segunda-feira, 25 de junho de 2012

O papelinho

O jovem particularmente curioso achou que o cognome Fuçasbuque era engraçado. Fiz-lhe ver que fui eu que inventei e que não se escreve de qualquer maneira, não senhores, é à portuguesa: Fuçasbuque, é assim, escrevi num papelinho rudimentar. Quis saber (ai que curioso...) quando é que eu tinha inventado o vocábulo. Para aí há uns dois ou três anos, disse eu, acrescentei a data no papelinho e ainda rubriquei por baixo de tudo. Depois sugeri-lhe que digitalizasse o importante documento e o publicasse no próprio Fuças, eu não me importava. Estou certa de que vontade disso tem ele, ou ainda lembrança, mas estou convencida de que não o fará. Olhe que eu ponho, ameaçou ele.
É parecido comigo, este moço. Nalguns pontos, claro. Por um lado possui a infantilidade que lhe advém da curiosidade excessiva (como eu), por outro, é tão jovem que ainda possui uma certa candura que eu já não sustenho em mim - sou madura, conheço a vida melhor que ele, já estou desenganada, sei que não há heróis nem fadas.

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