrapõe com um não, independentemente de concordar ou não. Aliás, é com um redondo não que inicia quase todas as suas frases, o que me aborrece um pouco e não me estimula nada. Mas é curtido, o bicho...

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